Nós já falamos aqui no BDE sobre a quantidade de dados que geramos diariamente e sabemos que ela é imensa. Para uma quantidade de dados tão grande, é necessário espaço para armazenar e é aí que está o problema: em pouco tempo, fabricar discos rígidos (o famoso HD) com a mesma velocidade que os dados são gerados será quase uma missão impossível. Ao perceber a situação, os pesquisadores começaram a procurar uma forma compacta de armazenar os dados e a solução foi encontrada no DNA.
Embora a ideia não seja exatamente nova (o armazenamento de dados em DNA é feito desde 2012), os resultados alcançados recentemente são promissores. Um grupo de pesquisadores da Columbia University e do New York Genome Center conseguiu armazenar informações em pedaços de DNA de uma forma tão eficiente que todos os dados do mundo poderiam ser guardados em uma área relativamente pequena.
Um grama de DNA pode armazenar 215 petabytes (equivalente a 215 milhões de gigabytes e, se você não faz ideia do que isso seja, pense que os computadores domésticos atuais costumam ter 1000 gigabytes, em média, e faça uma comparação). Além de compacto, o DNA pode ser preservado e durar milhares de anos (mantido em lugar seco e fresco). E tem mais: ele não degrada fácil como CDs, fitas cassete ou disquetes.
Como funciona
Para armazenar, os cientistas usaram um algoritmo para transformar os famosos 0s e 1s das sequências binárias nas bases nitrogenadas adenina, guanina, citosina e timina (A, G, C e T). As sequências foram enviadas para uma start-up que sintetizou as cadeias e enviou para os pesquisadores o DNA contendo todos os arquivos. Para decodificar, eles usaram um programa que retornou as bases para binário e os arquivos originais foram remontados. A técnica funcionou tão bem que os arquivos praticamente não tinham erros.
O problema, entretanto, é o preço: custou 7.000 dólares para sintetizar 2 megabytes de dados nos arquivos e 2.000 dólares para ler de volta. Os pesquisadores acreditam que o custo deve diminuir ao longo do tempo e a técnica deve ser aprimorada, visto que ainda leva muito tempo para gravar os dados. O artigo com a pesquisa completa foi publicado na revista Science no início deste mês.