Já parou para pensar como a nossa sociedade é dependente de energia elétrica? De fato, essa forma de energia impulsionada como nada igual a nossa sociedade moderna. A saber, a mesma é gerada por meio da conversão de diferentes formas de energia em eletricidade, utilizando tecnologias diversas. Os métodos mais comuns incluem:
- usinas termoelétricas, que queimam combustíveis fósseis ou nucleares para produzir calor e, subsequentemente, eletricidade;
- usinas hidrelétricas, que aproveitam a energia da água em movimento;
- usinas eólicas, que capturam a energia cinética do vento; e
- usinas solares, que convertem a luz solar em eletricidade.
Agora, neste texto do Engenharia 360, queremos falar sobre os furacões, um dos fenômenos naturais mais devastadores, caracterizado por ventos ciclônicos intensos e chuvas torrenciais. Infelizmente, já conhecemos seu poder de destruição. Mas alguns questionam se essa mesma energia cinética das tempestades poderia ser direcionada para a geração de energia elétrica, o que poderia ser uma alternativa sustentável. Continue lendo para explorar essa perspectiva e suas implicações!
Afinal, é possível usar um furacão para gerar energia elétrica?
Antes de tudo, precisamos esclarecer que a maior parte da energia dos furacões é composta pelo calor armazenado, liberado à medida que o vapor de água se condensa em chuva, além do vento.
De acordo com o astrofísico Neil DeGrasse Tyson, diretor do Planetário Hayden no Centro Rose para a Terra e o Espaço e investigador associado do departamento de astrofísica no Museu Americano de História Natural, é possível usar a energia dos furacões para gerar energia elétrica. Ele afirma que os ventos de um furacão podem ser uma excelente fonte de energia eólica. Inclusive que as cidades atingidas poderiam considerar continuar funcionando com a energia gerada por eles. É quase aquele ditado do "faça do limão uma limonada"!
Portanto, com base na opinião de especialistas, a ideia é mesmo viável. Mas... teoricamente. Porque muitos obstáculos de engenharia e segurança, como na área de infraestrutura, ainda não foram testados. Como podemos imaginar, muitos desafios técnicos estariam envolvidos num projeto assim. A boa notícia é que já existem pesquisas em andamento para explorar as possibilidades e encontrar soluções práticas.
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Quanto de energia um furacão é estimado para gerar?
Os cientistas estimam que cada furacão possa gerar certa quantidade massiva de energia. Para se ter uma ideia, isso pode chegar a 600 terawatts, o que é mais do que o dobro da produção anual de energia eólica em países como os Estados Unidos, por exemplo. Pensando nisso, Neil sugere que as nações pensem em explotar essa matéria-prima, como dito antes. Só que, nessa equação, ele pode estar desconsiderando desafios consideráveis.
Furacões de grande magnitude são realmente muito destrutivos. Hélices convencionais, usadas para geração de energia eólica, podem ser muito frágeis e leves diante de tamanha forma. Enfim, elas podem se tornar vulneráveis demais a ventos tão violentos. Lembrando que as mesmas teriam que ser desenvolvidas para resistir a rajadas de mais de 100 km/h. E esse seria um desafio significativo.
Também seria essencial considerar o calor armazenado nos furacões. O que fazer com ele ainda é um enigma! Pense em todo o aparato tecnológico necessário para implementar, na prática, qualquer plano proposto.
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Quais são os principais desafios de utilizar um furacão para geração de energia?
Embora furacões como fonte de energia seja uma ideia interessante, o trabalho de engenharia podem exigir um investimento muito além do que alguns governos possam estar dispostos a gastar neste momento.
Além das hélices mais resistentes, seria preciso turbinas com mais capacidade de adaptação, que possam ajustar automaticamente suas pás e ângulos para otimizar o aproveitamento da energia do furacão enquanto garantem sua própria integridade estrutural. Também devem entrar nesta lista, usinas em estações flutuantes, ancoradas em águas costeiras. E, por fim, sistemas de armazenamento e distribuição de energia para suportar flutuações e interrupções causadas por furacões, envolvendo uso de tecnologia inteligente e redundância para manter o fornecimento de energia durante eventos climáticos extremos.
Por trás disso, será preciso conduzir seriamente pesquisas de impacto ambiental, avaliando quaisquer implicações de remover energia de furacões, como impactos nos padrões climáticos e em ecossistemas marinhos. Ao mesmo tempo, construir um plano de contingência detalhado para interromper a geração de energia a partir de furacões caso haja ameaça iminente à segurança pública, garantindo que a prioridade seja a proteção das vidas humanas.
Em paralelo, para bancar todos os investimentos substanciais exigidos, a construção de parcerias público-privadas e cooperação internacional. E finalmente um trabalho de educação e conscientização pública, envolvendo público e os tomadores de decisão em discussões sobre os benefícios e riscos dessa abordagem, incentivando um diálogo transparente e a participação ativa na tomada de decisões.
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Fontes: Terra.
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Eduardo Mikail
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