A legalização da Cannabis está sendo discutida atualmente no Brasil. Em muitos outros países, como o Uruguai e Holanda, o uso medicinal, recreativo e industrial dessa substância já é permitido. Não é um assunto fácil de ser discutido; o tema é bastante polêmico, com opiniões favoráveis e contrárias também. Porém, aqui, no Engenharia 360, achamos relevante comentar não questões políticas, mas as oportunidades para a Engenharia Agrícola da regulamentação (já existente há algum tempo) da produção e comercialização por parte da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
De forma legal, com o crescimento da indústria, muitas vagas de emprego e investimentos surgem todos os anos, contribuindo para a economia. Claro que isso exige uma mudança de paradigma constante e extrema da nossa sociedade. Mas, olhando para o que podevir a acontecer no mercado de trabalho, devemos estar preparados para contribuir, com nosso conhecimento de Engenharia, para o desenvolvimento sustentável do país.
O que é Cannabis
Vale dizer que a Cannabis é uma espécie de planta caracterizada por suas três principais espécies: Sativa, Indica e Ruderalis. Muitas pessoas exploram seus efeitos energizantes e psicoativos. Mas ela pode ser usada de forma mais positiva, sobretudo na Medicina, em compostos como THC e CBD, além de óleos, cremes e outros produtos. Em doses certas, oferece alívio para doenças como fibromialgia, Parkinson e Alzheimer.
Na própria Engenharia Civil, sua fibra de caule pode contribuir para a fabricação de elementos construtivos ou reforçar concreto. Outras engenharias utilizam a Cannabis em produção de papel, têxteis e biocombustíveis. Portanto, seu uso abre um leque de oportunidades para os engenheiros. Por exemplo, na Engenharia Agrícola e Ambiental, impulsionando um novo ciclo de crescimento e inovação.
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O papel dos engenheiros na produção da Cannabis
Os engenheiros agrícolas e ambientais desempenham um papel fundamental em todas as etapas da cadeia produtiva da Cannabis. Sua expertise, principalmente em tecnologia, permite fazer melhor a interseção entre culturas de forma inovadora, sustentável e eficiente.
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Os engenheiros agrícolas e ambientais devem apresentar propostas para operações de cultivo, colheita e comercialização da planta. Ademais, a atuação desses profissionais deve se estender para a manutenção da fertilidade do solo, secagem e armazenamento dos produtos derivados da Cannabis. Por fim, para o desenvolvimento de novas técnicas agroindustriais, visanto a síntese desses produtos.
Oportunidades para engenheiros agrícolas e ambientais
Uma das tarefas mais difíceis que esses profissionais devem desempenhar é o projeto e implementação de sistemas de cultivo (indoor e outdoor). Eles irão construir estufas que garantam condições ideais de temperatura, umidade e iluminação, para maximizar o crescimento das mudas. E também construir máquinas e implementos especializados.
Já nas universidades, podem realizar pesquisas cujas informações vão ajudar no desenvolvimento de novos produtos à base de Cannabis. Inclusive, é nesse tipo de estudo em que a ANVISA se baseia para autorizar a comercialização e distribuição dos produtos legais de Cannabis para os mais diferentes fins. E os dados apresentados ao mercado contribuem para a criação de startups e empresas focadas na cadeia produtiva da planta, uma grande oportunidade para engenheiros.
Lembrando que, antes de tudo, um dos desafios enfrentados pelos produtores da Cannabis legal é a manutenção da qualidade do solo e a gestão sustentável dos recursos naturais em suas propriedades. Nesse aspecto, os engenheiros agrícolas e ambientais desempenham o papel de desenvolver práticas de manejo do solo e sistemas de irrigação eficientes que minimizem o impacto ambiental.
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A Cannabis como nova commodity
Recentemente, especialistas da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais, destacaram à imprensa que a Cannabis deve ser considerada uma nova commodity no mercado agrícola. Também o Grupo Brasileiro de Estudo em Cannabis (GBEC - UFV), ressaltou que a tendência é que o potencial dessa planta impulsione nos próximos anos o mercado - de agronegócio e agricultura familiar - brasileiro e global. E, como bem dissemos antes, os engenheiros estão na vanguarda desse movimento.
À medida que a sociedade continua a discutir a questão, a reconhecer os benefícios da Cannabis e a estabelecer formas de legalizar o seu uso (claro que para os fins corretos), a demanda por profissionais qualificados na área de Engenharia Agrícola e Ambiental só tende a aumentar. Seu papel é garantir uma produção que afete menos o meio ambiente e a saúde humana, com o desenvolvimento da indústria da Cannabis sendo o mais responsável possível.
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Fontes: PETEAA.
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Eduardo Mikail
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