Engenharia 360

Arquitetura saudável: saiba o que é preciso para tornar os ambientes dos prédios livres de contaminantes

Engenharia 360
por Simone Tagliani
| 17/11/2020 | Atualizado em 16/01/2023 5 min
(imagem de Pixabay)

Arquitetura saudável: saiba o que é preciso para tornar os ambientes dos prédios livres de contaminantes

por Simone Tagliani | 17/11/2020 | Atualizado em 16/01/2023
(imagem de Pixabay)

O novo coronavírus nos trouxe um alerta: o de que devemos repensar a forma como pensamos e construímos arquitetura, visando prédios mais saúdáveis.

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O novo coronavírus nos trouxe um alerta: o de que devemos repensar a forma como pensamos e construímos arquitetura, visando prédios mais saúdáveis.

Em 2020, começamos a nos deparar com uma nova realidade, a do Sars-CoV-2. E diferente do que vinha focando os projetos de arquitetura contemporânea - com o incentivo à coletividade -, o distanciamento social se tornou a melhor alternativa para a preservação da vida humana.

Todavia, esta é uma realidade que não podemos mais sustentar, pois temos que buscar formas de voltarmos à nossa rotina de estudo e trabalho. Mas, enfim, algo que esta experiência já nos ensinou é a importância de repensarmos a forma como fazemos arquitetura - visando, daqui para frente, projetar locais com menor risco de contaminação.

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homem  e mulher de costas e de mãos dadas
(imagem de Pixabay)

A Covid-19 e a Arquitetura

Conforme estudos científicos realizados recentemente, tem-se uma classificação de quais seriam os modelos de arquitetura que oferecem riscos para a saúde!

Acredita-se que o novo coronavírus tem mais chances de transmissão em hospitais, bancos, lotéricas, estações de ônibus e de metrô, cinemas, restaurantes, academias e igrejas - em comparação à outros estabelecimentos, como supermercados. E entram nesta lista também os elevadores - mesmo os edifícios residenciais.

Elevador
(imagem de Pixabay)

Claro que não podemos nos esquecer de que existem outras ameaças à saúde humana além da que passamos a conhecer neste ano.

Quer dizer que, mesmo pós-pandemia, ainda precisaremos nos atentar às características dos edifícios que construídos e habitamos. Obviamente, já percebemos como a qualidade do ar tem influência direta na nossa saúde. E é aí o porquê do planejamento arquitetônico, tentando amenizar quaisquer efeitos negativos consequente das condições ambientais.

Fatores que favorecem o coronavírus

Uma coisa que já sabemos sobre o novo coronavírus é que ele permanece mais tempo em lugares fechados e com pouca ventilação!

O causador desta doença se espalha pelo ar, por meio da respiração, tosse ou fala das pessoas. As partículas caem nas superfícies como pólen e se espalham pelos ambientes por horas, antes de evaporar. E, para completar, quando o local ainda é climatizado, ficando sem filtragem e taxa de umidade adequadas, as chances da propagação destes patógenos aumenta.

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Ar condicionado em quarto de casal
(imagem de Pixabay)

Depois da crise mundial energética dos anos de 1970, aumentou o número de construção de edifícios envidraçados fechados ou com mínimas aberturas para ventilação. Os interiores destes prédios possuem uma taxa insuficiente de renovação do ar, provocando um excesso de concentração de poluentes que ameaçam a saúde das pessoas. Para resumir, esta é a receita do desastre.

O simples ato de poder renovar, de forma natural, o ar dos ambientes - principalmente casas e locais de trabalho -, ajudaria a diluir os contaminantes transportados pelo ar, minimizando as chances de contaminação.

Janela de edifício
(imagem de Pixabay)

A Síndrome dos Edifícios Doentes

Em 1982, a OMS – Organização Mundial da Saúde - reconheceu o termo ‘Síndrome do Edifício Doente’ como sendo algo real. Nesse ano, cerca de 35 pessoas morreram no estado da Filadélfia, nos Estados Unidos, após serem expostas ao ar contaminado de um hotel. E o estudo deste caso, ainda nos dias de hoje, serve como referência. 

Se uma casa ou local de trabalho provoca reações desagradáveis nas pessoas, impactando a sua saúde de algum modo, é porque tem coisa errada nesta construção que precisa ser investigada!

Aliás, existem problemas ignorados durante a construção dos edifícios que até desaparecem com o tempo. Mas outros se mantêm, deixando permanentemente os seus frequentadores doentes. Um grave problema.

Aqui no Brasil, a Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária – é a que ajuda a determinar certos padrões referenciais de qualidade para as construções, incluindo de ar interior para ambientes de uso coletivo climatizados artificialmente, com boas recomendações para controle e correção desses locais. Mas a primeira legislação nacional voltada para assuntos neste sentido só saiu na Portaria 3.523/98 – atualizada em 2000 e 2002, pelo Ministério da Saúde.

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vidro em janela de edifício representando arquitetura
(imagem de Pixabay)

A cura através do Planejamento Arquitetônico

Já sabemos, portanto, que é preciso ter uma atenção redobrada com os sistemas de ventilação dos edifícios. Seria melhor se as grandes fachadas de vidro das obras modernas pudessem ser substituídas por janelas comuns. Porém, nos dias de hoje, a tal 'Síndrome do Edifício Doente', na verdade, se tornou a 'Síndrome do Edifício Espelhado ou Arranha-céus'. E inegavelmente não há jeito para isto. A solução é planejar uma melhor ventilação mecânica para os prédios.

mulher usando máscara representando Covid 19
(imagem de Pixabay)

Primeiramente, pensando na Covid-19 e em outras doenças, talvez seja o caso de tentar complementar este tipo de sistema com purificadores de ar portáteis. Também priorizar equipamentos de aquecimento e ventilação que possam regular a umidade dos ambientes na faixa de 40% a 60%. E, finalmente, devem-se repensar os materiais de todas as superfícies, como bancadas, trocando-as por algo que possa ser mais facilmente higienizado, além de ecológico e antitóxico.

Cozinha Gourmet com bancada no centro representando arquitetura
(imagem de Pixabay)

Lembrando também que devem-se eliminar quaisquer traços de infiltrações e vazamentos. Posteriormente, revisar as condições de reservatórios de água e aparelhos de ar – olhando, principalmente, as bandejas de condensado, os filtros e as serpentinas de ar. E, ainda, restringir, por completo o acesso de animais, como roedores e aves, dentro das estruturas e instalações de equipamentos.

Seguindo estas dicas, decerto, podemos tornar a arquitetura dos prédios mais segura para os seus usuários. Estes cuidados devem nos ajudar a prolongar as nossa saúde e garantir que possíveis futuras pandemias tenham consequências menores.

casa cinza azulado com detalhes brancos e jardim com grama verde representando arquitetura saudável
(imagem de Pixabay)

E você, já tinha parado para pensar na arquitetura saudável? Comente!

Veja Também: O que deve acontecer com o urbanismo das grandes cidades pós Covid-19?


Fontes: Veja, BW Expo, Ecycle, Medicina- UFMG, Instituto de Engenharia, Scielo.

Imagens: Todos os Créditos reservados aos respectivos proprietários (sem direitos autorais pretendidos). Caso eventualmente você se considere titular de direitos sobre algumas das imagens em questão, por favor entre em contato com contato@engenharia360.com para que possa ser atribuído o respectivo crédito ou providenciada a sua remoção, conforme o caso.

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Simone Tagliani

Graduada nos cursos de Arquitetura & Urbanismo e Letras Português; técnica em Publicidade; pós-graduada em Artes Visuais, Jornalismo Digital, Marketing Digital, Gestão de Projetos, Transformação Digital e Negócios; e proprietária da empresa Visual Ideias.

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