A SpaceX está oferecendo bilhetes para turistas viajarem no mesmo tipo de espaçonave que levará os astronautas da NASA à Estação Espacial Internacional (ISS). Por meio de uma parceria com a empresa de turismo espacial Space Adventures, quatro ingressos estão à venda para orbitar muito além da ISS em uma cápsula Crew Dragon.
Turismo espacial e a Space Adventures
O turismo espacial é definido como uma viagem espacial humana para fins recreativos. Existem vários tipos diferentes, incluindo o turismo espacial orbital, suborbital e lunar. Até o momento, o turismo espacial orbital foi realizado apenas pela Agência Espacial Russa.
E existe uma agência de turismo por trás do negócio: a Space
Adventures, que, entre 2001 e 2009, enviou sete indivíduos particulares para a
Estação Espacial Internacional a bordo da nave russa Soyuz, cobrando dezenas de
milhões de dólares por viagem. Não é para qualquer um.
Agora, a empresa está pronta para retomar seus pacotes de viagem, mas junto à empresa do controverso Elon Musk. A Crew Dragon da SpaceX foi desenvolvida para levar os astronautas da NASA para a ISS e completou uma viagem para a ISS sem tripulação em março. Sua primeira missão (se é que podemos chamar assim ao tratar de turismo espacial) com a tripulação está prevista para este ano.
A viagem com turistas está programada para depois disso, no
final de 2021 ou 2022, mas seguirá uma trajetória diferente. A missão orbitará
a Terra por até cinco dias a uma distância entre duas e três vezes maior que a
ISS, twittou o CEO da Space Adventures, Eric Anderson.
Planos da SpaceX não são assim tão recentes
O CEO da SpaceX, Elon Musk, brinca com a ideia de turismo espacial como um negócio há alguns anos, apesar de estar muito otimista sobre quanto tempo isso pode acontecer. A empresa anunciou no início de 2017 que havia aceitado pagamentos não revelados de dois clientes para uma viagem à Lua usando o Crew Dragon e o foguete Falcon Heavy.
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Para quem não lembra, o Falcon Heavy foi testado usando o Tesla Roadster de Elon Musk como carga útil para o teste em fevereiro de 2018 e se tornou um satélite artificial do Sol. "Starman", um manequim vestido com um traje espacial, ocupa o banco do motorista. Não há nenhuma aspiração que seja maluquice para essa empresa.
A gente comentou sobre isso aqui, esperando que fosse ser cumprido o que a SpaceX havia divulgado na época, isto é, que a viagem aconteceria até o final de 2018. Mas em setembro de 2018, a empresa anunciou que pretendia enviar um desses passageiros - o bilionário japonês Yusaku Maezawa - pela Lua usando o Big Falcon Rocket, a ser construído. Ainda não está claro o que aconteceu com o segundo cliente, mas a polêmica era que Maezawa pretendia lançar um reality show para arrumar uma namorada que o acompanhasse na viagem.
Turismo espacial e custos mais do que estratosféricos
A Space Adventures disse que o preço da missão não será
divulgado, e as duas empresas foram discretas outros detalhes, como que tipo de
preparação os turistas terão que passar. Afinal, não é uma viagem muito
convencional.
A presidente e diretora de operações (COO) da SpaceX, Gwynne Shotwell, disse em comunicado que a empresa está "satisfeita em trabalhar com a equipe da Space Adventures" em uma viagem de turismo pela Crew Dragon. "Esta missão histórica abrirá um caminho para tornar possível o voo espacial para todas as pessoas que sonham com isso", disse ela. Mas será que contempla qualquer um mesmo?
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"O preço da missão não será divulgado, mas está dentro do alcance de outras oportunidades de voos espaciais orbitais", diz Stacey Tearne, representante da Space Adventures. Os preços de outras viagens da Space Adventures variaram em torno de $ 20 milhões de dólares americanos para uma viagem à ISS, mas também há ingressos futuros de US $ 150 milhões para orbitar ao redor da lua.
Não é qualquer um a embarcar nessa.
Fontes: CNN. New Scientist. Space.com. The Verge.
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Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.