As transformações que geram eletricidade, bem como sua transmissão, promovem uma série de perdas de energia. No sentido de diminuir isso, há esforços da engenharia em buscar novos materiais. A gente mostra um exemplo de liga de ferro com eficiência energética.
Direta e indiretamente, materiais “engenheirados” para promover eficiência energética têm por objetivo promover economia de energia em sua produção e uso, ajudando a reduzir as emissões de carbono. Seu desdobramento, no caso é permitir a fabricação de dispositivos eletrônicos menores e mais eficientes.
Uma liga de engenheiros (trocadilho intencional) da China, Japão, Rússia e Estados Unidos assumiu essa empreitada e, como produto, gerou uma liga amorfa que se origina de um sistema de “baixo” custo, que combina Fe-Si-B-Nb-Cu (ferro-silício-boro-nióbio-cobre). O material combina com sucesso altas propriedades mecânicas e magnéticas, estando associado a um baixo custo de produção, conforme relatado no artigo publicado na revista científica Journal of Alloys and Compounds. Nesses trabalhos, podemos ver como engenheiros de materiais mergulham nos fundamentos da ciência para trazer derivações de tecnologia que chega nas nossas mãos sem que a gente sequer perceba.
"Para o desenvolvimento de novas ligas à base de ferro
com um alto complexo de propriedades magnéticas e de resistência, analisamos um
grande número de composições de ligas. Ao mesmo tempo, tentamos evitar o uso de
elementos de liga caros, como nióbio e molibdênio Todas as ligas examinadas no
trabalho foram obtidas por meio de tecnologia industrial - endurecida a partir
de um estado líquido (técnica de derretimento da fiação), "disse Andrei Bazlov,
um dos engenheiros que participaram da elaboração da pesquisa.
Como várias combinações das ligas foram testadas, foi
possível estudar os efeitos das suas composições químicas e modos de tratamento
térmico nas propriedades magnéticas e mecânicas. Os engenheiros foram então
capazes de obter ligas com altas propriedades magnéticas, plasticidade
tecnológica e resistência ultra-alta.
"Em termos de suas propriedades, as novas ligas à base
de ferro amorfo obtidas por nós superam os análogos industriais comuns não
apenas na Rússia, mas também em demais locais. Suas vantagens indiscutíveis são
o fato de apresentarem custo relativamente baixo (devido à falta de elementos
caros de liga) e simplicidade de produção ", acrescentou Andrei Bazlov.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
Agora, os cientistas planejam continuar a procurar e projetar novas composições e regimes de processamento de ligas leves magneticamente amorfas que possam ser implementadas na indústria.
Fontes: MISIS
Comentários
Kamila Jessie
Doutora em Hidráulica e Saneamento pela Universidade de São Paulo (EESC/USP) e Mestre em Ciências pela mesma instituição; é formada em Engenharia Ambiental e Sanitária pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) com período sanduíche na University of Ottawa, no Canadá; possui experiência em tratamentos físico-químicos de água e efluentes; atualmente, integra o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CePOF) do Instituto de Física de São Carlos (USP), onde realiza estágio pós-doutoral no Biophotonics Lab.