Pode acreditar, os cientistas realmente conseguiram cultivar plantas na Lua. Mas não pense em grandes pastos verdes, nada disso. Foi possível desenvolver pequenas mudas, da ponta de um mindinho. Tudo começou a mais de meio século, com a Apollo 11, 12 e 17, entre os anos de 1960 e 1970. Na ocasião, os astronautas trouxeram do satélite consigo pequenas quantidades de amostras de solo. E foi justamente nestas pequenas quantidades de "terra lunar" que os pesquisadores fizeram crescer as mudas do nosso planeta.
O experimento
Esse trabalho todo foi liderado pela Universidade da Califórnia. O foco foi em avaliar se os futuros astronautas que vivem temporariamente, em missões futuras na Lua ou até em Marte, poderão cultivar vegetais em estufas usando o recurso disponível. Imagina isso: produzir sua própria comida no espaço! Infelizmente, por hora, as únicas sementes testadas nesse solo, o regolito lunar, foram de uma erva daninha chamada "Arabidopsis thaliana", conhecidas pela rapidez no crescimento.
Acontece que o regolito lunar não é o que se pode chamar de "solo amigável". Ele é formado com partículas afiadas de grãos de areia secos e finos, apresenta pouca matéria orgânica - até porque nada nunca se decompôs no satélite -, e vem com muitos minerais e íons não encontrados na Terra. Ou seja, não é muito parecido com o tipo de solo que estamos acostumados - só se compararmos com aquele feito de cinza vulcânica. E o experimento só deu certo porque os cientistas adicionaram alguns nutrientes e água. Depois de dias, surpresa, vida!
Os primeiros resultados
O material foi separado em diferentes bandejas, em 12 recipientes do tamanho de um dedal. Alguns receberam absolutamente nada, por isso as sementes não brotaram. Outros receberam solução nutritiva, por isso as sementes brotaram. E, destas, algumas foram movidas para terrários com ventilação e luz. As caixas foram usadas para simular o fluxo de ar no interior de um laboratório na superfície da Lua. Todas as mudas que cresceram apenas em material lunar levaram mais tempo para desenvolver folhas largas, além de serem menores e algumas profundamente atrofiadas. O passo seguinte é fazer testes genéticos para avaliar quais ferramentas metabólicas elas estavam usando para se adaptar ao novo solo.
O que se sabe até agora é que as plantas com desenvolvimento retardatário estavam lutando muito para se manterem saudáveis, o que é, a princípio, algo positivo. De fato, as maiores diferenças foram identificadas a partir do segundo estádio de crescimento. Então, é nesse ponto que as pesquisas devem focar agora. Mas pode ser questão de tempo para os cientistas conseguirem resultados melhores, plantando em ambientes cada vez mais salgados e secos.
A expectativa dos pesquisadores
Afinal, por que tanto esforço nisso tudo? Pense assim, se tudo der certo e for mesmo possível cultivar plantas terrestres em solos de outros planetas e satélites, em futuras aventuras no espaço, não será preciso levar tanta comida. E os astronautas poderão comer comida de verdade, natural, fresca, que trará efeitos muito positivos para a sua saúde. A saber, já se faz algo parecido na Estação Espacial Internacional (ISS), por isso se sabe que a agricultura espacial é uma realidade. Nesse momento, basta saber se é possível introduzir uma parte da Lua à biologia, o que abriria uma porta enorme para futuras explorações espaciais.
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Fontes: Forbes, CanalTech, Revista Exame.
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Eduardo Mikail
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