Os resíduos plásticos representam hoje um dos maiores problemas da engenharia moderna. Como sabemos, temos que encontrar urgente soluções inovadoras para combater a crise ambiental, mudando a forma como lidamos com o lixo. E foi justamente isso que inspirou o designer industrial californiano Reiten Cheng, criador da Polyformer, uma máquina capaz de transformar o material de garrafas PET em filamentos para impressoras 3D. 

Num primeiro momento, você pode pensar que não tem nada de mais esta notícia compartilhada pelo Engenharia 360. Mas, na verdade, tal case pode servir de exemplo para outros projetos, provocando uma verdadeira revolução no campo da economia circular. De fato, o lixo plástico tem um potencial enorme como matéria-prima. Continue lendo para saber mais!

O desafio do lixo plástico

Os números são absurdos! A cada ano, cerca de 8 milhões de toneladas de plásticos vão parar nos oceanos, causando danos irreparáveis ao meio ambiente. E isso é culpa de quem? Nossa! Porque é o ser humano que descarta, de maneira irregular, o material pelas ruas, rios e aterros sanitários, poluindo solo e águas, comprometendo a saúde de todos os seres vivos. Para amenizar o problema, só reduzindo o consumo e reciclando o máximo possível!

Neste contexto é que surgiu a ideia do Polyformer. Essa máquina foi projetada para ser de código aberto (open-source), ou seja, para ser construída e replicada por qualquer pessoa com acesso a uma impressora 3D. O objetivo é que possamos transformar quantas garrafas PET comuns pudermos em filamentos de 3D, criando, assim, novos produtos de plástico. Segundo o projetista, esse invento poderia ajudar principalmente comunidades em países em desenvolvimento.

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Sobre o funcionamento da Polyformer

O design da máquina Polyformer é modular e vertical, justamente por isso ela pode ser personalizada e ajustada de acordo com a necessidade do usuário. Outro ponto positivo é que seu funcionamento é bem simples e eficiente. O mecanismo principal é o “fatiador”, equipado com rolamentos próprios para conseguir cortar as garrafas em fitas longas e uniformes para impressão 3D (1,75 mm), que são enroladas em um carretel motorizado.

Já dentro das impressoras, as fotas são trabalhadas em termofusão, moldadas no formato desejado, gerando objetos diversos, como peças de reposição, ferramentas ou até mesmo produtos como brinquedos ou móveis.

Certamente essa baixa complexidade de montagem e operação, sem contar a possibilidade de uso de peças impressas em 3D, tornam a Polyformer uma excelente opção para centros de reciclagem - que, por conta disso, não precisam ser centralizados e dependem de mercados externos. A saber, o preço de montagem dessa máquina gira em torno de 200 dólares (dados de 2024).

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Principais benefícios da tecnologia Polyformer

• Incentivo ao empreendedorismo e promoção da economia circular atravpes da transformação de resíduos plásticos, que são recursos valiosos.
• Reutilização da matéria-prima de maneira inteligente, reduzindo a necessidade de novos recursos e diminuindo o impacto ambiental.
• Redução de custos associados à importação de materiais.
• Criação de produtos de maior valor - e que podem ser utilizados de forma sustentável - a partir de materiais descartados.
• Replicação do design open-source da máquina em qualquer lugar, incentivando a inovação nas comunidades.
• Colaboração da comunidade de makers no aprimoramento do design.
• Geração de empregos, com as operações Polyformer abrindo novas oportunidades de trabalho.
• Ferramenta de educação e capacitação, servindo de modelo para exercício da reciclagem e sustentabilidade.

Casos práticos

Não podemos negar que a maior vantagem da Polyformer é sua contribuição para a redução da quantidade de lixo no planeta, promovendo o uso responsável dos recursos naturais. Através do seu uso, as comunidades podem ganhar excelentes oportunidades econômicas - sobretudo em localidades onde os recursos são limitados e os custos de importação são maiores.

Hoje, 300 unidades da máquina já estão em operação em mais 50 países, com cerca de 3.500 pessoas diretamente beneficiadas. Os filamentos gerados são usados para a criação de produtos essenciais. A equipe de Reiten Cheng já levou a tecnologia até a África, em países como Ruanda. E o mais legal é que, antes de lançar no mercado um produto gerado pela máquina na Polyformer, eles buscam feedback e envolvem as comunidades no processo de aprimoramento, baseando os trabalhos nas necessidades reais dos usuários.

Lembrando que, na engenharia, a colaboração entre designer e usuários acelera o processo de inovação!

O futuro da reciclagem no modelo descentralizado

Tecnologias como a Polyformer podem nos proporcionar muitos benefícios. Mas, mesmo assim, a engenharia ainda precisa continuar trabalhando, pois os desafios não vão parar de surgir e a jornada continuará! Para que, no futuro, todos possam fabricar localmente seus produtos e reciclar após seu uso, tem aí muito chão pela frente. Primeiro, a ciência precisa convencer o público de que essa é uma boa ideia. Também entender como replicar o modelo em larga escala - o que é claro que vai depender de investimentos em educação e infraestrutura.

Na melhor das hipóteses, podemos vislumbrar um momento em que dependeremos menos de grandes fábricas e cadeias de suprimentos globais; nossas comunidades estariam mais fortalecidas e autossuficientes. Será que essa ideia é muito utópica? Deixe sua opinião na aba de comentários logo abaixo!

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Fontes: Deezer, Design Wanted, Inova Social.

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Eduardo Mikail

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