Os walkie-talkies são dispositivos sem fio utilizados para comunicações bidirecionais. Eles utilizam ondas de rádio (convertidas em sinais elétricos) para transmitir e receber mensagens, permitindo que duas ou mais pessoas troquem conversas de voz instantaneamente, pressionando um botão (chamado de "push-to-talk") para falar e liberando-o para ouvir. Criados inicialmente para uso militar durante a Segunda Guerra Mundial (sendo utilizados pelas forças armadas americanas, canadenses e britânicas), se tornaram populares em diversas áreas, inclusive na engenharia.
Por conta da facilidade de mobilidade, esses dispositivos continuaram sendo utilizados em operações de guerra. Recentemente, eles voltaram a ser destaque no cenário mundial, levantando questões sobre a sua segurança e o papel que desempenham na comunicação de grupos extremistas. Saiba mais no artigo a seguir, do Engenharia 360!
O incidente em Beirute
No dia 17 de setembro de 2024, milhares de pessoas ficaram feridas e nove mortos envolvendo explosões com pagers no Líbano. No dia seguinte, ocorreram explosões de walkie-talkies no país, especialmente na capital, Beirute. As vítimas, vinte mortos e trezentas feridas, estavam justamente no funeral daqueles que haviam falecido por conta dos pagers. Tais denúncias foram atribuídas a dispositivos usados por membros do Hezbollah, um grupo extremista ativo na região.
Todos esses aparelhos haviam sido adquiridos poucos meses antes e eram usados para comunicação entre os membros do grupo xiita. Essa prática é comum em contextos militares e paramilitares modernos devido à capacidade de operação em frequências específicas, permitindo comunicação instantânea sem depender de redes móveis. Mas o cenário atual põe em cheque sua segurança.
Diferença entre walkie-talkies e pagers
Walkie-talkies e pagers têm um funcionamento até que bem parecido; porém, eles servem a propósitos diferentes. Os walkie-talkies permitem a comunicação em tempo real, enquanto os pagers são dispositivos usados para envio de mensagens curtas de texto ou voz que podem ser recebidas posteriormente.
Vale destacar que os pagers foram usados pelo Hezbollah no Líbano para evitar rastreamento por parte dos inimigos devido à sua dificuldade em serem monitorados em comparação com celulares - afinal, a segurança da comunicação é uma prioridade. No entanto, mesmo com vantagens, sua cadeia de suprimentos se mostrou falha, colocando em risco os usuários combatentes.
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Funcionamento dos walkie-talkies
Os walkie-talkies funcionam como rádio de mão, operando no modo half duplex, onde um usuário fala enquanto o outro escuta. O sinal é modulado e enviado pela antena até o receptor do outro dispositivo. Quando o botão é solto, o transmissor é desativado, permitindo que o outro fale.
Explicando melhor, os walkie-talkies operam em frequências como VHF (Very High Frequency) e UHF (Ultra High Frequency). Eles podem ser configurados para trabalhar em canais específicos, evitando transferências e garantindo uma comunicação clara em diferentes ambientes. Claro que dependendo do modelo e das condições ambientais, seu alcance pode variar de algumas centenas de metros a vários quilômetros.
Vale destacar que os componentes básicos de um walkie-talkie são: antena, transmissor, receptor, alto-falante, microfone, controles e uma bateria.
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A evolução dos walkie-talkies e suas aplicações modernas
Os walkie-talkies modernos são muito diferentes daqueles brinquedos que conhecemos nos anos 80. Agora eles vêm com muitos recursos adicionais, como modulação digital para melhora do áudio; proteção contra água; códigos de privacidade para deixar as comunicações seguras; e alcance estendido para operações de longas distâncias. Essas inovações é que tornam essa tecnologia antiga ainda tão relevante nos dias de hoje, inclusive em setores como a construção civil.
O uso crescente de walkie-talkies no Oriente Médio está intimamente ligado ao aumento das tensões políticas e militares na região. As unidades que explodiram foram adquiridas meses atrás e manipuladas, recebendo chip com 50 gramas de explosivos para serem detonados em momento específico. Esse evento demonstra como esses dispositivos podem ser usados como ferramentas perigosas em conflitos armados, sujeitos a interferências externas ou sabotagem. Vale a reflexão!
Fontes: G1 - Globo.
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Eduardo Mikail
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