Desde a segunda metade do século XX a indústria automobilística vem investindo em pesquisa e desenvolvimento de veículos sustentáveis e aerodinâmicos. O interesse nos estudos abrange desde a redução no consumo de combustível, amenizando os impactos que os gases poluentes causam em nossa atmosfera, até a redução nas despesas que os proprietários de veículos leves e pesados têm com combustível e manutenção, um fator decisivo na hora da compra.
Uma das formas de reduzir o consumo de combustível é trabalhar a aerodinâmica, reduzindo o coeficiente de resistência aerodinâmica ou coeficiente de arrasto, que mensura a resistência ao ar em uma dada superfície do veículo. Atualmente este tipo de estudo é realizado pelo Laboratório Nacional Lawrence Livermore, nos Estados Unidos, onde os engenheiros Kambiz Salari e Jason Ortega realizaram testes de aerodinâmica em um caminhão em escala 1/8 num túnel de vento do Centro Pesquisas Ames, da NASA.
Segundo o site Inovação Tecnológica, os testes contaram com diversas configurações do veículo, sendo o primeiro composto de painéis fixados nas bordas laterais inferiores, amenizando o impacto do fluxo de ar sobre as rodas e demais estruturas inferiores de reboque e chassi, tendo uma considerável redução no arrasto. No segundo teste foi instalada uma carenagem na traseira do reboque, reduzindo a “esteira aerodinâmica” que o caminhão forma atrás de si.
Como resultado dos testes, tendo os dois dispositivos atuando em conjunto foi obtida uma redução no arrasto de até 25%, convergindo para uma redução simbólica de 13% no consumo de combustível. Atualmente alguns modelos de caminhões possuem dispositivos similares aos testados, porém não tão aprimorados e com ganhos ainda menores.
A ideia veio de estudos realizados entre as décadas de 70 e 80 pelo Centro de Pesquisas Dryden da NASA, que equipavam caminhões com tufos de feltro nas laterais indicando o fluxo do ar conforme o deslocamento. Posteriormente foram realizados testes com o arredondamento das bordas dianteiras e traseiras do caminhão, tanto na horizontal como na vertical, conseguindo uma redução de 54% no arrasto com somente 3% de redução no volume interno do veículo, resultando numa redução de 20 a 25% no consumo de combustível.
Na mesma época, outros testes foram realizados alterando a estrutura traseira de caminhões para uma espécie de “cauda” com redução de 15% no arrasto, o equivalente a carenagem adicionada pelos pesquisadores de Livermore. Este foi o primeiro passo para as montadoras da época começarem a fabricar veículos seguindo o novo design, o qual resultou nos caminhões que vemos nas estradas hoje em dia.
Fontes: NASA; Inovação Tecnológica
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