No último domingo, 26 de abril, participamos do encerramento do Festival Path, festival de tecnologia que reuniu música, filmes, palestras e feira gastronômica, tudo isso em torno de basicamente dois pilares: o empreendedorismo e a inovação.

A nossa equipe teve oportunidade de conferir uma série de palestras, mas uma delas em especial chamou a nossa atenção e decidimos pesquisar e trazer essa ideia aqui para o blog, principalmente pela atual crise de água que a cidade de São Paulo está enfrentando.

Na palestra “Marcas da Cidade – um movimento transformador”, dada pelo Gilberto Dimenstein e Maurício Magalhães, houve a menção a um projeto publicitário feito no Peru em 2013, em parceria com a Universidade de Engenharia e Tecnologia de Lima (UTEC) para transformar ar em água potável, com um custo relativamente baixo, e sobre o qual já falamos por aqui anteriormente.

Achou impossível? Não é e vou explicar o projeto.

A região de do vilarejo de Bujama sempre sofreu com a falta de chuvas e conseqüentemente com a falta de água que atinge a região. Apesar dessa condição difícil, a umidade do ar é altíssima, podendo chegar a 98%.

Com isso em mente, a UTEC desenvolveu um outdoor que, com a ajuda de filtros e de um condensador, captura o vapor de água do ar e então, após um sistema de filtragem que transforma a água em potável, armazena essa água limpa em tanques no topo do painel para disponibilizá-la à população através de uma torneira.

Parece simples, né? Realmente é, e o custo desse sistema gira em torno de R$ 2,4 mil. Veja mecanismo interno abaixo:

Após o sucesso do outdoor que produz água potável, a instituição criou outra tecnologia “verde”, dessa vez um outdoor capaz de purificar cem mil metros cúbicos de ar ao dia, o que equivale ao que 1.200 árvores purificariam, alcançando uma área de até cinco quadras a seu redor. O painel funciona basicamente através de pressão, vácuos e alternância de temperatura, num processo contínuo e altamente eficiente e com um gasto energético baixo.

Segundo nota da própria universidade “Este painel busca despertar a vocação nos jovens e seu interesse em engenharia. Ele também está aliado à missão que a universidade tem, que consiste em formar engenheiros criativos, sensíveis às necessidades sociais e com um amplo conhecimento científico que os permita se tornarem pesquisadores aptos a desenvolver soluções para problemas existentes na sociedade”.

Ou seja, sempre podemos usar o conhecimento de engenharia para buscar soluções criativas e inovadoras a fim de melhorar, e até mesmo solucionar, os problemas da nossa cidade e sociedade.
Curtiu? Então mãos a obra!

Fotos: BBC Brasil

Ingrid Barth