É lindo ver a tecnologia aplicada em sintonia para proporcionar a qualidade de vida das pessoas. Quando envolve benefícios para o meio ambiente então, é que tudo fica ainda mais bonito. Esse é o objetivo do Cataki, um aplicativo conhecido como “Tinder de Reciclagem” que pretende impulsionar a coleta seletiva, melhorar a vida de vários brasileiros e contribuir para o meio ambiente.

Cataki
O Cataki é um aplicativo que visa conectar profissionais de coleta (conhecidos como catadores), geradores de resíduos (pessoas físicas ou jurídicas) e cooperativas. É por isso que ganhou o apelido de “Tinder da Reciclagem”.

Se você tem algum material reciclável que precisa ser recolhido, não jogue na rua ou em locais inadequados, instale o aplicativo que um profissional de coleta vem até você para recolher e levar para a reciclagem (normalmente). Assim, você ajuda o profissional, o meio ambiente e ainda se ajuda. O Cataki não cobra taxa dos usuários (mesmo que seja combinado um preço entre o catador e a pessoa que descarta, o Cataki não fica com nenhuma parcela).
Funciona da seguinte maneira: o primeiro passo é instalar o aplicativo, disponível para Android e iOS. O aplicativo utiliza a sua localização para mostrar os profissionais de coleta mais próximos. Então, você entra em contato com ele e combina como será a retirada do material. Mas lembre-se de confirmar onde o material será descartado. Afinal, qualquer pessoa pode se dizer um profissional, recolher o material, cobrar um valor e descartar na primeira esquina. Isso não é justo com nenhuma das partes envolvidas (outros profissionais, geradores, meio ambiente e com a ideia do próprio aplicativo).

Para se cadastrar como profissional de coleta, é preciso indicar a região de trabalho, dados pessoais, telefone e tipo de material que recolhe. Você também pode inserir uma foto, sua história de vida e frases inspiradoras ou que te guiam. O objetivo é construir um perfil humanizado.
Como surgiu o Cataki
A ideia começou com materiais básicos, como papel, plástico, metal e vidro, mas atualmente envolve outros resíduos, como lâmpadas, entulhos, madeira, eletrônicos e mais. No entanto, vale destacar que materiais orgânicos (como resíduos de alimentos) não são recolhidos. Resíduos hospitalares também não (esses também não podem ser descartados na coleta convencional, devem ser encaminhados para empresas que fazem o descarte adequado).
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Ele foi idealizado por Mundano, um grafiteiro responsável pelo movimento chamado “Pimp my Carroça”, que visa tirar os profissionais de coleta de materiais recicláveis da invisibilidade. Com isso, esses profissionais têm suas carroças grafitadas com imagens e textos bonitos e até mesmo divertidos, que dão autoestima e sensibilizam a população.

O Cataki pode funcionar onde houver ao menos um usuário cadastrado. Atualmente, são quase 300 municípios brasileiros que fazem uso desse recurso, totalizando mais de mil chamadas por mês. Porém, para o tamanho do Brasil, esse ainda é um número pequeno. Confira o vídeo de apresentação do aplicativo:
Atualmente, o Cataki passa por modificações para melhor atender a todos. No ano passado, ele ganhou o Prêmio Netexplo, voltado para projetos de tecnologia com maior impacto social e nos negócios, em Paris. Atualmente, ele é finalista do concurso Chivas Venture 2019, que envolve empreendedores sociais do mundo. É possível votar no aplicativo até o dia 30 de abril no site vote.cataki.org.

A Engenharia também pode fazer sua parte
O papel da Engenharia parece não ser muito claro nessas ações, mas ele está presente, sim. Seja por trás do desenvolvimento do aplicativo, da iniciativa ou da própria coleta seletiva em si, nós podemos, como engenheiros(as), trabalhar na para fazer ideias transformadoras virarem realidade.
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Se você tem uma ideia inovadora, busque fazer dela algo real (veja como o Cataki deu certo!) e seja um(a) engenheiro(a) que cumpre seu maior papel na sociedade: transformar o mundo em um lugar melhor.
Comentários

Larissa Fereguetti
Engenheira, com mestrado e doutorado. Fascinada por tecnologia, curiosidades sem sentido e cultura (in)útil. Viciada em livros, filmes, séries e chocolate. Acredita que o conhecimento é precioso e que o bom humor é uma ferramenta indispensável para a sobrevivência.