O Ministério da Infraestrutura anunciou que agora, em 2022, o Aeroporto de Congonhas (Aeroporto Deputado Freitas Nobre), localizado na cidade de São Paulo, terá um novo sistema de frenagem de aviões, a tecnologia EMAS. Mas por que será que essa notícia é tão impactante? Você sabe? Lembra do lamentável acidente aéreo de 2007, com o voo TAM 3054? Agora, continue lendo este texto para entender a relação!
Conhecendo a tecnologia EMAS
O EMAS (Engineered Material Arresting System) é uma tecnologia utilizada para aumentar a segurança dos aeroportos e evitar acidentes graves, principalmente em aeroportos com limitação de espaço para a pista. Um exemplo desta limitação é o Aeroporto de Congonhas.
Mas voltando à questão do EMAS, o sistema é composto por uma superfície especial, formada pelo ajuste de blocos de concretos diferenciados. Sua finalidade é desacelerar e parar as aeronaves que, numa emergência, estiverem aterrissando e ultrapassarem a área limite do final da pista. E isso, infelizmente, é o que aconteceu no dia 17 de julho de 2007, quando um voo doméstico Airbus A320-233 tentou pousar na pista 35L em São Paulo, mas não conseguiu frear, ultrapassando os limites da pista.
Velho sistema x novo sistema
Inicialmente os aeroportos usavam camadas de cascalho. Contudo, o material duro que era jogado para cima na hora da frenagem tendia a perfurar os tanques de combustível das asas. O combustível derramado sobre os cascalhos e o atrito do avião sobre eles iniciavam um incêndio difícil de extinguir.
Já com a tecnologia EMAS, quando a aeronave ultrapassa o limite da pista, e avança sobre a área de blocos de concreto celular pré-moldados, ela esmaga os blocos e os arrasta. E, na sequência, quanto mais ela avança, maior é a desaceleração.
O sistema foi projetado para que os blocos sejam esmagados sob o peso da aeronave, de forma confiável e previsível, facilitando uma desaceleração rápida e suave. Entretanto, também foi desenvolvido para aeronaves pesando acima de 5700 Kg de MTOM (massa máxima de decolagem), não sendo tão eficaz para aeronaves menores.
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A tecnologia, que começou a ser desenvolvida na década de 1990 pela FAA (Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos), já é utilizada em aeroportos da Europa, Ásia e Estados Unidos e conta com certificação internacional de diversas autoridades de aviação civil pelo mundo.
Caso Congonhas
O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, será o primeiro aeroporto da América Latina a usar esse sistema. Segundo o governo, a tecnologia foi contratada em fevereiro de 2021 a um custo de 122,5 milhões de reais. E as obras já estão com os trabalhos prontos - sistema finalizado em julho de 2022.
A pista principal do Aeroporto de Congonhas terá duas áreas de escape: uma de 70m x 45m na cabeceira de uma pista e outra, de 75m x 45m, na cabeceira da outra. Explicando com mais detalhes, a profundidade da camada de blocos vai aumentando gradualmente conforme vai aumentando a distância entre o início do sistema e o fim da pista, normalmente de cerva de 25 cm até 75 cm.
Aliás, a pista do aeroporto de Congonhas já havia recebido, em setembro de 2020, uma Camada Porosa de Atrito (CPA) para evitar a aquaplanagem das aeronaves - algo que ocorre quando o avião perde o contato com o solo em dias de chuva. Este sistema já facilita o escoamento da água dando maior aderência aos pneus da aeronave. Nesse momento, a reforma da pista teve o custo de 11,5 milhões de reais.
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Mas as obras do Aeroporto de Congonhas só foram iniciadas 15 anos após o acidente que envolveu uma aeronave modelo A320 da companhia aérea TAM. Infelizmente, na tragédia 187 pessoas, passageiros e tripulantes, que estavam a bordo, e mais 12 pessoas, que estavam em solo, perderam suas vidas. Com a nova reforma, todos esperam que acidentes como este nunca mais se repitam!
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Fontes: G1. Skybrary, Aeroin, Airway.
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Eduardo Mikail
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