Em busca de um futuro sustentável, o uso de energias renováveis é cada vez mais incentivado. Porém, um dos empecilhos é que não é muito prático armazenar essa energia em larga escala, sendo necessária uma forma mais eficiente de fazer isso. Esse é um dos motivos que levou alguns cientistas a investigar a possibilidade de fazer o armazenamento de energia solar em uma nova molécula.
Desenvolvida por uma equipe da Linköpings Universitet, na Suécia, tal molécula absorve energia da luz solar e armazena em ligações químicas. Bo Durbeej, professor da universidade e líder do estudo, afirmou que:
“Nossa molécula pode assumir duas formas diferentes: uma forma parental que pode absorver energia da luz solar e uma forma alternativa na qual a estrutura da forma parental foi alterada e se tornou muito mais rica em energia, enquanto permanece estável. Isso a torna possível armazenar a energia da luz solar na molécula de forma eficiente.”
Bo Durbeej, professor de física computacional no Departamento de Física, Química e Biologia na Linköpings Universitet
Primeiro, os pesquisadores fizeram a parte “teórica”: trabalharam em simulações avançadas em supercomputadores do National Supercomputer Center (NSC). Essas simulações mostraram que a molécula que foi desenvolvida sofreria a reação química que eles buscavam de forma rápida (200 femtosssegundos). Então, pesquisadores do Research Centre for Natural Sciences na Hungria foram capazes de construir a molécula e realizar experimentos que confirmavam a previsão teórica.
A molécula é do tipo “photowitches”, que fotossensíveis e estão disponíveis em duas formas que diferem em seus arranjos (isômeras). Ambas possuem propriedades diferentes e, no caso dessa pesquisa, a diferença é no conteúdo de energia. Para conseguir armazenar grandes quantidades de energia nessa molécula, os pesquisadores tentaram fazer com que a diferença de energia entre os isômeros fosse a maior possível.
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Durbeej afirmou que a maioria das reações químicas começa com uma condição na qual a molécula possui energia elevada e passa para um estado com baixa energia, mas que, no caso da pesquisa, eles fizeram o oposto e conseguiram fazer a reação ocorrer de forma rápida e eficiente. O próximo passo, agora, é avaliar como a energia armazenada pode ser liberada da molécula da maneira mais eficiente.
O artigo científico com os resultados obtidos foi publicado na revista Journal of the American Chemical Society. Clique aqui para conferir.
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Referências: Linköpings Universitet; Phys.org.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.