A Comissão Francesa de Energias Alternativas e Energia Atômica (CEA) anunciou recentemente que está conduzindo dois estudos de viabilidade para a Agência Espacial Europeia (ESA) sobre missões espaciais. O objetivo desses estudos é avaliar a possibilidade de usar propulsão em missões de longa duração no espaço, como viagens a Marte e além. Saiba mais a seguir, neste texto do Engenharia 360!

Qual é o objetivo dos estudos da Comissão Francesa de Energias Alternativas e Energia Atômica (CEA)?
Antes de tudo, o primeiro estudo da CEA é chamado de projeto Alumni e envolve o Grupo Ariane e a Framatome. Ele se concentra em um motor de propulsão nuclear-térmica, que aquece hidrogênio líquido passando-o pelo coração de um reator nuclear. A entidade afirma que esse tipo de tecnologia melhorada poderia reduzir a duração da viagem a Marte, proteger os astronautas da radiação espacial e facilitar o envio de equipamentos essenciais para sua sobrevivência.
Bem, já o segundo estudo, denominado Projeto RocketRoll, explora a viabilidade de um sistema de propulsão nuclear elétrica. Isso permitiria um maior empuxo em comparação com os sistemas convencionais de propulsão iônica baseados em painéis solares e seria independente da exposição à luz solar, tornando-o adequado para missões além de Marte, no sistema solar externo.

Qual a diferença entre propulsão nuclear-térmica e propulsão nuclear elétrica?
Vamos recapitular algumas questões! A propulsão nuclear-térmica é um tipo de propulsão que utiliza a energia térmica gerada por um reator nuclear para aquecer um fluido e transformá-lo em gás de alta temperatura. Esse gás é então ejetado para gerar impulso e propulsar uma nave espacial. Como explicado antes, no projeto Alumni, liderado pela Comissão Francesa de Energia Atômica (CEA), o motor de propulsão nuclear-térmica é baseado nesse conceito.
Por outro lado, a propulsão nuclear elétrica utiliza a eletricidade produzida por um reator nuclear para alimentar propulsores de íons elétricos. Nesse sistema, um gás é ionizado e os íons resultantes são acelerados e ejetados para gerar impulso. Comparado aos sistemas convencionais de propulsão iônica, que geralmente dependem de painéis solares para produzir eletricidade, a propulsão nuclear elétrica oferece maior empuxo e não é limitada pela exposição à luz solar, sendo especialmente útil em missões além de Marte e no sistema solar externo.

Claro que a Comissão Francesa de Energia Atômica possui expertise no dimensionamento e projeto de reatores nucleares e de combustível, proteção contra radiação e estudos de segurança. Além disso, já está envolvida em projetos de geradores de radioisótopos para geração de calor e eletricidade em sondas espaciais e rovers.
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Como o estudo pode beneficiar outras missões espaciais?
Por exemplo, os motores estudados no Projeto RocketRoll, de propulsão nuclear elétrica, podem ser usados além de Marte, no sistema solar externo, onde a distância do Sol dificulta o uso de sistemas convencionais que dependem da luz solar. Isso simplifica o uso dessa propulsão em locais distantes do Sol.
Resumindo, eles podem ser especialmente úteis em missões de longa duração para luas distantes, como Europa (lua de Júpiter) ou Titã (lua de Saturno), onde a energia solar é limitada.
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Fontes: Petronoticias.
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Redação 360
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