É assustador! Cientistas têm afirmado nas mídias que vêm observando mudanças significativas - e intrigantes - no núcleo da Terra, assim como foi exposto no artigo publicado na revista Nature Geoscience. E isso, como é de se esperar, está levantando questões cruciais sobre o futuro do nosso planeta e o papel da engenharia na adaptação de todos a essas transformações. Afinal, quais possibilidades e desafios tecnológicos temos pela frente?
Bem, fato é que, se o campo magnético do planeta está mudando, isso pode impactar as engenharias, sim, tanto no âmbito científico quanto no âmbito prático. Debatemos mais o assunto no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O núcleo da Terra e o campo magnético
Antes de tudo, vale destacar que o núcleo do nosso planeta Terra é composto por duas partes: um núcleo interno sólido (contendo ferro e níquel) e um núcleo externo líquido (com metal em temperaturas extremamente elevadas). E é esse núcleo, com todo o seu movimento, que gera o campo magnético essencial para proteger o próprio planeta da radiação solar - o que, inclusive, mantém hoje os sistemas de navegação que utilizamos funcionando corretamente -, evitando que aconteça por aqui o que ocorreu lá em Marte, por exemplo.
A saber, a rotação do núcleo interno influencia todo esse processo, mantendo o movimento do metal líquido no núcleo externo. Por isso, diz-se que qualquer mudança pode afetar toda a dinâmica da natureza, com implicações inimagináveis. Resumindo, o campo magnético é nosso escudo protetor!
O processo de enfraquecimento do campo magnético
Então, o cenário que temos hoje é o seguinte: um enfraquecimento do campo magnético da Terra, possivelmente provocando uma inversão dos polos. Isso é algo novo? Não! Já houve evento semelhante no passado geológico do planeta. Mas é algo que podemos desconsiderar? Não! Porque se a Terra está mais desprotegida, quer dizer que estamos mais expostos, assim como toda a nossa tecnologia (incluindo celulares, computadores e veículos) às tempestades solares.
Estudos recentes revelam que, com base em dados de ondas sísmicas, o núcleo interno da Terra está alterado, apresentando deformações de até 100 metros em algumas regiões; essa dança sutil e poderosa vem mexendo com um oceano de metal de fusão. A desaceleração é observada pelo menos desde 2010. É possível até que nos últimos 20 anos o núcleo tenha mudado de formato e, em algum momento, entrado em estado de pausa relativa e invertido sua rotação.
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Monitoramento e pesquisa científica
É claro que, diante dos fatos, o estudo do núcleo interno da Terra é considerado um campo em evolução; e as próprias descobertas recentes destacam a importância de continuar a investigação científica.
Esse monitoramento é necessário para que possamos prever possíveis consequências e adaptar engenharias para mitigar os efeitos sobre nosso dia a dia. Agora, a observação direta desse núcleo é complicada, pois o mesmo está a mais de 5 mil quilômetros de profundidade. Até por isso é que os pesquisadores utilizam ondas sísmicas geradas por terremotos para analisar seu comportamento. Como exemplo, podemos citar os estudos realizados pela Universidade de Pequim e Universidade do Sul da Califórnia durante os terremotos entre 1990 e 2021 - o que corroborou para a teoria de um ciclo de 70 anos.
Explicando melhor, quando essas ondas atravessam o núcleo, elas sofrem alterações em sua velocidade e trajetória, permitindo que os cientistas determinem sua rotação e outras características.
Os possíveis impactos na engenharia
Os efeitos das mudanças no campo magnético da Terra devem ser sentidos de modo sutil ao longo dos anos e décadas, mas influenciando diversas áreas da engenharia, desde a navegação (como sistemas de GPS e bússolas para transporte aéreo e marítimo) até a construção de infraestruturas (túneis, pontes e edifícios), que dependem de dados geofísicos precisos.
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Qual o papel dos engenheiros nessa história? É planejar como adaptar os projetos para que, independente do que aconteça, garantam segurança e sustentabilidade do planeta. A engenharia do futuro precisa ser resistente e adaptável, capaz de lidar com incertezas e desafios impostos; precisa conseguir acompanhar um planeta - e a humanidade - em constante transformação.
Eis o que pode estar em jogo com as mudanças no campo magnético terrestre:
- Navegação: Necessidade de atualizações constantes nos sistemas de navegação, como o GPS, para garantir a precisão e segurança em operações aéreas e marítimas.
- Comunicação: Interferência em comunicações e desorientação de satélites, o que pode afetar a conectividade global.
- Geologia: Influência nos processos geológicos, como atividades sísmicas e o deslocamento das placas tectônicas, o que é crucial para a engenharia geotécnica e a construção de infraestruturas.
Muito além das discussões de engenharia, vale destacar um dos impactos possíveis dessa mudança no núcleo da Terra, que é a alteração na duração dos dias, que pode vir a variar em alguns milissegundos - algo imperceptível sem equipamentos especializados.
Qual a conclusão que podemos tirar disso tudo? É que precisamos repensar a engenharia em um contexto de sustentabilidade e responsabilidade ambiental - estamos falando em novas soluções para energias renováveis, materiais duradouros, etc. E mais, a engenharia precisará saber contar com a colaboração de outros setores para o desenvolvimento de novas tecnologias.
Veja Também: O núcleo da Terra está desacelerando e vazando
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Eduardo Mikail
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