Nos tempos em que estamos vivendo, não basta não sermos racistas. Temos que ser ANTIRRACISTAS. Dessa forma, a educação é uma ferramenta aliada nesta luta. Eu como mulher, negra, engenheira e professora, gosto de estimular a prática de ações antirracistas juntamente com um letramento racial. Neste sentido, é importante refletir sobre algumas questões cotidianas, tais como:
- Você já foi na escola de seus filhos ver quantas professoras negras/professores negros eles têm?
- No seu trabalho existem políticas de inclusão racial?
- Você investe em empreendedoras(es) negras(os)?
- Sua empresa tem profissionais negras(os)? E mais importante do que “apenas” ter, que cargo ocupam? (isso é muito importante)
- Quantas(os) autoras(es) negras(os) você leu este ano?
Diante deste contexto, vamos continuar a série “Livros para ficar por dentro das questões do racismo – parte II”. (Clique aqui para conferir a Parte I).
1. Quando me descobri negra
Autora: Bianca Santana. Brasileira, jornalista, escritora e ativista.
Instagram: @biancasantanadelua
Trechos do livro:
“E reafirma, com crueldade, que nem todo lugar é lugar de preto, principalmente se sua aparência não for aceitável”.
“Eu fui branqueada em casa, na escola, no cursinho e na universidade”.
Comentário: O livro começa com a frase “Tenho 30 anos, mas sou negra há apenas 10 anos. Antes era morena”. Mulheres negras que sempre foram chamadas de morenas em função da própria política de branqueamento no Brasil vão se identificar muito com o livro. Leitura rápida, porém, impactante.
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2. Quem tem medo do feminismo negro?
Autora: Djamila Ribeiro. Filósofa e escritora brasileira. Coordenadora da coleção Feminismos Plurais (Série de livros com autoras e autores negros)
Instagram: @djamilaribeiro1
Trecho do Livro:
“Isso é fundamental para entender que o 'não lugar' de mulher negra pode ser doloroso, mas também potente, pois permite enxergar a sociedade de um lugar social que faz com que tenhamos ou construamos ferramentas importantes de transcendência. ”
Comentário: O livro é um ensaio autobiográfico, publicado inicialmente na Carta Capital. Segundo a autora, é importante falar de forma específica sobre o feminismo negro, uma vez que o feminismo universal não contempla todas as possibilidades de ser mulher. Temas como racismo reverso, empoderamento feminino e o racismo também como uma problemática branca são abordados no livro.
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3. Minha história: Michelle Obama
Autora: Michelle Obama. Advogada, executiva e primeira mulher negra a ocupar a posição de primeira dama dos Estados Unidos.
Instagram: @michelleobama
Trecho do livro:
“Muito antes de se tornar um resultado verdadeiro, o fracasso começa como um sentimento. É a vulnerabilidade que gera insegurança e depois é intensificada, muitas vezes de propósito, pelo medo”
Comentário: Trata-se de uma autobiografia. Conhecer a história de uma mulher negra de grande impacto como Michelle Obama, escrita por suas próprias palavras, torna o livro ainda mais incrível. Aborda sua trajetória pessoal e profissional e, em alguns momentos, com humor.
4. Racismo Recreativo (Série Femininos Plurais)
Autor: Adilson Moreira. Brasileiro, professor universitário, especialista em direito constitucional e direitos humanos.
Instagram: @ajmoreirabh
Trecho do livro:
“Piadas que retratam a negritude como um conjunto de características esteticamente desagradáveis e como sinal de inferioridade moral não são os únicos temas do humor brasileiro referente aos negros.”
Comentário: Este livro faz parte da coleção feminismos plurais (Coordenação Djamila Ribeiro). Sabe aqueles velhos comentários “é uma brincadeira”, “foi só uma piada”, “coisa de preto”? Seria liberdade de expressão ou racismo camuflado em humor? Estas questões são abordadas no livro. Muito interessante e extremamente necessário.
Até a próxima série!
Leia também: Entenda o racismo: confira 5 dicas de leitura para aprofundar no assunto | Lista 360
Já leu algum desses? Recomenda mais algum? Conta para a gente nos comentários!
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Bruna Arruda de Oliveira
Engenharia Química, com especialização em Gestão Ambiental, mestrado em Engenharia Mecânica e doutorado em Engenharia Química. Também é docente de Engenharia no INSPER, Embaixadora Engenheira no INSPER, ativista em Inclusão Racial no Ensino Superior, membro e mentora do Coletivo Raposas Negras do Insper (no Instagram @raposasnegras.insper) e Colaboradora do Projeto Compaixão:Ajuda humanitária no Haiti.