A decomposição do lixo orgânico armazenado em aterros sanitários libera um líquido tóxico e difícil de tratar, conhecido como chorume. É obrigação legal e um compromisso com o meio ambiente tratar corretamente o suco de lixo. Mas o tratamento do chorume é um desafio que requer muito estudo para definir a melhor alternativa, levando em conta segurança ambiental, adequação às exigências legais e garantia de qualidade do processo.
O caso é grave! Segundo dados de 2017 da Abrelpe - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais -, o Brasil gera cerca de 78,4 milhões de toneladas de resíduos sólidos por ano, sendo que a maior parte é disposta no solo, em aterros sanitários, aterros controlados e lixões.
Por que a destinação correta dos resíduos é uma preocupação ambiental?
A destinação correta dos resíduos é uma preocupação ambiental porque o descarte inadequado dos resíduos pode levar à contaminação do solo e da água, bem como causar poluição do ar. Isso pode afetar a saúde humana e dos ecossistemas que dependem desses recursos naturais.
Caso o chorume fique exposto, ele pode gerar mau cheiro, liberar gases que provocam o efeito estufa e atrair espécies que transmitem doenças. Além disso, se o suco de lixo não for tratado adequadamente, pode contaminar o solo e o lençol freático, afetando toda a comunidade que depende desses recursos naturais. Portanto, é importante que os resíduos sejam destinados adequadamente e que o chorume seja tratado de forma segura para o meio ambiente e para a saúde pública.
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Qual o papel dos aterros sanitários no descarte de rejeitos sólidos?
Nas últimas décadas, algumas medidas - embora poucas - vêm sendo tomadas pelos governantes atendendo ao apelo ambiental em relação aos resíduos sólidos. A implantação de aterros sanitários para substituir lixões e aterros controlados é uma dessas medidas, assim como a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) em 2010 para regularizar a disposição ambientalmente adequada de resíduos sólidos no país.
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Vale destacar que o papel dos aterros sanitários no descarte de rejeitos sólidos é importante e necessário. Mas, ainda sim, a decomposição do lixo orgânico armazenado libera o tal líquido difícil que precisa ser tratado, o chorume.
Como funciona o ciclo de tratamento do chorume?
O chorume é um líquido tóxico e mal cheiroso que é produzido pela decomposição de resíduos orgânicos em aterros sanitários. É constituído basicamente de uma mistura de substâncias orgânicas e inorgânicas, compostos em solução e em estado coloidal e diversas espécies de microrganismos e é tóxico e contaminante.
O tratamento do suco de lixo constitui-se na principal preocupação quanto à degradação ambiental de áreas localizadas próximas ao local de disposição final dos resíduos sólidos urbanos. Mas as tecnologias de proteção e de recuperação do meio ambiente têm conseguido resultados revolucionários no Brasil e no mundo.
O objetivo do tratamento do chorume é transformá-lo em água pura para evitar a contaminação do meio ambiente. No entanto, há muitos indicadores que dificultam o processo, como o volume variável, a elevada carga orgânica e poluidora na composição e a resistência aos métodos convencionais de tratamento.
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Quais são as consequências do mau tratamento do chorume?
Para tratar corretamente o chorume, é necessário seguir as normas ambientais e utilizar tecnologias adequadas que possam lidar com a elevada carga orgânica e poluidora da composição do líquido. No entanto, existem algumas dificuldades no processo de tratamento, como, por exemplo:
- o volume variável causado pela combinação da chuva e do processo de decomposição do lixo,
- a resistência aos métodos convencionais de tratamento,
- a destinação final do suco de lixo tratado para um corpo d’água,
- além de atender às normas e regras ambientais exigidas.
A saber, não é possível levar o chorume para estações de tratamento de esgoto que não tratam suco de lixo, pois a composição do chorume é diferente da do esgoto e, portanto, exige tecnologias diferentes para o tratamento.
O mau tratamento do chorume pode trazer consequências graves para o meio ambiente e para a saúde pública. Caso seja despejado diretamente no solo, o suco de lixo irá escorrer até o lençol freático e contaminar a água que será posteriormente extraída para uso humano. Além disso, o chorume gera mau cheiro e libera gases que provocam o efeito estufa, atraindo aves carniceiras, moscas e outras espécies que transmitem doenças.
A geração de lixiviados constitui-se na principal preocupação quanto à degradação ambiental de áreas localizadas próximas ao local de disposição final dos resíduos sólidos urbanos, uma vez que o tratamento desses efluentes tem se mostrado um grande desafio devido a sua complexidade na composição. Por isso, é importante que o tratamento do chorume seja prioritário nos aterros sanitários para garantir a proteção ambiental e da saúde pública.
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Fontes: Flush Engenharia, Blog 2 Engenheiros.
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Eduardo Mikail
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