O Britannic e o Titanic são dois famosos navios da era dos transatlânticos que compartilham uma relação de engenharia estreita. Ambos foram projetados e construídos pela mesma empresa, a Harland and Wolff, na Irlanda do Norte, sendo navios irmãos da classe Olympic. O Titanic foi lançado ao mar antes, em 1911, enquanto o Britannic foi lançado em 1914, após o trágico naufrágio do Titanic.
Acontece que, embora semelhantes em muitos aspectos, o Britannic incorporou modificações de design e melhorias de segurança aprendidas com o desastre do Titanic. E, hoje, ambos representam marcos importantes na história da engenharia naval, destacando os avanços e desafios enfrentados pela indústria naquela época. Saiba mais neste texto do Engenharia 360!
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As mudanças implementadas no HMHS Britannic após o naufrágio do RMS Titanic
O HMHS Britannic, após o naufrágio do RMS Titanic, passou por importantes modificações em seu projeto para garantir maior segurança.
O navio incorporou um casco duplo para aumentar a proteção contra colisões com icebergues. O sistema de propulsão do Britannic era semelhante ao do Olympic e do Titanic, com dois motores a vapor de tripla expansão e uma turbina. Os compartimentos estanques centrais foram reforçados para evitar falhas semelhantes às que levaram ao naufrágio do Titanic, permitindo que o Britannic permanecesse à tona mesmo com vários compartimentos inundados. E botes salva-vidas adicionais foram instalados, com capacidade para todos a bordo, e turcos gigantes foram colocados para permitir um rápido lançamento dos botes, mesmo em condições de adernamento.
Durante a Primeira Guerra Mundial, o Britannic foi convertido em um navio-hospital, com modificações visuais e internas específicas para esse propósito. Ele recebeu uma pintura branca com listras verdes e cruzes vermelhas iluminadas, e seu interior foi adaptado para abrigar cerca de 3.309 camas e atender aos feridos. No total, o Britannic possuía 58 botes salva-vidas.
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Vale destacar que, devido à urgência da conversão e às restrições de tempo, apenas cinco dos oito turcos gigantes planejados puderam ser instalados no Britannic. Aliás, os turcos gigantes eram responsáveis por abaixar os botes salva-vidas, permitindo a sua rápida liberação.
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As melhorias realizadas pensando nos conforto dos passageiros
A saber, o Britannic foi projetado para competir com outros navios de passageiros da época. Ele oferecia instalações mais luxuosas na primeira classe. No entanto, muitas dessas modificações não foram concluídas, pois o Britannic nunca realizou viagens comerciais antes de ser convertido em navio-hospital.
Adições importantes nas cabines
O Britannic tinha dimensões semelhantes ao Olympic e ao Titanic. Ele recebeu melhorias além do casco duplo reforçado e estendido até o convés F. Por exemplo, a ponte de comando foi modificada e houve melhorias nas instalações da primeira classe, incluindo uma sala de jogos para crianças e banhos individuais nas cabines.
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Durante sua construção e conversão em navio-hospital, o custo aumentou, resultando em um valor total estimado em 1,9 milhões de libras. Os elementos decorativos e mobílias do Britannic foram armazenados durante sua conversão para a marinha, e muitas das melhorias planejadas, como banhos individuais e espaços comuns para todas as classes, não foram concluídas.
Os momentos finais do navio Britannic em alto-mar
O Britannic foi navio-hospital que, durante suas primeiras viagens, contava com uma equipe médica composta por 101 enfermeiros, 336 suboficiais, 52 oficiais e uma tripulação de 675 pessoas. O capitão Charles Bartlett estava no comando do navio, e a equipe incluía o engenheiro chefe Robert Flemming e o cirurgião chefe John Beaumont.
O Britannic chegou a transportar doentes e feridos para Mudros, na ilha de Lemnos, Grécia, no mar Egeu, juntando-se a outros navios-hospital nessa rota, como o Mauretania, Aquitania e Olympic. Em viagens subsequentes, o Britannic também fez paradas em Nápoles, Itália.
Causas e consequências do naufrágio
O Britannic naufragou em 21 de novembro de 1916, após atingir uma mina submarina perto da ilha de Kea. Uma grande explosão abriu um grande buraco em seu casco.
A evacuação foi mais eficiente do que no Titanic, resultando na maioria das pessoas sendo salvas. Cerca de 1.036 pessoas sobreviveram, enquanto 30 morreram devido à explosão e ao afundamento.
A tripulação do Britannic e navios de resgate foram responsáveis pelo resgate dos sobreviventes. O naufrágio levou a melhorias nos protocolos de segurança marítima e na evacuação de passageiros. Uma das consequências significativas foi que o Império Alemão passou a considerar os navios-hospitais obsoletos e resultando em alterações nas regras para sua utilização. Depois disso, o Britannic tornou-se um destino popular para mergulhadores de naufrágios.
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Fontes: BBC, Mistérios do Mundo, Wikipédia.
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Eduardo Mikail
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