Engenharia 360

Uso de drones na aplicação de produtos na agricultura cresce no Brasil

Engenharia 360
por Kamila Jessie
| 09/01/2020 | Atualizado em 26/04/2022 3 min

Uso de drones na aplicação de produtos na agricultura cresce no Brasil

por Kamila Jessie | 09/01/2020 | Atualizado em 26/04/2022
Engenharia 360

A gente está ciente da existência de diferentes modelos de drones, que atendem uma série de finalidades que o mercado demanda: desde o recente uso militar, até aqueles drones recreativos, que permitem que tiremos umas fotos legais. Agora nós vamos falar sobre a inclusão desses veículos aéreos não tripulados na agricultura.

pulverização por drones engenharia 360
Imagem: Daniel Bandeira Estima / Skydrones

Processo de regulamentação de drones na agricultura

Durante seu boom,
há aproximadamente dois anos, deu-se início o uso de drones na pulverização de
agrotóxicos em algumas culturas, principalmente nas regiões Sul e Sudeste do
Brasil. Contudo, o emprego desses veículos aéreos não tripulados ainda está em
processo de regulamentação, com um viés favorável voltado para evitar a deriva,
isto é, a perda de produto que acontece no lançamento aéreo de agrotóxicos e
com um desfavorável relacionado à competição com aviões agrícolas.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Há quem diga que os drones serão um complemento, mais direcionado, devido ao fato de comportarem volumes menores de produtos, enquanto aviões seguirão fundamentais para a cobertura de áreas maiores. Dados do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SIDAG) indicam que o Brasil tem a segunda frota aeroagrícola do mundo, correspondente a 2.182 aviões e 12 helicópteros. Por outro lado, é vetada na União Europeia, desde 2009, a pulverização aérea de pesticidas, seguindo o argumento de risco de contaminação ao ambiente, trabalhadores rurais e moradores, a menos em casos excepcionais.

Desenvolvimento de drones para o campo

Enquanto não são colocadas definições legais sobre o uso de drones na agricultura, está ocorrendo fomento em pesquisa (para avaliar aplicabilidade e eficiência) e demandas de mercado que façam a coisa acontecer. Isso coloca um panorama interessante para o pessoal da Engenharia Agrícola observar e se posicionar.

São levantadas questões de custo que podem ser associadas
desde perdas de produtos até gastos com combustíveis, enquanto drones operam
com baterias. Além disso, que tipo de áreas são acessíveis a drones e não a
aviões, autonomia de voo, dentre outros temas que mostram que o agronegócio voa
(trocadilho intencional) em direção aos avanços tecnológicos.

Pulverizando a pesquisa brasileira com drones

Instigado por essa demanda de drones na agricultura, o grupo
de pesquisa do professor Jó Ueyama, do Instituto de Ciências Matemáticas e de
Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP), depositou dois pedidos de
patentes relacionados ao tema. Os projetos tiveram apoio da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Dessas duas patentes, a primeira se refere a um sistema
inteligente e autônomo de pulverização de agroquímicos com drones e como
monitorar a aplicação. A outra, se refere a um sistema que pulveriza material
para controle biológico de pragas.

drones na agricultura engenharia 360
Imagem: hoje.unisul.br

Questões paralelas

Enquanto a gente fica animado com a perspectiva de drones na agricultura, também vale apontar a questão do uso exagerado de defensivos agrícolas e pesticidas. O cenário de poluição relacionado a agrotóxicos pode ser assustador, de forma que a otimização da aplicação desses produtos é algo que todo mundo está buscando.

Referências:

Provendo uma maior inteligência em IOTS: abordagens e aplicações em sensores, VANTs e smartphones (nº 15/21642-6); Modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular; Pesquisador Responsável Jó Ueyama (USP); Investimento R$ 109.663,87.

CUNHA, J.P.A.R. et al. Spray drift and pest control from aerial applications on soybeans. Journal of the Brazilian Association of Agricultural Engineering. Maio/Jun. 2017

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Comentários

Engenharia 360

Kamila Jessie

Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.

LEIA O PRÓXIMO ARTIGO

Continue lendo