O engenheiro mecânico espanhol chamado Juan Garrido Requena criou o motor 2 tempos "1Stroke Internal Combustion Engine (1S ICE)", que promete revolucionar a indústria da mobilidade, especialmente a F1.
Por que esta notícia é importante? Bem, é que, com o avanço da eletrificação e a abolição dos veículos movidos a combustão em muitos países, o novo motor pode fornecer uma nova vida aos veículos à combustão e impulsionar a hibridização, apresentando potencial para revolucionar a indústria e recuperar energia dissipada nos gases de escape. Mas será que é mesmo 2 tempos ou 1 tempo? Saiba tudo no texto a seguir do Engenharia 360!
Quais são as principais características do motor 2 tempos criado por Juan Garrido Requena?
Antes de tudo, vale dizer que o motor criado por Juan Garrido Requena pode ter um papel significativo no setor da mobilidade, especialmente em meio à transição para veículos mais limpos e sustentáveis. Seus atributos de eficiência energética, tamanho compacto e baixas emissões o tornam uma opção promissora para várias aplicações.
O "1Stroke Internal Combustion Engine (1S ICE)" é um motor de alto desempenho e arquitetura diferenciada. São algumas de suas principais características:
- É significativamente menor em comparação com motores convencionais de capacidade volumétrica semelhante.
- Apresenta baixas emissões de poluentes na atmosfera, tornando-o mais sustentável.
- É projetado para reduzir consideravelmente as vibrações indesejadas, melhorando o conforto e a estabilidade do veículo.
O objetivo principal do novo motor é ser usado como gerador para motores elétricos, com estes últimos sendo a principal fonte de tração para o veículo. Isso sugere uma abordagem híbrida, onde o motor de combustão interna de Garrido complementa a propulsão elétrica.
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Como o motor 2 tempos se compara aos motores 4 tempos comuns?
O motor Granadino apresenta, de fato, um conceito revolucionário de motor. Lembrando que ele promete potências equivalentes aos motores de 2.0 L convencionais, ocupando apenas um quarto do espaço e pesando menos.
Sua ausência de bielas, comando ou cabeçote com válvulas reduz o atrito, diminui a manutenção e aumenta a eficiência. Além disso, sua energia rotativa é gerada através de uma curva cinemática, proporcionando dois 'pulsos de energia' a cada volta, tornando-o mais eficiente. A ideia principal é utilizá-lo como gerador para motores elétricos e sua versatilidade.
Resumindo, com patente em diversos países - como Índia, China e Estados Unidos - e interesse de grandes empresas, o motor pode revolucionar a indústria de motores de combustão interna, oferecendo uma alternativa eficiente e sustentável em meio à transição para a eletrificação dos veículos.
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Quais são os planos do inventor para o desenvolvimento do motor?
Vale destacar que Juan Garrido Requena, antes de criar o protótipo para testes em um Mazda MX-5, fundou sua empresa, INNengine, e trabalhou no desenvolvimento do conceito por cerca de uma década.
Seu invento já atraiu a atenção de várias marcas e pode ser aplicado em diversos setores, como carros, motos, geradores elétricos, cortadores de grama, barcos a motor, moto-serras e ferramentas diversas. Além disso, o inventor tem planos de utilizá-lo em aviões e drones.
Por que até a Fórmula 1 está considerando a possibilidade de utilizar o conceito no futuro?
Neste momento, a notícia é de que a Fórmula 1 está, sim, considerando a possibilidade de utilizar o novo conceito de motor 2 tempos desenvolvido pelo engenheiro Juan Garrido Requena devido às vantagens e características promissoras do motor citadas antes.
A indústria automobilística está atenta ao motor, e a Fórmula 1 considera a possibilidade de utilizá-lo no futuro devido ao seu potencial revolucionário na eficiência energética e no desempenho. Enfim, a hibridização com esse motor parece ser uma opção mais eficiente no curto e médio prazo, permitindo que os veículos elétricos sejam usados de forma mais seletiva até que as cidades estejam mais preparadas para recebê-los.
Mas, afinal, esse seria um motor 2 tempos ou motor 1 tempo?
Recentemente, alguns dos nossos leitores têm questionado se o motor desenvolvido por Juan Garrido Requena seria classificado como um motor de 2 tempos, conforme anunciado por algumas mídias, ou um motor de 1 tempo, conforme mencionado pelo próprio fabricante em algumas entrevistas. Para esclarecer essa questão, buscamos a opinião de um especialista em Engenharia Mecânica.
É inegável que esse motor revoluciona todo o espectro do setor, realizando várias funções de maneira diferenciada. Nas imagens, podemos observar dois pistões, um de frente para o outro, ambos realizando um movimento. A classificação usual de motores em 2 tempos ou 4 tempos, encontrada nos veículos convencionais, baseia-se na construção tradicional de um motor, que possui um eixo com virabrequim na parte inferior. Em outras palavras, um motor de 2 tempos conclui todas as quatro etapas (admissão, compressão, explosão e exaustão) em uma única rotação completa do pistão, enquanto um motor de 4 tempos realiza essas etapas em duas rotações do pistão.
Talvez a dúvida surja do uso do termo "tempo" nesse contexto. Claro que existem razões para considerar que o motor 1S ICE (nome dado ao motor em questão) poderia ser chamado de um motor de 1 tempo, pois todas as etapas são realizadas no movimento de abrir e fechar do pistão. O desenvolvedor chama o motor de 1 tempo porque '1Stroke' significa '1 tempo'. Além disso, há dois pistões no motor, e os quatro processos são divididos entre eles. Nesse cenário, cada pistão realiza metade do ciclo, o que justificaria chamar um motor com dois pistões de "um tempo". No entanto, essa nomenclatura não se alinha à terminologia comumente usada em Engenharia.
As características apresentadas por Garrido para esse motor são inovadoras e não são comuns na prática. Em resumo, não há erro em chamar esse motor de 1 tempo ou de 2 tempos.
O desenvolvedor realmente o comercializa como um motor de 1 tempo. Ele explica em um vídeo anterior que há um ciclo (sobe e desce) a cada metade da rotação do eixo. No entanto, levando em consideração o conceito de ciclo conforme mencionado por Franco Brunetti em seu livro "Motores de Combustão Interna", Vol. 1, pág. 36, da Editora Blucher, em 2018, que define o tempo como o curso do pistão, podemos argumentar que esse motor '1Stroke', apesar do nome, poderia ser classificado como um motor de 2 tempos. O que você acha?
"Ciclo de operação, ou simplesmente ciclo, é a sequência de processos sofridos pelo FA, processos esses que se repetem periodicamente para a obtenção de trabalho útil. Entendem-se por tempo o curso do pistão, e não se deve confundir tempo com processo, pois, ao longo de um tempo, poderão acontecer diversos processos (...)." - Franco Brunetti.
Essa divergência de interpretação pode ser resultado de uma estratégia de marketing do desenvolvedor ou simplesmente uma diferença entre a inovação do produto e a terminologia existente, já que motores de 2 tempos convencionais já são conhecidos, embora o produto em questão seja de fato diferente. Deixe sua opinião na aba de comentários!
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Fontes: Moto Mundo, Quilometros que Contam.
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Eduardo Mikail
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