O radônio é um gás radioativo e inodoro presente em certos tipos de rochas e solos. É um risco geológico pouco conhecido, mas que vem ganhando atenção nos últimos anos. Esse gás invisível pode se acumular em ambientes fechados, representando um perigo significativo para a saúde humana, principalmente quando exposto em altas concentrações e por longos períodos.
Aliás, o radônio é o segundo fator de incidência de câncer de pulmão após o tabagismo e foi classificado como uma substância cancerígena pela Organização Mundial da Saúde. Saiba mais no texto a seguir, do Engenharia 360!
Qual o impacto do radônio para a Engenharia?
Antes de tudo, a geologia desempenha um papel crucial na identificação de áreas de risco, como locais com certos tipos de rochas, sedimentos, falhas ou vulcões, onde o radônio pode ser liberado em maior quantidade. E através dessa área científica, medidas de monitoramento e mapeamento têm sido implementadas para reduzir a exposição ao radônio e minimizar os riscos à saúde em ambientes fechados e locais de trabalho.
Dito isso, vale destacar que o radônio é uma preocupação em relação à Engenharia porque sua presença em áreas habitadas, como explicado antes, está relacionada às condições geológicas locais, interação entre edifício e terreno, e uso de materiais de construção específicos.
Com a identificação das áreas de risco, é possível tomar medidas para reduzir a exposição ao gás e, assim, minimizar os problemas de saúde associados.
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Quais engenharias podem contribuir para minimizar os efeitos nocivos do radônio?
Diversas áreas da Engenharia podem contribuir para lidar com o problema do radônio e minimizar os riscos à saúde associados. Algumas delas incluem:
Engenharia Geotécnica
Além de compreender as condições geológicas locais, como tipos de rochas, sedimentos e falhas que influenciam na liberação do radônio, os engenheiros geotécnicos podem realizar análises do terreno e caracterização do subsolo para identificar áreas de maior risco e desenvolver estratégias de prevenção e mitigação.
Engenharia Civil
A Engenharia Civil é essencial na concepção, construção e manutenção de edifícios e estruturas. Ao considerar a interação entre edifício e terreno, os engenheiros civis podem projetar sistemas de ventilação adequados e implementar técnicas de selagem de vazamentos para evitar a entrada do radônio em ambientes fechados.
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Engenharia de Materiais
A escolha adequada dos materiais de construção é crucial para reduzir a presença do radônio em ambientes habitados. Engenheiros de materiais podem selecionar materiais com baixa permeabilidade ao gás, o que ajuda a evitar a infiltração do radônio nas estruturas.
Engenharia Ambiental
Especialistas em Engenharia Ambiental podem ser envolvidos para desenvolver sistemas de monitoramento e mapeamento contínuos do radônio em ambientes fechados e locais de trabalho. Esses sistemas ajudam a identificar variações nos níveis de radônio e permitem que sejam tomadas ações corretivas, se necessário.
Engenharia de Segurança
A Engenharia de Segurança pode ser empregada para avaliar os riscos à saúde associados à exposição ao radônio e propor medidas de prevenção e controle que garantam a proteção dos ocupantes das edificações.
Engenharia de Minas
A Engenharia de Minas pode ser relevante em locais de mineração, onde a liberação do radônio pode ser mais significativa. Nesses casos, é essencial adotar práticas seguras de extração e ventilação nas minas para minimizar a exposição dos trabalhadores ao gás.
Além disso, é importante que essas áreas de Engenharia trabalhem em conjunto com profissionais da área da saúde e de regulamentação, para garantir que as medidas adotadas sejam eficazes na proteção da população contra os riscos do radônio.
A cooperação multidisciplinar é fundamental para enfrentar os desafios associados à presença desse gás radioativo em ambientes habitados.
Quais as possíveis origens de emissão de radônio em ambientes habitados?
Revisando, as possíveis origens de emissão de radônio nos ambientes habitados são a decomposição do urânio presente em certos tipos de rochas e solos, bem como em menor grau, a presença de materiais de construção naturais que contêm radônio.
É importante dizer que ambientes fechados, como porões e locais mal ventilados podem apresentar concentrações elevadas de gás radônio.
Quais são as concentrações seguras de radônio em locais de trabalho?
As concentrações seguras de radônio em locais de trabalho são geralmente regulamentadas pelos órgãos nacionais de saúde e segurança de cada país. Essas regulamentações podem variar , mas normalmente seguem as diretrizes e recomendações internacionais, como as emitidas pela Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
A título de curiosidade, o projeto RESPIRE é um sistema de monitoramento da Comissão Europeia que visa acompanhar em tempo real a concentração de radônio em ambientes fechados. É a nova Diretiva Europeia de Proteção Radiológica, estabelecida em 2014, define limites de concentração seguros de radônio em locais e locais de trabalho fechados.
A ICRP, por exemplo, recomenda uma concentração máxima de referência de 300 becquerels por metro cúbico (Bq/m³) para radônio em ambientes internos, incluindo locais de trabalho, para o público em geral. No entanto, é importante ressaltar que tal indicação pode mudar conforme o tipo de atividade, o setor de trabalho e a legislação nacional aplicável.
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Fontes: Tempo.
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