Engenharia 360

Como computadores quânticos podem ajudar no combate a epidemias?

Engenharia 360
por Larissa Fereguetti
| 11/03/2020 | Atualizado em 13/08/2021 3 min

Como computadores quânticos podem ajudar no combate a epidemias?

por Larissa Fereguetti | 11/03/2020 | Atualizado em 13/08/2021
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Os computadores quânticos são uma das grandes perspectivas tecnológicas do futuro e acredita-se que eles vão revolucionar muitos aspectos atuais, como a segurança da informação e o processamento de dados. Nesse sentido, também espera-se que eles possam ajudar na luta contra as epidemias.

No meio científico, acredita-se que computadores quânticos poderão auxiliar na descoberta de novos materiais, compostos químicos e na solução de muitos problemas matemáticos que são difíceis e complexos para os computadores convencionais que temos atualmente. Nesse sentido, quem sabe, eles podem ser úteis para ajudar na busca de novos compostos farmacêuticos, vacinas, análises bioquímicas e similares.

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imagem de computadores quânticos
Imagem: daimler.com

A computação quântica também pode ser crucial para impulsionar as famigeradas tecnologias de inteligência artificial e machine learning, que podem ser aplicadas em todas as áreas da ciência. Dario Gil, da IBM Research, afirmou ao USA Today que “O objetivo é fazer tudo o que estamos fazendo hoje em termos de descoberta de materiais, química, coisas assim, fatores 10 vezes melhores, 100 vezes melhores. (…) Isso pode mudar o jogo.

Com a emergente situação do coronavírus, que já está bem próxima de se tornar uma pandemia, uma vez que os casos superaram a marca de 110.000 nesta semana, a preocupação com a busca por formas de amortecer os impactos de doenças como essas é grande (como a busca por uma vacina, por exemplo). É aí que a computação quântica poderia fazer uma grande diferença ao permitir os avanços muito mais rápidos, como citado por Gil.

O que esperar da tecnologia no combate a epidemias?

Então, é provável que os computadores quânticos auxiliem no combate a epidemias no futuro (quando essas máquinas estiverem mais elaboradas e desenvolvidas). Infelizmente, no momento, isso ainda não é possível.

Esta não é a primeira vez que o mundo sofre uma grande epidemia. Nós vimos algumas gripes emergindo nas últimas décadas (como a suína e a aviária), além da peste negra, que assolou a humanidade no século XIV, dizimando grande parte da população. Claro, também não podemos esquecer das epidemias mais locais, como o Ebola em alguns países africanos e o combo dengue, chikungunya e Zika no Brasil.

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imagem microscópica do coronavírus
Imagem: ctmirror.org

Olhando para trás, vemos como a forma de conter essas epidemias mudou ao longo dos anos. Desenvolveram-se protocolos e tecnologias para ajudar nessa tarefa, como os exames de confirmação da doença, o sequenciamento do genoma dos patógenos, o desenvolvimento de vacinas e medicamentos, etc.

Assim, olhando para o futuro, esperamos ver um avanço ainda maior. Isso vai tanto da reação dos órgãos governamentais, que devem estar mais preparados para esses casos, até a computação quântica auxiliando a ciência a fazer seu papel em prol da sociedade.

O que é a computação quântica?

Nós já falamos sobre ela aqui no Engenharia 360, mas vale usar um exemplo simples dado pelo texto do USA Today para entender melhor. Em computadores comuns, nós temos bits e as informações são passadas por meio de 0s e 1s. Na computação quântica, por outro lado, há os qubits.

Podemos imaginar uma moeda e estabelecer que cara equivale a 1 e coroa equivale a 0. Porém, qual o estado dessa moeda quando ela ainda está no ar? Esse seria o qubit, que não é exatamente nem 0 nem 1. Jogando duas moedas, sabemos que elas não são correlacionadas, ou seja, que uma não influencia o resultado da outra. Porém, olhando para os qubits, os estados poderiam estar enredados.

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Os computadores quânticos são complexos e é bem provável que eles não tenham uso popular nos próximos anos como os atuais notebooks. Ou seja, há uma grande chance de que nós não os utilizemos para tarefas complexas. Isso acontece porque desenvolver um computador quântico ainda é um desafio, bem como mantê-lo funcionando, uma vez que requer baixas temperaturas e outras condições especiais.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

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