Recentemente, um asteroide tem chamado atenção dos astrônomos. Segundo os pesquisadores, esse corpo celeste esconde segredos sobre a formação do nosso sistema solar e até sobre o núcleo da Terra.
Com um diâmetro de 225 quilômetros, o 16 Psyche é um dos maiores objetos no cinto de asteroides do sistema solar. Os cientistas acreditam que sua formação seja principalmente ferro e níquel. E é por conta do seu tamanho e sua composição que esse asteroide apresenta um valor absurdo. Um pedaço de ferro dessas dimensões pode valer cerca de US$ 10 mil quadrilhões, mais do que a economia de todo nosso problema.
O estudo realizado utilizou observações ultravioletas para entender sua superfície e confirmar sua composição. A autora principal do projeto, Tracy Becker, explica que a "maneira que a luz ultravioleta refletia de Psyche é muito, muito similar à maneira que o ferro reflete a luz do Sol".
A partir desse estudo, foi possível detectar dois sinais de mudanças na superfície de Psyche provavelmente devido a ventos solares. Em entrevista à CNN, Becker diz - "o primeiro sinal foi que, conforme íamos mais fundo com o ultravioleta, começamos a ver o asteroide ficar mais brilhante, o que é bastante raro".
Na astronomia, isso é chamado de erosão espacial e ocorre quando partículas carregadas do Sol interagem com materiais na superfície do corpo celeste. O segundo sinal foi a detecção de faixas de absorção ultravioleta de óxido de ferro, o que indica algum tipo de interação entre o oxigênio e o metal.
O lançamento da missão para visitar Psyche estava previsto para 2023, mas foi movida para agosto de 2022. Uma nave da SpaceX partirá de Cabo Canaveral, na Flórida (Estados Unidos) e deve chegar ao asteroide em Janeiro de 2026. Com esse estudo, os cientistas poderão tirar algumas dúvidas e comprovar teorias.
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
LEIA MAIS
"Será que Psyche tem oxigênio misturado nele, do jeito que o estudo indica que pode ter? Ou outros elementos, como enxofre ou até potássio misturados na fase metálica? Podemos dizer algo sobre as condições de temperatura e pressão em que ele foi formado, baseado em sua composição, que nos diria sobre o tamanho do corpo celeste do qual saiu, e o tipo de coisa que estava envolvida na formação da Terra?"
"Uma coisa que nós podemos prometer agora é que Psyche vai nos surpreender", disse Elkins-Tanton, cientista planetária responsável pela investigação da missão.
É evidente que a tecnologia atual não é capaz de trazer o asteroide para a Terra, mas seu valor trouxe a tona o debate sobre mineração espacial. Para a cientista, esses asteroides podem servir como pequenas estações de reabastecimento para desenvolver a exploração e colonização de outros planetas.
Fontes: Sky & Telescope, CNN, CNN Brasil
PUBLICIDADE
CONTINUE LENDO ABAIXO
Leia também: Crew-1: SpaceX vai enviar quatro astronautas para o espaço
O que achou dessa matéria? Deixe nos comentários.
Comentários
Rafael Panteri
Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.