O Sol é fonte de luz primária, um corpo luminoso; já a Lua é fonte secundária. Então, a nossa Lua não brilha, nem os planetas ao nosso redor, nem a Terra. Mas esses corpos refletem a luz dessa estrela central do Sistema Solar. Só que esse nível de reflexão vai depender, do mesmo modo como observamos em peças feitas de diferentes materiais - por exemplo, placas de madeira e placas de metal refletem diferente. Acontece que essa capacidade de reflexão ou o "brilho" da Terra está diminuindo. E os cientistas garantem que isso tem muito a ver com as mudanças climáticas.
Por que o 'brilho' da Terra está diminuindo?
Infelizmente, muitos dos impactos das mudanças climáticas são devastadores e cada vez mais evidentes para a ciência.
Já sabemos das grandes inundações, ventos fortes e... agora, parece que também o planeta mais escuro. Isso foi constatado em pesquisa do Big Bear Solar Observatory, em Nova Jersey, nos Estados Unidos, com base em medições da luz solar refletida da Terra para a parte escura da Lua à noite. Isso confirmou que a cobertura de nuvens baixas está diminuindo devido ao aquecimento da temperatura do oceano, consequentemente a refletividade da Terra.
Outros "sintomas" das mudanças climáticas
1. Degelo em permafrosts
Permafrost é um terreno comum em regiões com montanhas altas e nas latitudes mais altas da Terra, completamente congelado (a – 0 ° C ou mais frio), neste estado por pelo menos 2 anos seguidos. Desse jeito são zonas da província russa Sibéria. E, recentemente, cientistas locais registraram temperaturas mais quentes do solo, que vêm provocando explosão espontânea de bolsões subterrâneos de gás. Este é um dos sinais das mudanças radicais que nosso planeta tem passado.
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Nota Importante:
Recentemente, simulações computacionais mostraram que a liberação de patógenos do degelo do permafrost pode causar um impacto ambiental chegando a matar 1/3 da biodiversidade em alguns casos.
Como dito antes, o derretimento das geleiras e do permafrost é impulsionado pelas mudanças climáticas, liberando microorganismos e patógenos antigos que podem representar riscos para as espécies modernas.
Embora o risco pareça pequeno (1% dos casos), o constante derretimento do permafrost aumenta a probabilidade de liberação regular desses micróbios antigos, representando um risco sério e real de danos ecológicos. Os cientistas enfatizam a importância de entender esses riscos e se preparar para possíveis invasões patogênicas, buscando também evitar o degelo do permafrost ao máximo possível.
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2. Animais mudando de sexo
Os animais também sofrem, claro, com as mudanças climáticas. Seu organismo se esforça para se adaptar às alterações de temperatura, oferta de alimentos e mais - embora tudo isso esteja acontecendo mais rápido do que a natureza poderia adequadamente se preparar, como foi ao longo dos séculos. E os cientistas já repararam que, por isso, diversas criaturas, como répteis dragões barbudos, da Austrália, estariam mudando o sexo quando são incubados a uma certa temperatura, tornando os machos cada vez mais raros à medida que o mundo aquece, possivelmente os levando à extinção.
Já nos oceanos e em outros biomas no mundo, os problemas identificados foram outros, porém ainda bastante graves. Com os níveis crescentes de dióxido de carbono do gás de efeito estufa, os peixes estariam perdendo o olfato; e sendo menos sensíveis ao ambiente, não conseguiriam encontrar alimento. Sem contar, em diversas partes do mundo, filhotes de aves eclodindo dos ovos antes do tempo. Por fim, as mudanças recorrentes da cadeia alimentar atingem de pequenas larvas a grandes mamíferos.
3. Alimentos em falta
O clima, em meio a estas mudanças climáticas, está também dificultando o cultivo de alimentos por todo o mundo. Alimentos básicos como trigo, milho e café já estão sendo afetados. E especialmente nos últimos anos, houve uma notável escassez em todos os países, elevando os preços nos supermercados. Chegou ao ponto da empresa Huy Fong Foods publiar uma nota esclarecendo aos seus clientes sobre a dificuldade de produção das suas garrafas de molho de pimenta - em comparação, é como o "molho especial" do McDonalds.
4. Escassez de água
Para finalizar, as mudanças climáticas estão até mesmo dificultando os esforços para reduzir as emissões de carbono. Recentemente, o Grupo EDF, que também atua no Brasil, precisou reduzir a produção de usinas nucleares na França, porque não havia água fria suficiente nos rios franceses. Isso também foi sentido no nosso país entre 2020 e 2021, com a diminuição do volume de chuvas, situação agravada pelo desmatamento desenfreado das florestas.
As mudanças climáticas foram tema chave da COP27, que ocorre neste ano, no Egito. A afirmação dos cientistas é de que precisamos diminuir drasticamente os impactos que causamos na natureza. Se o mundo continuar, nessa velocidade, aquecendo, provavelmente iremos testemunhar logo outras consequências inesperadas e surpreendentes.
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Fontes: G1.
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Eduardo Mikail
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