Engenharia 360

Conheça a história de Hudson Yards, o megaprojeto inovador bem no coração de Manhattan

Engenharia 360
por Simone Tagliani
| 27/10/2024 5 min
Imagem de Bernd Dittrich em Unsplash

Conheça a história de Hudson Yards, o megaprojeto inovador bem no coração de Manhattan

por Simone Tagliani | 27/10/2024
Imagem de Bernd Dittrich em Unsplash
Engenharia 360

Quem visita hoje a ilha de Manhattan, em Nova York, deve visitar a região de Hudson Yards. Esse é um dos projetos mais ambiciosos e inovadores da história da engenharia, arquitetura e urbanismo. O empreendimento imobiliário custou cerca de US$ 25 bilhões - considerado o maior do tipo nos Estados Unidos -, redefinindo o espaço urbano da cidade. Mas um dos seus grandes marcos, o Vessel, estava fechado desde 2021 após uma série de suicídios trágicos. Agora, reaberto, atrai novamente a atenção dos turistas. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!

Hudson Yards
Imagem de Bernd Dittrich em Unsplash

Processo de construção do Hudson Yards

O Hudson Yards foi construído bem no coração de Manhattan, na zona do antigo porto de Nova York. A intenção do projeto era criar uma verdadeira revolução urbano, transformando a área (equivalente a 140 campos de futebol) em um ponto descolado e um vibrante centro de vida e atividade, tendo áreas residenciais (4.000 apartamentos), comerciais (incluindo hotéis, lojas e restaurantes) e uma variedade de outros espaços, como o The Shed e o 30 Hudson Yards (com o Edge, a mais alta plataforma de observação a céu aberto do hemisfério ocidental), sendo uma de suas principais atrações a estrutura Vessel.

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Hudson Yards
Imagem de David Vives em Unsplash

Vale destacar que a construção do Hudson Yards foi especialmente desafiadora. Isso porque os projetistas resolveram erguer esse complexo sobre um pátio ferroviário em pleno funcionamento, que abriga trens que conectam Nova York a Nova Jersey. Antes disso, todo esse perímetro havia sido marcado por uma história industrial e pelo abandono.

A Décima Avenida era conhecida como a "Avenida da Morte" por conta dos frequentes acidentes que resultaram em morte entre os séculos XIX e XX. Mas no lugar, fez-se, nos anos 30, a linha elevada High Line para desviar os trens do tráfego urbano. Hoje essa é uma das mais lindas áreas verdes do mundo.

A transformação do espaço

A revitalização do West Side de Nova York com o Hudson Yards começou a ser colocada em prática ainda nos anos 2000. Deu-se finalmente adeus às docas, armazéns e fábricas abandonadas. No lugar, foram feitos diversos arranha-céus assinados pelos mais renomados engenheiros e arquitetos do mundo, incluindo o lindíssimo 520 West 28th Street, de Zaha Hadid.

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Imagem de Freepik

Claro que a transformação da área envolveu uma série de fatores que facilitaram o desenvolvimento urbano, como, por exemplo:

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  • Mudança de uso do solo: A criação do “Special Hudson Yards District” permitiu uma mistura de usos e densidades na área, viabilizando a construção de torres comerciais e residenciais.
  • Conexão com transporte público: O financiamento para a extensão da linha 7 do metrô foi crucial. Essa conexão facilitou o acesso à nova área, atraindo tanto residentes quanto visitantes.
  • Parcerias público-privadas: O envolvimento do setor privado, em conjunto com a cidade de Nova York, foi fundamental para a realização do projeto. Essas parcerias garantiram um investimento significativo e uma execução eficiente.
  • Inclusão social: O programa “80/20” garante que 20% das unidades habitacionais sejam reservadas para famílias de baixa e média renda, promovendo uma maior diversidade social na área.
Hudson Yards
Imagem de Liliana Drew em Pexels

Desafios de habitação em Nova York

Hudson Yards representa hoje um modelo bem-sucedido de desenvolvimento sustentável, vitrine de como a urbanização pode ser realizada de maneira responsável e inclusiva.

A estratégia de promover a inclusão social e a diversidade econômica realmente fizeram toda a diferença. Além das residências luxuosas, pode-se ver na região uma variedade de opções culturais e comerciais. Especialmente The Shed, de design super ergonômico, exemplo de arquitetura interativa e com certificação LEED Prata, foi adaptado às necessidades de artes performáticas contemporâneas, atraindo moradores e turistas.

Hudson Yards
Imagem de Budgeron Bach em Pexels

O progresso econômico na região é notável. De fato, o projeto trouxe muitos empregos e oportunidades de negócios. E mais do que isso, elevou a discussão sobre a importância de uma habitação acessível em uma das cidades mais caras do mundo. Porém, mesmo assim, apesar dos esforços dos gestores municipais, o preço médio dos apartamentos em Hudson Yards atinge impressionantes US$ 7,5 milhões. Então, para muitos nova-iorquinos, morar nessa área ainda é apenas um sonho.

Controvérsias e fechamento do Vessel

Dentro de Hudson Yards existem vários marcos arquitetônicos, um deles é o Vessel, projeto de Heatherwick Studio (Thomas Heatherwick e Thornton Tomasetti).

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A estrutura, inaugurada em 2019, tem forma de colmeira, composta por peças de aço montadas na comuna de Monfalcone, na Itália. A mesma atinge uma altura de 16 andares, com 2.500 degraus e 80 patamares (que se estendem desde sua base de 15 metros até o ápice de 46 metros) que oferecem lindas vistas de Nova York e seu rio Hudson. Por isso, logo se tornou uma das atrações mais fotografadas da cidade. Só que também, infelizmente, foi palco de uma série de suicídios trágicos.

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Imagem de Michael Kastelic em Pixabay
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Imagem de Frank Nürnberger em Pixabay

Como resultado disso tudo, o Vessel precisou ser fechado em 2021 para a implantação de medidas de segurança adicionais. Nesse meio tempo, alguns se aproveitaram da situação dizendo que não se perdia nada com a situação, já que o monumento em si "não leva a nada". Porém, todavia, a estrutura ainda é um símbolo de inovação, ponto focal de Hudson Yards, atraindo milhares de visitantes todos os dias.

Reabertura com segurança

Agora, em outubro de 2024, o Vessel foi finalmente reaberto ao público. A reabertura inclui a instalação de barreiras de proteção em aço em várias seções e áreas mais vulneráveis da estrutura. Mas o nível superior deve permanecer fechado, garantindo que os visitantes possam explorar outras partes com segurança e sem mais episódios tristes - é o que todo mundo espera.

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Imagem de Bernd Dittrich em Unsplash

Veja Também: Conheça o Edge, o mais alto mirante de Nova York


Fontes: Revista Haus, ArchDaily, ArchDaily 2, Casa Vogue, Hudson Yards.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

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