Um time multidisciplinar de cientistas desenvolveu um microdispositivo chamado theragripper que se prende à mucosa intestinal e libera medicamentos no organismo humano. Eles foram inspirados por um parasita quefixa os “dentes afiados” no intestino do hospedeiro.
A pesquisa é liderada por David Gracias, do Johns Hopkins University Whiting School of Engineering, e por Florin M. Selaru, do Johns Hopkins Inflammatory Bowel Disease Center. Eles conduziram um time de pesquisadores e engenheiros biomédicos que projetou e testou os microdispositivos que mudam de forma e imitam como o parasita se fixa nos intestinos de um organismo.
O theragripper é feito de metal firme e fino e muda de forma. O tamanho é semelhante a uma partícula de poeira e ele pode transportar qualquer medicamento e liberá-lo de forma gradual no corpo. Não há fios, eletricidade ou controle externo envolvido.

A busca por dispositivos que liberem medicamentos de forma gradual não é nova na medicina. Há tempos os pesquisadores buscam algo para exercer essa função. Um dos problemas com as drogas de liberação prolongada é que, muitas vezes, elas passam diretamente pelo trato gastrointestinal antes de terminar de dispersar a medicação.
“A constrição e o relaxamento normais dos músculos do trato gastrointestinal tornam impossível que os medicamentos de liberação prolongada fiquem no intestino o tempo suficiente para que o paciente receba a dose completa. Temos trabalhado para resolver esse problema projetando esses pequenos portadores de drogas que podem se prender autonomamente à mucosa intestinal e manter a carga da droga dentro do trato gastrointestinal por um período de tempo desejado.”, afirmou Selaru.
Milhares de theragrippers podem ser implantados no trato intestinal. O revestimento de cera de parafina nas garras atinge a temperatura interna do corpo e se fecha de forma autônoma, fixando-se na parede do cólon. A ação do fechamento faz com que os dispositivos cavem na mucosa e permaneçam fixos, liberando sua carga de medicamentos de forma gradual para o corpo. Eventualmente, eles perdem o controle sobre o tecido e são eliminados do corpo por meio da função gastrointestinal normal.
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O estudo sobre o theragripper foi publicado em um artigo na revista Sciences Advances. Os estudos dos pesquisadores descobriram que os animais nos quais os theragrippers foram administrados tinham maiores concentrações do analgésico em suas correntes sanguíneas do que o grupo de controle. Clique aqui para ler a pesquisa completa.
Fonte: MedicalXpress
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Larissa Fereguetti
Engenheira, com mestrado e doutorado. Fascinada por tecnologia, curiosidades sem sentido e cultura (in)útil. Viciada em livros, filmes, séries e chocolate. Acredita que o conhecimento é precioso e que o bom humor é uma ferramenta indispensável para a sobrevivência.