Poderíamos iniciar este artigo do Engenharia 360 descrevendo Hacktown como um festival brasileiro que reúne entusiastas de tecnologia, inovação, arte, cultura e empreendedorismo. No entanto, essa definição por si só não captura a verdadeira magnitude e relevância deste evento, nem reconhece o exemplo inspirador que ele representa, com potencial para influenciar futuras exposições de tecnologia e inovação no Brasil. Mais detalhes estão disponíveis na publicação a seguir!
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O Vale da Eletrônica de Minas Gerais
O Hacktown é realizado ao longo de quatro dias intensivos na cidade de Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais. Compreender a essência desse festival exige uma apreciação das características únicas da região. Esta é a terra do chamado "Vale da Eletrônica", onde mais de quarenta mil pessoas, de acordo com o IBGE em 2019, prosperam em uma comunidade que tem forte ligação com instituições educacionais e empresas estabelecidas na cidade.
Podemos fazer um paralelo entre o "Vale da Eletrônica" brasileiro e o renomado Vale do Silício nos Estados Unidos. A criação desse rótulo, que remonta aos anos 80, visou impulsionar a indústria local, fomentando oportunidades no setor e abarcando municípios como Santa Rita do Sapucaí (centro focal), Itajubá, Pouso Alegre e Varginha.
Atualmente, Santa Rita abriga mais de 150 empresas dentro de seus limites, além de renomadas instituições educacionais, muitas das quais focadas em eletrônica, telecomunicações e informática, incluindo o Instituto Nacional de Telecomunicações. Sob a superfície do "Vale da Eletrônica" repousa uma comunidade com rica história, que prospera através de uma economia diversificada, que abarca não só a tecnologia, mas também atividades agrícolas, destacando-se o cultivo de café e a produção de leite.
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O Movimento Tecnológico no interior do Brasil
Nos anos 90, o "Vale da Eletrônica" em Minas Gerais emergiu como berço de incubadoras de empresas notáveis, que, por sua vez, desencadearam uma onda de novos empreendimentos voltados para gestão, treinamento e capacitação em todo o estado. A Associação das Empresas Exportadoras do Vale da Eletrônica (AVALEX Electronics) foi estabelecida nos anos 2000, consolidando ainda mais esse movimento.
Desde então, Santa Rita do Sapucaí tem acolhido diversas edições de feiras de Tecnologia e Inovação, catalisando um intercâmbio vibrante entre empresas, instituições de ensino e a comunidade local, junto a profissionais e entusiastas das esferas técnico-científicas, tanto nacionais quanto internacionais. Um expoente desse sucesso é o festival HackTown, que no ano de 2023 reuniu 1,5 mil marcas, 400 startups e aproximadamente 30 mil participantes, incluindo Rafael Rosa, nosso colega, que compartilhou sua vivência no evento.
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O impacto do Hacktown na Engenharia Brasileira
No final de agosto de 2023, o Engenharia 360 teve o privilégio de entrevistar João Rubens Costa Fonseca, co-fundador do HackTown e também engenheiro. Ele proporcionou uma visão curiosa e inspiradora, que aponta o HackTown como muito mais do que uma vitrine comercial; é um ambiente meticulosamente projetado para estimular a troca de conhecimento, networking e colaboração entre indivíduos de diversas áreas, bem como entre os participantes e a comunidade local.
Ele começou a entrevista delineando como a organização do festival transcende o modelo tradicional de exposições, expandindo-se para além de suas próprias instalações e tomando as ruas de Santa Rita do Sapucaí, impulsionando a economia local através de um aumento na demanda por acomodações, refeições e serviços. Palestras, exposições, workshops e debates podem ocorrer em lugares inusitados, com programas especiais de desconto para incentivar a participação ativa dos moradores, estudantes e trabalhadores locais.
O que se destaca é que, segundo João, o HackTown opera de maneira análoga às reuniões estudantis universitárias, com um foco na troca de experiências que estimulam ações práticas alinhadas às necessidades e realidades nacionais. É uma forma de reafirmar aos brasileiros o potencial do próprio Brasil, suas ideias ricas, tradições inspiradoras e o profundo talento que se estende muito além das grandes metrópoles, como São Paulo.
João Rubens sublinha a importância de moldar o ambiente do Hacktown de forma interdisciplinar, harmonizando inovação e sustentabilidade. O propósito é envolver toda a cidade de Santa Rita do Sapucaí em sua herança tecnológica, fomentar a troca de ideias entre profissionais com diferentes trajetórias, estabelecer parcerias colaborativas entre representantes de diversas áreas e criar oportunidades para aqueles que buscam não apenas lucrar com a tecnologia, mas também impactar positivamente a sociedade.
Quando questionados sobre exemplos de sucesso derivados do festival, João compartilhou que não se trata tanto de um caso isolado, mas de um conjunto de histórias que surpreenderam os próprios protagonistas. Um exemplo é a jornada de pessoas que entraram no HackTown com foco limitado em suas esferas de trabalho, mas que saíram do evento enriquecidas com aprendizados sobre tendências emergentes, empreendedorismo e sustentabilidade, interagindo com múltiplos campos e estimulando suas criatividades para alcançar horizontes que sequer imaginavam.
Com relação ao futuro, João Rubens acredita que o HackTown continuará trilhando esse caminho de despertar o Brasil para o valor do seu "Vale da Eletrônica". O festival continuará a contribuir para a educação, aprendizado e desenvolvimento profissional dos participantes, bem como a facilitar a interação entre startups e empresas consolidadas. Tudo isso ocorrerá em sintonia com os avanços tecnológicos e as mudanças nas demandas da sociedade.
Ficou interessado em conhecer o Festival Hacktown, o notável "Vale da Eletrônica" e a encantadora Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais? Está empolgado para participar da edição de 2024 do evento? Compartilhe suas opiniões conosco na seção de comentários!
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Eduardo Mikail
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