Em 1961, um pequeno grupo de cientistas se reuniu para discutir a existência de vida terrestre inteligente. O encontro foi organizado pelo rádio astrônomo Frank Drake, e entre os presentes estava o astrônomo Carl Sagan. Antes da reunião, Drake escreveu todos os fatores que determinam a possibilidade da existência de vida inteligente em algum lugar do universo, a Equação de Drake. Continue lendo este artigo do Engenharia 360 para saber mais!
A Equação de Drake em Detalhes
Apresentação da fórmula
Definição dos termos
- N é o número de civilizações extraterrestres em nossa galáxia com as quais poderíamos ter chances de estabelecer comunicação.
- R* é a taxa de formação de estrelas em nossa galáxia.
- fp é a fração de tais estrelas que possuem planetas em órbita.
- ne é o número médio de planetas que potencialmente permitem o desenvolvimento de vida por estrela que tem planetas.
- fl é a fração dos planetas com potencial para vida que realmente desenvolvem vida.
- fi é a fração dos planetas que desenvolvem vida inteligente.
- fc é a fração dos planetas que desenvolvem vida inteligente e que têm o desejo e os meios necessários para estabelecer comunicação.
- L é o tempo esperado de vida de tal civilização.
Valores estimados
- R* - estimado em 1/ano.
- fp – estimado entre 0,2 a 0,5.
- ne – entre 1 a 5.
- fl – estimado em 1.
- fi – estimado em 1.
- fc – estimado em 0,1 a 0,2.
- L – estimado entre 1000 a 100,000,000 de anos.
Limitações da equação
Desde sua criação, a equação de Drake nunca foi acurada. Muitos de seus parâmetros são extremamente difíceis de quantificar, o que levou alguns críticos a dizer que ela não era muito melhor que uma suposição, ou até mesmo que era completamente inútil. Felizmente, hoje os cientistas conseguem coletar dados que tem um impacto muito significativo sobre a equação de Drake.
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O impacto do telescópio Kepler
Lançado em 2009 pela NASA, o telescópio espacial Kepler foi projetado para procurar por exoplanetas (planetas fora do nosso sistema solar) orbitando outras estrelas e com isso, produzir uma estimativa da quantidade de estrelas que possuem planetas.
Novas estimativas de parâmetros
Até agora, o telescópio Kepler identificou aproximadamente 2000 candidatos a exoplanetas, um número muito superior aos aproximadamente 400 que eram conhecidos antes de seu lançamento. O telescópio Kepler é capaz de detectar exoplanetas do tamanho de Netuno ou menores, enquanto antes só conseguimos detectar exoplanetas do tamanho de Júpiter. Isso causou uma mudança dramática acerca do entendimento dos astrônomos acerca do número de planetas semelhantes à Terra ao redor de outras estrelas.
E ainda, segundo Amri Wandel, professor na Universidade Hebraica de Jerusalém em Israel:
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Os recentes resultados da missão Kepler reduzem significativamente as incertezas dos parâmetros astronômicos da equação de Drake
Voltando à equação de Drake, alguns números são simples de estimar. A taxa de formação de estrelas na Via Láctea é de aproximadamente 7 estrelas por ano, segundo os últimos cálculos da NASA e da Agência Espacial Europeia.
Implicações da Equação de Drake
Probabilidade de vida extraterrestre
Análises recentes de microlentes gravitacionais mostram que a fração de estrelas que possuem planetas é próxima a 1, ou seja, estrelas orbitadas por planetas são mais a regra do que a exceção.
A saber, a média do número de planetas e satélites que podem suportar vida por estrela foi definido mais recentemente em novembro de 2013.
Com base nos dados coletados pela missão espacial Kepler, existem aproximadamente 40 bilhões de planetas com aproximadamente o mesmo tamanho da Terra orbitando as zonas habitáveis de estrelas parecidas com o nosso Sol e anãs vermelhas na Via Láctea. 11 bilhões desses planetas orbitam estrelas como o nosso Sol. E como existem aproximadamente 100 bilhões de estrelas em nossa galáxia, isso implica que. Ainda conforme os cientistas, o planeta mais próximo numa zona habitável está a 10 anos-luz.
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A busca por inteligência extraterrestre
A fração de planetas que desenvolvem vida foi estimada em 2002 por Charles H. Lineweaver e Tamara M. Davis da Universidade de New South Wales e do Centro Australiano de Astrobiologia em planetas que existem há pelo menos 1 bilhão de anos. Já a fração de planetas que desenvolvem vida inteligente é tema de muita controvérsia. De um lado, cientistas dizem que o aparecimento de vida inteligente é algo extremamente raro, enquanto outros dizem que o aparecimento de vida inteligente é algo imperativo, implicando que é próximo de 1.
A fração de civilizações que emitem sinais detectáveis de sua existência no espaço também pode ser um número extremamente especulativo, se considerarmos que se pode levar séculos ou milênios desde o surgimento de uma civilização até que ela desenvolva uma tecnologia de comunicação capaz de enviar sinais para o espaço ou até mesmo que ela chegue e este estágio de desenvolvimento e se recuse a enviar sinais para o espaço.
Expectativa de vida das civilizações
Por fim, a expectativa de vida de tal civilização pelo período pelo qual pode se comunicar através do espaço ainda não chegou a um consenso. Carl Sagan disse que este é o fator determinante da equação de Drake para um número grande ou pequeno de civilizações no Universo. Em outras palavras, isso seria a habilidade de uma civilização tecnologicamente avançada de evitar a autodestruição. No caso de Carl Sagan, a equação de Drake foi um grande fator motivacional para o seu interesse em problemas ambientais e seus esforços em informar os perigos de uma guerra nuclear.
Estes esforços para tentar preencher as lacunas na equação de Drake nas últimas décadas, mesmo que ela seja mera especulação, servem para fomentar a discussão acerca da existência de vida extraterrestre. E se algum dia a humanidade descobrir uma forma de vida extraterrestre inteligente, isso seria um divisor de águas para a história da humanidade.
Dica adicional
Como estamos de férias da faculdade, nada melhor do que assistir a um filme, não é mesmo? O filme Contato, de 1997, conta um possível cenário de como seria o primeiro contato da humanidade com uma forma de vida extraterrestre inteligente. Vale a pena assistir!
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Por Douglas Moura, estudante de Engenharia Civil, saxofonista amador e programador autodidata, acredita que pode mudar o mundo um passo de cada vez. Ama jazz, software livre e ciências exatas.
Fontes:
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Eduardo Mikail
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