No último dia 22, foi anunciado que uma parceria da EDP (empresa de distribuição de energia elétrica do estado de São Paulo) com a Audi, a Porshe e a Volkswagen viabiliza a primeira rede de recarga ultrarrápida de veículos elétricos do Brasil. O Engenharia 360 esteve no evento para conferir como seria essa parceria e nós contamos tudo neste texto.
O investimento será de 32,9 milhões de reais e pretende conectar 64 pontos de recarga que ligam São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba e Florianópolis, propiciando um corredor de abastecimento de mais de 2,500 quilômetros de extensão. A implementação está prevista para começar ainda neste ano, com inauguração em 2020 e conclusão em até 3 anos.
Ao todo, serão instaladas 30 novas estações de recarga ultrarrápida de veículos elétricos no estado de São Paulo. Serão 29 postos de 150kW (DC) e um de 350kW (DC) e mais de 30 equipamentos de 22kW (AC), de modo que cada ponto de recarga tenha uma estação ultrarrápida e uma semirrápida. Enquanto a Audi, a Porshe e a Volkswagen testarão seus veículos, a ABB, a Eletric Mobility Brasil e a Siemens fornecerão as tecnologias de carregamento. O objetivo é promover soluções de mobilidade baseadas em fontes não poluentes.
"A EDP acredita que a oferta de infraestrutura adequada e de soluções inovadoras é fundamental para a expansão sustentável da mobilidade elétrica no Brasil. Com a criação desta nova rede de eletropostos cobrindo todo o estado de São Paulo e conectando os principais corredores elétricos do País, a EDP se posiciona mais uma vez de forma pioneira para liderar a transição para uma economia de baixo carbono."
Miguel Setas, presidente da EDP no Brasil
No Brasil, a chegada de veículos elétricos caminha lentamente e as redes de recarga podem contribuir como um incentivo para os consumidores, que poderão fazer viagens mais longas com a segurança de encontrar um posto de recarga no caminho. No caso da Audi, por exemplo, que lançará o primeiro SUV 100% elétrico no Brasil em 2020, o e-tron, é fundamental que já exista uma confiança na quantidade e na qualidade de postos da rede de recarga para que o veículo tenha saída.
Para a Porshe, que lançou recentemente o seu primeiro esportivo totalmente elétrico, o Taycan (que chega ao mercado em 2020), uma estação de carregamento rápido de 350KW já é capaz de recarregar 80% da bateria do veículo em apenas 22,5 minutos. Essa carga é suficiente para uma viagem de quase 400 quilômetros.
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A terceira parceira, Volkswagen, pretende lançar seis carros elétricos e híbridos até 2023. O primeiro deles, o Golf GTE, deve chegar ao mercado brasileiro no início de novembro e, assim como os outros da lista, precisa de uma infraestrutura de recarga adequada para ter aceitação no mercado.
Na Chamada Pública da Aneel, a EDP apresentou um investimento de 50 milhões de reais com os projetos de mobilidade elétrica. A iniciativa permite que seja estudado um modelo de negócio e de cobrança nos sistemas de carregamentos. Além disso, permite criar aplicações tecnológicos que possam informar ao consumidor a localização e a disponibilidade dos serviços.
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O projeto, como um todo, é um grande pontapé para que o mercado de veículos elétricos e híbridos ganhe espaço no Brasil. Segundo as estimativas, em 2040 haverá mais de 56 milhões de unidades de veículos elétricos vendidos no mundo, representando um total de 57% das vendas de automóveis. Até 2018, o número de unidades vendidas era de 2 milhões, o que mostra que as projeções são ambiciosas.
Porém, para isso funcionar, é necessário ter a estrutura adequada. Não adianta ter os veículos se não há postos de recarga de forma acessível e fornecerem uma segurança para o motorista de que ele pode sair de casa com o risco mínimo de ficar parado sem bateria no meio da estrada. É justamente essa estrutura que a parceria entre as empresas visa fornecer.
Vale ressaltar que, na visão de um futuro sustentável, o carro elétrico é uma alternativa cogitada há anos, mas que começou a ganhar mais destaque recentemente e que, em breve, pode dominar o mercado (como mostram as previsões). Então, é essencial que o Brasil esteja preparado para acompanhar as mudanças tecnológicas e de mercado.
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Eduardo Mikail
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