A população humana cresce com o tempo e com ela cresce a necessidade de espaço. O Brasil, em meados do século XX, vivenciou um intenso processo de urbanização em um período caracterizado pela migração das áreas rurais para as áreas urbanas.
Antigamente os povos costumavam habitar as regiões próximas aos corpos hídricos pela facilidade de obtenção de água. Assim como os povos antigos buscavam a facilidade de estar próximo à água, a população da época buscava melhores condições de vida e emprego em uma época de desenvolvimento econômico e industrial do país.
O crescimento urbano do Brasil
Como o crescimento urbano do Brasil ocorreu principalmente em uma época de desenvolvimento industrial e econômico, o planejamento e as questões ambientais foram negligenciadas. Sem plano diretor, estudos do solo e zoneamento, ou outras ferramentas que contribuíam para o planejamento urbano, as cidades brasileiras logo estavam repletas de construções. E, quando não havia mais espaço para ocupar horizontalmente, começou o crescimento vertical.
Ao redor do mundo os engenheiros e os arquitetos aprimoram suas técnicas de construção que permitem fazer edifícios cada vez maiores, melhor estruturados e em um tempo menor. E não estamos falando só do engenheiro civil, afinal, ninguém gostaria de morar em um prédio de vinte andares antes da invenção do elevador, elemento essencial para a disseminação da verticalização.
A ocupação de uma área requer o planejamento do abastecimento de água, das redes de esgoto, do fornecimento de energia elétrica, das vias, coleta de lixo e por aí vai. Sem o planejamento o caos é visível: fornecimento insuficiente de água e energia, enchentes, esgoto a céu aberto, lixo por todo lado e um trânsito caótico.
O avanço do urbanismo nas grandes metrópoles
Atualmente, a paisagem da maioria das metrópoles brasileiras é composta por edifícios gigantescos. Um pensamento lógico simples basta para entender o motivo desta situação: uma área ocupada por uma casa em um hipercentro pode, com um investimento para a construção de um prédio no lugar, agregar várias famílias, lojas, escritórios e ainda contar com um estacionamento subterrâneo para aqueles que precisam estacionar e não acham uma vaga nas movimentadas ruas.
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Além disso, ainda há uma movimentação nos mercados de construção civil e no setor imobiliário. E se não for em um hipercentro não tem problema, o aluguel/venda de vários apartamentos juntos renderão muito mais ao proprietário que o aluguel de uma casa.
Vários outros impactos ocorrem com o aumento da população em uma área específica, como a quebra da ventilação natural que acarreta o aumento da temperatura. Além disso, os quintais viram garagens, o que aumenta a impermeabilização do solo.
Os municípios são os principais responsáveis pelo desenvolvimento e implantação de uma legislação condizente com a situação local. São estabelecidos alguns limites como área ocupada e altura da construção de acordo com o zoneamento da cidade, visto que não é possível construir um prédio muito alto próximo a um aeroporto, por exemplo, ou mesmo construir em determinadas áreas com proteção ambiental. Os engenheiros estão totalmente envolvidos neste meio, sendo seu papel fundamental fazer um planejamento adequado, pensando não só na parte construtiva, mas também na ambiental e na social.
Fontes: Faria e Soares; Ramires (1998).
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.