Após anos se dedicando ao curso de engenharia, chega o momento da formatura e de receber o tão almejado diploma. O final de uma etapa aponta para o início de outra: chegar ao mercado de trabalho como profissional formado. Mas surge a pergunta: "qual será meu salário?".
Para saber o valor do salário que os jovens estudantes esperam receber quando estiverem com o diploma em mãos, a consultoria Universum realizou um estudo com mais de 270 mil universitários de 57 países, dentre eles o Brasil, questionando a expectativa média.
Enquanto os estudantes brasileiros lideram entre os países latino-americanos, ocupando a 26ª posição na pesquisa ao esperar ter um salário 23,5 mil dólares por ano (cerca de 1,9 mil dólares por mês), jovens universitários da Suíça, Estados Unidos e Dinamarca aparecem no topo do ranking, nas três primeiras colocações.
Para os suíços, a expectativa é de receber 79,2 mil dólares anuais (6,6 mil por mês). Já os norte-americanos imaginam que o primeiro emprego após a faculdade gere uma renda anual de 62,9 mil dólares (5,2 mil por mês). Um pouco menos ambiciosos, os dinamarqueses desejam salário de 61,2 mil dólares anuais (5,1 mil por mês).
Altas expectativas?
De acordo com a Exame.com, o diretor da Universum para a América Latina, André Siqueira, acredita que os estudantes brasileiros estejam "no meio do caminho": não estão pedindo muito pelo trabalho, nem têm expectativas modestas. Aliás, ao avaliar o custo da mão de obra, é preciso considerar ainda variáveis como o custo de vida e a produtividade de cada estudante.
Entretanto, o relatório revela que a expectativa da maioria dos jovens entrevistados é realista quanto ao salário do primeiro emprego, já que a base para as respostas é a situação econômica de seus países. Um exemplo são os vietnamitas, que aparecem na última colocação e se conformam com uma renda anual de 6 mil dólares.
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Diferença de gênero
Uma das principais conclusões da pesquisa é que estudantes do gênero feminino têm expectativa de salários mais baixos do que os homens. A Suíça, que lidera o ranking anterior, ocupa a segunda colocação na lista de países onde as diferenças na expectativa salarial entre mulheres e homens é enorme: 8,9 mil dólares anuais.
Aliás, o país europeu aparece logo depois da Arábia Saudita (diferença de 9,7 mil dólares anuais). Após a Suíça, a lista aponta Áustria (6,5 mil dólares de diferença), Austrália (6,2 mil dólares a menos) e Alemanha (6,1 mil dólares).
As estudantes brasileiras de engenharia, por outro lado, esperam ganhar 1.421 dólares a menos do que os homens, deixando o país na 39ª colocação do ranking. Porém, a prática é bastante diferente: no Brasil, a desigualdade salarial entre profissionais do sexo masculino e feminino é uma das maiores do planeta.
Prova disso é o relatório do Fórum Econômico Mundial, no qual o Brasil aparece na 129ª posição no ranking de desigualdade de remuneração entre os gêneros, onde foram analisados 144 países. Isso mostra que, infelizmente, o duelo entre expectativa x realidade ainda está longe de resultar em empate.
Fonte: Exame.com