Engenharia 360

Tecnologia é capaz de converter óleo de cozinha usado em biocombustível com baixo custo

Engenharia 360
por Larissa Fereguetti
| 30/10/2020 | Atualizado em 30/09/2021 2 min

Tecnologia é capaz de converter óleo de cozinha usado em biocombustível com baixo custo

por Larissa Fereguetti | 30/10/2020 | Atualizado em 30/09/2021

A pesquisa é um avanço na área dos catalisadores e pode ter grandes contribuições para a busca por processos químicos mais sustentáveis.

Engenharia 360

A pesquisa é um avanço na área dos catalisadores e pode ter grandes contribuições para a busca por processos químicos mais sustentáveis.

Pesquisadores da RMIT University, na Austrália, desenvolveram uma esponja microscópica que é capaz de transformar o óleo de cozinha sujo em biodiesel de baixo carbono de um modo muito mais fácil e barato que o utilizado atualmente. Essa microesponja também pode ter outras aplicações, segundo os pesquisadores.

Atualmente, para ser usado como combustível, o óleo de cozinha precisa passar por um processo de limpeza que consome muita energia. Os métodos de produção só podem usar matérias-primas puras, com no máximo 2% de contaminantes.

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

A esponja microscópica funciona como uma espécie de catalisados ultraeficiente. Ela transforma moléculas complexas por meio de diversas matérias-primas impuras e é tão eficiente que pode suportar matérias-primas com até 50% de contaminantes.

Para fazer o novo catalisador ultraeficiente, os pesquisadores fabricaram uma esponja de cerâmica de tamanho mícron (que é 100 vezes mais fina que um cabelo humano, por exemplo) que é altamente porosa e contém diferentes componentes ativos especializados. As moléculas passam inicialmente por grandes poros, onde ocorre uma primeira reação química. Depois, elas passam por poros menores, sofrendo uma segunda reação.

catalisador esponja de cerâmica porosa fabricada no estudo (ampliada 20.000 vezes).
A esponja de cerâmica porosa fabricada no estudo (ampliada 20.000 vezes). Imagem: rmit.edu.au

Karen Wilson, da RMIT, afirmo que o novo design do catalisador imita a maneira como as enzimas nas células humanas coordenam reações químicas complexas. “Catalisadores foram desenvolvidos anteriormente para realizar várias reações simultâneas, mas essas abordagens oferecem pouco controle sobre a química e tendem a ser ineficientes e imprevisíveis”, disse.

Segundo o site da RMIT, “É tão eficiente que poderia dobrar a produtividade dos processos de manufatura para transformar lixo, como restos de comida, microplásticos e pneus velhos, em precursores químicos de alto valor usados para fazer qualquer coisa, desde medicamentos e fertilizantes até embalagens biodegradáveis.”

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Esta é a primeira vez que um catalisador multifuncional que pode realizar várias reações químicas em sequência dentro de uma única partícula de catalisador é desenvolvido. Isso pode ser uma virada de jogo para o mercado global de catalisadores, de US$ 34 bilhões.

Além de ajudar agregar valor a recursos que seriam descartados, os a tecnologia é capaz de ajudar a reduzir a poluição ambiental da fabricação de produtos químicos, uma vez que aumenta a eficiência dos processos. É o caminho para a química verde.

O novo catalisador já pode ser usado imediatamente para produzir biodiesel. Com algumas modificações, ele pode ser adaptado para produzir combustível de aviação por meio de resíduos agrícolas e florestais, pneus de borracha velhos e até mesmo algas.

O próximo passo dos cientistas é ampliar a fabricação do catalisador de gramas para quilogramas e usar tecnologias de impressão 3D par acelerar a comercialização. A pesquisa completa foi publicada na revista Nature Catalysis (clique aqui para acessar).

PUBLICIDADE

CONTINUE LENDO ABAIXO

Fonte: RMIT University.

Leia também:

Será que essa pesquisa vai impulsionar a busca pela química verde? Comente!

Comentários

Engenharia 360

Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

LEIA O PRÓXIMO ARTIGO

Continue lendo