Os Jogos Olímpicos são uma tradição. Suas datas só haviam sido alteradas nos anos de 1916, 1940 e 1944, quando o mundo enfrentava as duas Grandes Guerras Mundiais. Infelizmente, por conta da pandemia do COVID-19, o evento que aconteceria em 2020 foi adiado em um ano, passando para Julho de 2021. Para tomar tal decisão, o Primeiro Ministro Japonês, Abe Shizo, e o Comitê Olímpico Internacional (COI) enfrentaram inúmeras dificuldades econômicas e de planejamento.
A realização do evento sem público, analisada pelo Governo, logo foi descartada. Os investimentos de 12 bilhões de dólares feito pelo Japão e de dois bilhões de dólares pelo COI necessitam do fluxo turístico para gerar retorno financeiro. Surgiu então um novo problema - quando realizar?
A escolha da data de um evento tão importante como a Olimpíada envolve a mobilização de diversas áreas. Uma delas diz respeito ao setor das redes de hotéis que, segundo o Diretor de Esporte do Comitê Olímpico (Christophe Dubi) precisaria entrar em acordo com o Governo japonês sobre a disponibilidade de vagas do parque hoteleiro e dos grandes centros de congresso que hospedariam a central de mídia durante os Jogos. Além disso, a nova data deveria levar em consideração os demais eventos esportivos de 2021, como Eurocopa e Copa América. Era interessante que eles não coincidissem para não prejudicar nenhum dos lados.
Com a nova data escolhida, outro problema apareceu para os organizadores. Toda a propaganda e produtos oficiais que já estavam em circulação levavam o nome "Tokyo 2020". Nesse caso, a solução foi simples: manter o nome do evento. Assim, além de não perder o investimento já feito, sinalizaria para comunidade internacional que apenas essa edição foi adiada e a próxima será realizada em 2024, como previsto.
A manutenção de equipamentos por um ano e a diminuição nas vendas de ingressos trouxeram custos adicionais para o evento. Para o Comitê Olímpico, esses valores extras são parte integrante da operação e, portanto, Tóquio deveria cobri-los. Em sua defesa, o ministro japonês afirma que "o Japão cobrirá os custos que teria feito nos termos de contrato existente para 2020". Ou seja, ele acredita que não é de sua responsabilidade o pagamento de possíveis gastos extras. Essa questão ainda não foi resolvida e aparentemente nenhum dos lados quer arcar com os custos.
A pandemia trouxe prejuízos em diversas áreas e é impossível negá-los. Cabe agora ao COI e ao país sede encontrarem soluções para que os danos sejam minimizados, tanto para o público quanto para os atletas.
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Fontes: Tokyo 2020, Olympic.org
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Rafael Panteri
Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.