No dia 13 de março de 2024, perdemos um irmão na Terra, o Paul Alexander. Por que devemos conhecer sua história, pois é um exemplo de força e resiliência? Nem em nossos piores pesadelos poderíamos imaginar uma realidade tão triste quanto a que ele enfrentou. Por sete décadas ele precisou ficar dentro de uma máquina chamada de pulmão de ferro, uma solução de Engenharia Biomédica para vítimas de poliomielite. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!
A era da poliomielite
A poliomielite é uma doença contagiosa causada por um vírus geralmente transmitido por água e alimentos contaminados ou pelo contato com uma pessoa infectada. E ela pode afetar tanto crianças quanto adultos, causando graves problemas, como paralisia nos membros inferiores.
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Nos anos de 1950, houve um pico da doença. A epidemia deixou um rastro de paralisia e morte em vários países ao redor do mundo. E foi justamente nesse período que pessoas como Paul Alexander e Martha Lillard foram atingidos, tendo seu sistema nervoso altamente afetado. Vários pacientes só puderam ser salvos após o resgate de uma máquina desenvolvida três décadas antes, o pulmão de ferro.
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O funcionamento do pulmão de ferro
Em 1920, James Carrel inventou o pulmão de ferro, um equipamento projetado para auxiliar a respiração de pessoas com paralisia muscular. Ele basicamente é uma câmara hermética de metal, equipada com uma bomba que regula a pressão do ar.
O pulmão de ferro, em termos de engenharia, é um dispositivo inovador que utiliza princípios da pneumática e da mecânica. A vedação da câmara é crucial para garantir a pressurização adequada e evitar a entrada de ar externo. Há uma janela de vidro, para visualização do paciente; portas de acesso, para entrada e saída do paciente, bem como o acesso para cuidados médicos; e válvulas, para controle de fluxo de ar e pressão dentro da câmara.
Diante da devastação dos anos de 1950, os médicos buscaram desesperadamente maneiras de manter os pacientes vivos. Infelizmente, na época, a única alternativa de tecnologia de Engenharia para salvar as pessoas com a capacidade de respirar comprometida era mesmo o pulmão de ferro.
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Uma vida dentro do pulmão de ferro
No pulmão de ferro, o paciente deve ficar deitado, com a cabeça para fora. E, com as condições internas da câmara, seus pulmões conseguem expandir e contrair da forma correta, como numa ventilação mecânica.
Para fazer a pressurização dentro do equipamento, é utilizado um motor elétrico acoplado a um ventilador, que gera a pressão negativa dentro da câmara. Desse jeito, o ar é expelido dos pulmões do paciente, imitando a expiração. E, por fim, toda essa pressão é controlada por sensores, garantindo níveis seguros e adequados para o paciente.
A história de vida de Paul Alexander
Paul Alexander foi diagnosticado com poliomielite aos seis anos, em 1952. A paralisia muscular do peito, consequência da doença, tornando-o incapaz de respirar por conta própria e, assim, obrigou o homem a passar o resto de sua vida em um pulmão de ferro, 24 horas por dia, dependendo de outras pessoas para realizar tarefas básicas como comer, beber e se mover.
Apesar das dificuldades, Paul se adaptou à sua nova realidade e levou uma vida plena. Ele se formou em direito, escreveu livros e se tornou um palestrante motivacional, inspirando milhões de pessoas com sua história de superação.
O legado e memória de Paul Alexander
Paul Alexander faleceu, aos 78 anos, após contrair COVID-19, marcando o fim de uma era em que nos despedimos dos últimos usuários do pulmão de ferro. Mas sua jornada corajosa deve continuar a inspirar e motivar as pessoas a superarem as adversidades de suas vidas.
Agora é crucial olharmos para o futuro da Medicina. Claro que hoje há alternativas mais modernas de ventilação mecânica. À medida que as pesquisas avançarem, devem surgir novas tecnologias e tratamentos, oferecendo mais esperança para pacientes com condições diversas e uma qualidade de vida melhor e confortável. De todo modo, para sempre o pulmão de ferro deve ser lembrado como um marco da Engenharia, sendo referência da importância da inovação e do progresso na área da saúde.
Fontes: CNN Brasil, Extra Globo, UOL.
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Eduardo Mikail
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