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IA pode detectar doenças antes da manifestação dos sintomas

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por Larissa Fereguetti
| 28/03/2019 | Atualizado em 06/06/2022 4 min
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IA pode detectar doenças antes da manifestação dos sintomas

por Larissa Fereguetti | 28/03/2019 | Atualizado em 06/06/2022
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A Inteligência Artificial (IA) é uma das grandes promessas de um futuro bem próximo. Esse recurso tecnológico pode se tornar imprescindível para a vida em sociedade, assim como o smartphone é atualmente. Uma das áreas que pode ser positivamente impactada é a saúde, baseado no fato de que a IA pode detectar doenças antes da manifestação dos sintomas.

ia pode detectar doenças
Imagem: robertpearlmd.com

Atualmente, a maior parte das doenças só é detectada quando já apresenta os primeiros sintomas. Mesmo que existam exames que indiquem a presença ou a probabilidade de uma doença ocorrer, a gente sabe que grande parte da população mundial não tem condições (e nem vontade) de fazer uma carga enorme de exames para procurar por doenças que podem não existir. É o tal do “caçar chifre na cabeça de cavalo”.

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No entanto, em alguns casos, é importante saber quando uma doença está prestes a se manifestar, de modo que seja mais fácil combatê-la ou tratá-la. É nesse ponto que entra a Inteligência Artificial. Basicamente, a IA está ligada a máquinas que simulam o raciocínio humano e a capacidade de tomar decisões mais propícias ao sucesso, ou seja, são “inteligentes”. Nós já explicamos em detalhes aqui no Engenharia 360 o que é Inteligência Artificial e Machine Learning.

Como a IA pode detectar doenças?

A questão é que, com a IA, os pacientes podem ser alertados sobre a possibilidade de mudanças na sua saúde com uma antecedência de meses ou anos. Isso, certamente, alegra os hipocondríacos. Não é magia ou algo assim, afinal, a IA não vai prever que você vai pegar dengue ou ficar gripado. Essa previsão diz respeito a doenças como Alzheimer, Mal de Parkinson e ataque cardíaco, por exemplo.

O monitoramento é feito em parâmetros simples, como respiração, frequência cardíaca e movimento, e também em alguns mais complexos, como substâncias químicas presentes na respiração. É uma questão de “treinamento da IA”, que consiste em alimentá-la com dados de vários outros pacientes. Os padrões existentes nesses dados permitem que a Inteligência Artificial identifique os sinais das doenças.

ia pode detectar doenças
Imagem: datameer.com

Os dispositivos podem ser implantados nas residências dos pacientes para coleta de informações. É semelhante aos apetrechos que usamos para fazer atividade física e monitorar contagem de calorias e batimentos cardíacos, por exemplo. A ideia é que, no futuro, esses dispositivos façam parte da casa, como o vaso sanitário que pode detectar ataques cardíacos que nós mostramos aqui no Engenharia 360.

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Por outro lado, é preciso ponderar a questão com parcimônia. Precisamos considerar que não podemos viver em função de tentar não morrer. Ou seja, não adianta passar uma vida inteira tentando adiantar as doenças que podemos ter, parar de usar o joelho porque pode desenvolver um problema maior nele, deixar de sair de casa ou se entupir de medicamentos. É quase como um episódio de The Big Bang Theory em que o Sheldon (aviso de spoiler!!!) constrói um robô com um monitor e decide não sair mais de casa. Se você já cogitou essa possibilidade, aqui vai um lembrete: nós todos vamos morrer.

O uso da IA é uma boa solução para idosos que vivem ou que passam boa parte do dia sozinhos, por exemplo. Também é possível usar a IA para detectar sintomas de depressão. Para tudo isso, é preciso que um médico faça o diagnóstico final. É esse profissional que deve avaliar os dados coletados pela IA, os sintomas apresentados e examinar o paciente para confirmar. Isso porque a tecnologia não é infalível. Pode acontecer algum erro na medição dos parâmetros ou no próprio diagnóstico feito pela Inteligência Artificial.

Inteligência Artificial x Ser Humano

Com tudo isso, é possível ver que a IA pode ser uma grande aliada no diagnóstico de doenças, auxiliando na detecção mesmo antes da manifestação dos sintomas. Porém, ela é uma ferramenta e não deve ser usada como opinião final. Nas exatas, estamos acostumados a, como o nome diz, coisas exatas (2+2 = 4 e pronto). Porém, quando falamos sobre medicina, a certeza é quase sempre mínima.

ia pode detectar doenças
Imagem: medicalfuturist.com

Humanos têm emoções, máquinas não (por enquanto, né?). Então, uma IA pode tranquilamente prever o desligamento de uma máquina que mantém uma pessoa viva. Por outro lado, essa é uma questão que perpassa toda a ética sobre a vida e os sentimentos e emoções humanas. Às vezes, o que uma pessoa precisa não é uma cura ou um remédio para tratar uma doença, é simplesmente o contato humano, o carinho a interação e a troca de emoções. Coisas essas que nos caracterizam como humanos.

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Fontes: BBC; The verge.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

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