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Chuvas no Brasil: quais as principais causas do rompimento de barragens?

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por Redação 360
| 22/12/2022 | Atualizado em 27/01/2023 5 min
Imagem reproduzida de Impermeabilização – Komercialize

Chuvas no Brasil: quais as principais causas do rompimento de barragens?

por Redação 360 | 22/12/2022 | Atualizado em 27/01/2023
Imagem reproduzida de Impermeabilização – Komercialize
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No final de dezembro de 2022, três barragens no norte do estado do Espírito Santo se romperam. Vários municípios decretaram estado de emergência e famílias precisaram ser retiradas pela Defesa Civil de áreas de risco próximas de outras represas. Mas o que levou a esse rompimento de barragens? Bem, foram as fortes chuvas. Consequentemente, elas provocaram deslizamentos e, na sequência, o rompimento das barragens - que ficam em propriedades particulares em zonas rurais de São João do Estivado e São Córrego das Abóboras.

rompimento de barragens
Imagem barragem rompida no ES | Imagem reproduzida de G1 - Globo

Agora, a pergunta que fica, pensando nestes casos, é o que poderia comprometer estas estruturas e a segurança de mais pessoas? Afinal, quais são as causas mais frequentes para o rompimento de barragens?

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O que são barragens?

Barragens são estruturas de engenharia civil construídas para serem permanentes ou temporárias. Elas podem ser feitas de vários materiais, como concreto. E servem para a contenção ou acumulação de água em grandes quantidades, bem como a deposição de outros materiais líquidos e sólidos. Como função, podem estar relacionadas à geração de energia elétrica, contenção de rejeitos e sedimentos, controle de cheias, ou simplesmente reserva de água.

Quais os tipos de barragens que existem?

Existem alguns diferentes tipos de barragens - estruturas construídas de modos diferentes a depender de sua finalidade. As duas principais são: as construídas com terra e as construídas com concreto.

Barragens de terra

É o tipo de barragem mais comum e que até pode ser apoiada em tipos variados de fundação. Geralmente serve para armazenamento de água, podendo ser feito com uma camada envolvente em material impermeável, ou ser montada com algumas camadas de materiais permeáveis extras para a proteção e suporte do núcleo.

rompimento de barragens
Imagem reproduzida de OBRAS DE TERRA
rompimento de barragens
Imagem reproduzida de Dinadrill

Barragens de concreto

Este tipo tem seus subtipos também. O primeiro deles - que requer atenção especial - é como um maciço composto por blocos de rocha compactados em camadas; estrutura sobre fundações de rocha de sã, o que pode gerar recalques ocasionais. Já o segundo é constituído de laje de concreto, sustentada por contrafortes - em alguns casos é preciso que sejam utilizados tirantes e injeção de calda de cimento.

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rompimento de barragens
Imagem reproduzida de UFG
rompimento de barragens
Imagem reproduzida de Impermeabilização - Komercialize

Saiba mais em: Conheça os principais tipos de barragens e suas funções

Quais as principais causas de rompimento de barragens?

Esse período de fim e começo de ano é de muita chuva em diversas regiões do Brasil - especialmente nos estados do centro e sudeste do país. Embora seja algo necessário, para aliviar a seca, alimentar os rios e molhar o solo das plantas, que precisam dessa umidade para sobreviver e crescer, a má distribuição das precipitações - parte em consequência do desmatamento e mudanças climáticas - leva à concentração inadequada de chuvas em determinadas regiões. Infelizmente, o resultado pode ser o rompimento de barragens.

Na maior parte dos casos, eis os principais fatores para o rompimento de barragens:

  • Ausência de projeto ou projeto mal dimensionado, talvez baseado em poucas informações ou informações incorretas;
  • Projeto e execução que não se comunicam;
  • Falta de monitoramento dessas estruturas.

De fato, o controle de qualidade é algo essencial para os projetos de barragens - mesmo de pequeno porte -, desde a compactação de solo ao estudo de estabilidade, monitoramento e instrumentação. Além disso, a fiscalização por parte dos órgãos públicos ambientais. O corpo técnico responsável precisa ter domínio de uma série de informações, como tipo e volume de material que será armazenado, além das normas técnicas referentes. Só assim se consegue garantir a mínima segurança contra possíveis rompimentos!

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Quais as principais consequências do rompimento de barragens?

Quando há o rompimento de uma barragem de rejeitos - armazenadoras de restos provenientes das atividades mineradoras -, por exemplo, o maior problema é a contaminação da água e do solo, como por minérios tipo ferro e manganês. Muitas áreas impactadas jamais voltam ao normal, acabando com as chances de vida das espécies da flora e fauna da região, persistindo na cadeia alimentar até chegar aos seres humanos. As consequências a longo prazo são incalculáveis, como o surgimento de casos de câncer, infertilidade e mais.

rompimento de barragens
Imagem reproduzida de Maxi Educa

Como evitar o rompimento de barragens?

Não à toa, o rompimento de barragens é sempre considerado como tragédia. Por isso, não é o tipo de obra que pode ser avaliada como comum. Ela precisa ter um projeto muito detalhado, seguindo diretrizes criteriosas. Depois, antes da construção, é preciso conseguir o licenciamento ambiental. E devíamos contar que, no futuro, sempre haverá fiscalização dessas estruturas. Mesmo assim, estar em dia com a legislação é um dever de todos - não apenas pensando nas multas e punições, mas na obrigação que temos com o meio ambiente.

O ideal é que as empresas responsáveis pelas estruturas trabalhem sempre com práticas sustentáveis para exploração ambiental; e, além disso, contar com a mais atual tecnologia de preservação, monitoramento e segurança das barragens. Mas, infelizmente, é comum que empresas que lidam com rejeito de minério, por exemplo, deem o devido valor a isso. Para completar, a falta de fiscalização contribui decisivamente para a desatualização das estruturas e o consequente rompimento. Como parte da sociedade, vale a nossa reflexão!


Fontes: G1, UFABC, ECO Ambientale, Wikipédia, Mata Nativa, Blog UniViçosa.

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