O plástico é um dos materiais mais explorados pela indústria global; ele é considerado um símbolo de inovação, mas também de destruição ambiental. Bilhões de toneladas são produzidas anualmente, mas, infelizmente, boa parte é descartada de forma irregular, poluindo terras e oceanos, e levando muito tempo para se decompor. Pensando nisso, cientistas da Northeastern University, nos Estados Unidos, desenvolveram um bioplástico capaz de se dissolver na água.
A invenção, chamada de MECHS (Materiais Vivos de Engenharia Mecânica com Compostabilidade, Cura e Escalabilidade), pode ser a solução mais sustentável para mitigar tal crise global, dando a chance de um destino melhor para as embalagens. Explore mais a história dessa descoberta revolucionária neste artigo do Engenharia 360!
O bioplástico inovador MECHS
Atualmente, o plástico convencional não biodegradável é utilizado em aplicações temporárias, como embalagens descartadas rapidamente após o uso, comprometendo a natureza e contaminando a cadeia alimentar humana. O objetivo dos cientistas é combater essa poluição e a alternativa apresentada pelos americanos é usar para isso bactérias geneticamente modificadas, E. coli, projetadas para criar uma matriz fibrosa que se assemelha a papel ou filme plástico. Calma, explicamos melhor!
Basicamente essas bactérias criam uma matriz de fibras que, quando entrelaçadas, formam um novo material. Aliás, a depender da intenção de aplicação, a estrutura MECHS pode ser ajustada geneticamente, com proteínas e peptídeos, para ficar mais ou menos rígida. Só que suas características mais impressionantes são a capacidade de se dissolver rapidamente na água e em composteiras, além de se esticar como um plástico filme comum.
Funcionamento da tecnologia
Como dito antes, a produção do MECHS envolve a modificação genética das bactérias E. coli - na verdade, até que é algo parecido com o processo de fabricação do papel. Assim, elas produzem uma combinação de células vivas e nanofibras curli que, combinadas a hidrogéis proteicos, geram um material flexível e resistente. Acontece que, como um passe de mágica, o material, em contato com uma pequena quantidade de água, pode simplesmente se desmanchar, deixando apenas resíduos seguros e biodegradáveis.
Estima-se que o MECHS possa se desintegrar em cerca de 15 dias - tempo menor que outros plásticos biodegradáveis já disponíveis no mercado. Além disso, ele apresenta uma capacidade de regeneração impressionante, podendo responder a estímulos externos, como luz ou umidade, o que aumenta sua funcionalidade.
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Aplicações práticas
Vale destacar que os pesquisadores da Northeastern University já estão testando o MECHS em embalagens primárias, aquelas utilizadas por um curto período antes de serem descartadas. Exemplo incluem embalagens de alimentos frescos e protetores de telas de celular. A ideia é substituir os plásticos convencionais não biodegradáveis por este novo material sustentável.
O futuro do plástico MECHS no mercado
Embora a descoberta do MECHS seja promissora, ela ainda enfrenta desafios técnicos que precisam ser superados antes que este bioplástico possa ser amplamente adotado, sobretudo em produtos como embalagens de alimentos e dispositivos médicos.
Primeiro, por segurança, as bactérias E. coli geneticamente modificadas precisam ser estabilizadas em diferentes condições ambientais; isso quer dizer que os cientistas precisam realizar mais estudos para avaliar os riscos potenciais. Depois dos ajustes necessários, o material precisa ser aprovado por órgãos reguladores. E, na etapa final, será preciso convencer indústrias e consumidores de que o MECHS é uma boa alternativa aos plásticos convencionais.
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Fontes: Olhar Digital, Superinteressante.
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Eduardo Mikail
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