Apesar da tecnologia 5G ainda não ser utilizada em todo o globo, a sexta geração de telefonia já tem previsão de lançamento. Um estudo, feito pela Samsung, aponta que o 6G será comercializado em 2028 e substituirá com vigor a sua antecessora dois anos depois.
Avanços acelerados
No dia 14 de julho, a Samsung publicou um resumo de um artigo científico, denominado "A próxima experiência hiperconectada para todos". No white paper, a empresa afirmou que a tecnologia 5G será responsável por determinar o futuro das gerações, além de padronizar a comunicação entre as pessoas.
Sunghyun Choi, líder da organização, afirma que a idealização do 6G não é precoce, tendo em vista que a pesquisa dura cerca de uma década para que a tecnologia passe a ser comercializada. "Já lançamos a pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias 6G, aproveitando a experiência e a capacidade que acumulamos ao trabalhar em várias gerações de tecnologia de comunicações, incluindo 5G. No futuro, estamos comprometidos em liderar a padronização do 6G em colaboração com várias partes interessadas nos setores industrial, acadêmico e governamental.", completou.
Além disso, a empresa enfatiza que o espaço de tempo entre um avanço tecnológico e outro está cada vez menor. Foram quinze anos para a transição do 2G para o 3G, e apenas oito para a introdução do 4G e 5G. Esse avanço acelerado apresentará a sexta geração de telefonia móvel em 2028, cujo planejamento já foi idealizado pela Samsung.
Quais serão as mudanças?
O 6G não será somente utilizado por humanos, mas também por máquinas. Essa tecnologia, que substituirá o 5G (até o momento inacessível no Brasil), permitirá a criação de réplicas digitais, realidade estendida (XR), hologramas móveis e outros serviços avançados. O objetivo é que o 6G seja 100 vezes mais seguro que a antecessora e que possa conectar mais de 10 milhões de dispositivos por quilômetro quadrado.
A velocidade também será melhorada. A Samsung espera que o 6G alcance a velocidade de pico de 1 terabit por segundo na rede, permitindo que os usuários tenham uma experiência de 1Gb/s, e latência no ar (tempo de resposta de um comando) menor que 100 µs (microssegundos). Além disso, a companhia adianta que a nova geração de tecnologia de comunicação deverá comportar aviões, plataformas em elevadas altitudes (HAPS) e satélites, e superar os limites dos dispositivos móveis.
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Máquinas serão as principais usuárias do 6G
A rede 6G deve ser direcionada principalmente as máquinas. A ideia é que em 2030 sejam 500 bilhões de dispositivos conectados, sendo que essa tecnologia será dirigida às máquinas de construção, drones, carros, robôs e equipamentos de fábricas.
É por esse motivo que a sexta geração de telefonia móvel deverá ser rápida e confiável, dado que uma máquina excede as aptidões humanas. Uma máquina é capaz de ultrapassar os limites de uma pessoa comum em relação às latências: enquanto o ser humano só percebe até 100 microssegundos e capta ondas de 280 a 780 nm, um robô transcende esses números.
Casos de uso do 6G
A Samsung divulgou alguns casos de uso do 6G que podem parecer abstratos. Será possível usar a nova tecnologia para produzir hologramas de elevada fidelidade e até mesmo realizar réplicas digitais.
Na criação de uma cópia de uma fábrica, por exemplo, a inteligência artificial poderá corrigir no mundo real algum problema detectado na simulação da réplica digital. Segundo a Samsung, “Os desafios técnicos [das réplicas digitais] são significativos. Para duplicar uma área de 1×1 metro, por exemplo, precisamos de um terapixel, que requer uma taxa de transferência de 0,8 Tb/s, assumindo uma sincronização periódica de 100 ms e uma taxa de compressão de 1/300”.
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A realidade estendida (XR) também deve ser alcançada, mas poderá exigir transmissões 16K, que exigiriam uma banda de mais ou menos 900Mb/s. Condição esta que não poderia ser atendida pelo 5G sem alguns engasgos.
Como o 6G será implantado?
Imaginar o 6G e seus benefícios para a sociedade é fácil. No entanto, colocar essa nova tecnologia em prática e encontrar um padrão de modo que corresponda aos critérios é uma tarefa árdua. Pensando nisso, a Samsung designou algumas tecnologias para atuar nas redes da sexta geração de telefonia.
O 6G deverá funcionar em frequências na casa dos terahertz, no que tange ao campo do espectro. Essa tecnologia emitiria ondas de até 3.000 GHz, superando o 5G mmWave, que opera entre 6 e 110 GHz. Tendo em vista que frequências mais elevadas têm uma diminuição na penetração do sinal, seria necessário otimizar a arquitetura das antenas, além de elaborar novos protocolos.
Em áreas desérticas e marítimas, o 6G forneceria conexão por meio da sua instalação em satélites e plataformas de elevada altitude. Para que as operadoras evitassem a perda de tempo e dinheiro, desenvolvendo a rede e oferecendo um desempenho mais contínuo ao usuário em células distintas, uma topologia de rede mash poderia auxiliar o 6G a alcançar uma cobertura amplamente superior, além de otimizar, de modo automatizado, novas antenas.
A chegada em 2028
A União Internacional de Telecomunicações (ITU, na sigla em inglês) pretende iniciar os trabalhos relacionados às especificações do 6G por volta de 2021, conforme foi dito pela Samsung. As primeiras redes de sexta geração viriam em 2028, já a comercialização global deverá acontecer somente em 2030, segundo a companhia.
Enquanto o 6G não sai do papel, saiba como a rede 5G está mudando o mercado!
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Fontes: Tecnoblog; Olha Digital.
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Samira Gomes
Engenheira de Produção formada pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF); certificada como Yellow Belt em Lean Seis Sigma.