Atualmente, os celulares são parte integrante das nossas vidas. Do despertar até a hora de dormir, da comunicação ao entretenimento e trabalho, esses dispositivos se mostram essenciais. E essa tecnologia avança, mas ainda levantando preocupações sobre os possíveis efeitos da radiação emitida. Mas, afinal, qual a verdade por trás dessa teoria? O que os estudos científicos dizem? Neste artigo do Engenharia 360, vamos conferir quais as explicações e recomendações dos especialistas. Confira!
O que é radiação?
Radiação, segundo a ciência, refere-se à energia que se propaga pelo espaço. A mesma pode ser classificada de dois jeitos. Ionizante, como a emitida nos exames de raios-x e em processos nucleares, tendo energia suficiente para remover elétrons dos átomos, quebrar ligações químicas e causar danos celulares, impactando o DNA, provocando mutações genéticas e aumentando o risco de câncer.
Agora, e a radiação não ionizante? Bem, ela é como a radiação emitida por celulares. A mesma não tem energia suficiente para causar danos diretos ao DNA. Sendo assim, ela é considerada menos perigosa. Mas entenda que 'menos' não é o mesmo que 'nulo'! Quer dizer, que a exposição prolongada a essa radiação e seus possíveis efeitos acumulativos ao longo do tempo devem ser levadas em consideração.
Então, os celulares emitem radiação?
Sim, os celulares emitem radiação eletromagnética, especialmente na forma de radiação de radiofrequência (RF). Esse processo físico é gerado quando o telefone se conecta a torres de celular ou a redes Wi-Fi para transmitir dados e realizar chamadas. Isso pode ser bem medido pelo cálculo da Taxa de Absorção Específica (SAR), que indica a quantidade de energia de radiofrequência absorvida pelo corpo humano. Resumindo, quanto maior o valor, maior a quantidade de radiação absorvida.
Vale destacar que a SAR é extressa em watts por quilograma (W/kg) e também que nos Estados Unidos, o limite permitido para dispositivos móveis é de 1,6 W/kg.
Perguntas frequentes
Celulares causam câncer?
Aparentemente, não! Estudos realizados até agora não encontraram evidências conclusivas que liguem o uso de celulares ao desenvolvimento de tumores malignos.
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Todos os celulares emitem radiação?
Sim! De certo modo, todos os celulares emitem algum nível de radiação, classificado de acordo com o SAR, podendo variar significativamente.
Usar fones de ouvido elimina riscos a longo prazo?
Embora usar fones de ouvido ou viva voz possa ajudar a reduzir a exposição à radiação RF durante chamadas, isso não elimina completamente os riscos associados ao uso do celular. A exposição a esse processo físico ainda ocorre quando o dispositivo está próximo ao corpo.
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O que revelam os estudos científicos?
Queremos destacar neste artigo que um dos maiores estudos já realizados sobre o tema foi o Interphone, coordenado pela OMS. Na ocasião, foram analisados dados de mais de 5 mil pessoas saudáveis e com tumores cerebrais. Os resultados não mostraram, então, a ligação clara do uso de celulares com a evolução de câncer. Mas a OMS acabou classificando as radiofrequências eletromagnéticas como "possíveis cancerígenos para os seres humanos", um status que indica evidência inconclusiva.
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Então, a questão que pesa mesmo é a exposição excessiva a esses dispositivos. Talvez devêssemos nos preocupar em especial com as crianças, cujos sistemas nervosos continuam em desenvolvimento.
Como os testes de verificação são realizados?
Os testes para determinar o SAR devem ser realizados em ambientes controlados, simulando condições reais de uso. Geralmente, os cientistas usam um manequim de corpo humano feito de material que imita as propriedades elétricas dos tecidos de pele e órgãos de uma pessoa real, preenchido com líquido que simula a absorção de radiação. Então, sensores e antenas são posicionados ao redor para medir a intensidade desse processo físico, enquanto o dispositivo próximo é ativado para realização de chamadas.
A saber, esses testes só podem ser conduzidos em laboratórios acreditados que seguem diretrizes estabelecidas por órgãos reguladores, como a Comissão Internacional de Proteção Radiológica (ICRP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quais celulares emitem mais radiação em 2024?
Se você está preocupado em usar o celular, indicamos que leia antes o manual do usuário ou nas especificações do fabricante do dispositivo que possui. Por exemplo, aparelhos com SAR abaixo de 1.6 W/kg são considerados seguros pela Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC). Mas esteja ciente de que muitos aplicativos que monitoram emissão de radiação podem não ser precisos. Na dúvida, o melhor seria consultar um especialista e adotar hábitos mais conscientes.
Uma lista publicada pelo site Olhar Digital destaca os níveis desse processo físico de diversos modelos de celulares. As informações, fornecidas pelo Escritório Federal Alemão de Proteção contra Radiação (BfS), indicam os smartphones com os maiores índices de radiação, medidos em W/kg. Confira:
- Motorola Edge: 1.79 W/kg
- Xiaomi Mi A1: 1.75 W/kg
- OnePlus 5T: 1.64 W/kg
- ZTE Axon 11 5G: 1.59 W/kg
- OnePlus 6T: 1.55 W/kg
- Google Pixel 4a: 1.37 W/kg
- Sony Xperia XZ1 Compact: 1.36 W/kg
Por outro lado, alguns smartphones apresentam níveis baixos de radiação, como:
- Samsung Galaxy A80: 0.22 W/kg
- Samsung Galaxy Note10+ 5G: 0.19 W/kg
- ZTE Blade V10: 0.17 W/kg
Essas informações podem lhe guiar na hora de escolher um novo dispositivo para compra nas lojas!
Como Se Proteger da Radiação Emitida por Celulares
Se você deseja minimizar sua exposição à radiação dos celulares, algumas ações podem ser seguidas:
- Usar fones de ouvido ou viva-voz: Mantém o celular afastado da cabeça durante as chamadas.
- Reduzir a frequência e duração das chamadas: Diminui o tempo de exposição ao celular próximo ao corpo.
- Usar o celular em áreas com boa recepção: Em locais com sinal forte, o celular emite menos radiação, pois não precisa aumentar a potência de transmissão.
- Optar por mensagens em vez de chamadas: Sempre que possível, priorize o envio de mensagens de texto.
- Escolher dispositivos com baixo SAR: Consulte a Taxa de Absorção Específica (SAR) do aparelho antes da compra e prefira modelos com valores mais baixos.
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Fontes: Olhar Digital, BBC, CanalTech, UOL.
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Eduardo Mikail
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