No dia 19 de maio, a Câmara aprovou como obrigatória a utilização de máscaras em todo o Brasil. As máscaras cirúrgicas ou as N95 são exclusivas a profissionais da saúde, ou àqueles que estejam trabalhando em locais com alto risco biológico. Isso incentiva o uso de máscaras de pano pela população. Porém, será que é possível ter a mesma segurança com a utilização de máscaras feitas em casa?
A American Chemical Society realizou o experimento para entender a eficácia dessas máscaras, e o efeito da utilização de diferentes mecanismos de filtragem que cada tipo de tecido traria. Para os testes, foram selecionados os seguintes materiais e suas combinações: algodão, chiffon, seda, flanela e sintéticos.
Durante o experimento, partículas aerossóis em uma escala de 10nm a 6µm de diâmetro eram direcionadas aos tecidos. A velocidade destas e a frequência eram similares a da respiração humana. A equipe mediu o número de partículas no ar e seus tamanhos e comparou com os números obtidos antes da passagem delas pelas amostras.
O melhor resultado foi obtido no algodão com 600 fios por polegada (Cotton 600 TPI), um tecido mais rígido. Ele foi comparado com outras duas categorias: uma amostra de 80 fios por polegada (Q Cotton 80 TPI) e duas amostras de 120 fios envolvendo uma camada de 0,5 cm de algodão (Cotton Quilt).
Além disso, sabendo que interações eletrostáticas podem filtrar partículas aerossóis, foram selecionados tecidos sintéticos e naturais específicos para passarem pelos testes. Para esta etapa foram escolhidas: a seda natural, o poliéster-spandex (chiffon) e o algodão-poliéster (flanela).
Os resultados mostraram que a seda com quatro camadas apresentou melhor resultado, sendo seu pior resultado para 80% de eficácia. O gráfico ainda aponta para a seda com uma camada, flanela e chiffon.
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Concluindo essas duas partes de testes, os pesquisadores começaram a analisar a eficácia das máscaras que possuíssem dois tecidos diferentes. Isto é, dois materiais trabalhando em conjunto para a filtragem do ar, por meio de dois processos de filtragem: uma mecânica e outra eletrostática. Todas as amostras são um conjunto de algodão 600 TPI com: duas camadas de seda, duas camadas de chiffon, ou uma camada de flanela.
Todas os conjuntos obtiveram ótimos resultados de eficácia quando e comparados com os da N95. Elas obtiveram 80% de eficiência para partículas menores do que 300nm, e 90% para partículas maiores do que 300nm. Enquanto, a N95 absorve cerca de 95% das partículas acima de 300nm.
Assim, a pesquisa conclui que a melhor máscara feita em casa é a combinação de algodão e chiffon. Mas finaliza afirmando sobre a importância de fazer o ajuste correto dela, para que não comprometa sua eficácia.
De qual material são suas máscaras? Conta para a gente!
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Fonte: Science Daily, Aerosol filtration efficiency of common fabrics used in respiratory cloth masks.
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Letícia Nogueira Marques
Estudante de Engenharia de Materiais e Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal do ABC e mecânica de produção veicular pelo SENAI Mercedes-Benz; já atuou na área de Facilities com foco em projetos de sustentabilidade para redução de impacto ambiental.