O Engenharia 360 teve o privilégio de participar do evento 'What's New in SOLIDWORKS 2024', sediado em São Paulo, onde tivemos uma conversa enriquecedora com Timoteo Muller, diretor de vendas da Dassault Systèmes no Brasil. Ele falou sobre a evolução da Engenharia e a importância dos softwares, especialmente o SOLIDWORKS, nesse cenário. Confira a seguir como foi essa conversa, conduzida pelo redator voluntário Rafael Nakahara, cheia de insights valiosos sobre as tendências, avanços e perspectivas futuras dentro desse universo em constante transformação.
1. Antes de entrarmos nos detalhes do SOLIDWORKS 2024, podemos falar um pouco sobre como o mundo da Engenharia tem evoluído e a importância de softwares como o SOLIDWORKS acompanharem essas mudanças?
"A gente pode responder essa pergunta fazendo uma pequena conexão com o que a gente viu desde o começo do ano com a explosão do Chat GPT – muitos já conheciam e estudavam a Inteligência Artificial há anos, enquanto outros descobriram a tecnologia quando ela se tornou popular.
Com essa popularização, uma discussão atrelada foi o de como utilizar essa ferramenta para potencializar meu trabalho, estudo, etc. Um ponto-chave para nós, dentro da Dassault Systèmes, por ser uma empresa científica, é estarmos sempre olhando para inovações e tendências e como isso pode ser incorporado no mundo da Engenharia. Essa questão da Inteligência Artificial é algo que há alguns anos está no nosso radar e estamos desenvolvendo soluções internas justamente para ajudar na construção de modelos '5 estrelas', como a gente chama.
Hoje na apresentação pudemos ver dois modelos em comparação – um gerado por projetista e/ou por IA. No modelo da IA, percebemos que o objetivo final foi alcançado muito mais rápido e com menos erros do que o modelo do arquiteto. Isso é benéfico para a velocidade do projeto e também sua qualidade. Nós estamos de olho nisso e incorporando essas tecnologias dentro do escopo da 3D EXPERIENCE."
"Muita gente está hoje preocupada em ter o trabalho substituído por máquinas, mas nós entendemos que não. O engenheiro e arquiteto projetista vai acabar de tornar muito mais um idealizador e a parte mecânica será realizada pela IA. Seria como se o projetista dirigisse a orquestra, tornando o trabalho mais nobre."
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2. Para transformar o mundo, é necessário combinar inovação, tecnologia e Engenharia. Partindo desse princípio, como você vê os últimos avanços na modelagem 3D em Engenharia? E de que forma essas mudanças influenciam a evolução do SOLIDWORKS?
"Uma das principais características do SOLIDWORKS, que se torna tão potente, é o portfólio 3DEXPERIENCE Works. A gente abraçou o melhor do SOLIDWORKD junto com o 3D EXPERIENCE e formatou esse portfólio. Toda parte de design e link com a impressão 3D e em metal vêm de tecnologias CATIA acessíveis aos usuários SOLIDWORKS. Para ser SOLIDWORKS tem que ser fácil de usar, de aprender e implementar.
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Nós conseguimos alinhar a capacidade de 3D EXPERIENCE de forma que seja fácil para o usuário. E para responder sua pergunta, entendo que seja muito mais sobre uma evolução do que é projeto. Até a década passada - 2015, nossa concepção de projeto se limitava ao projeto 3D. Hoje vemos o projeto além do design 3D, ele precisa ter validade. O projetista precisa simular em cima do projeto construído para entender qual o impacto que ele terá no produto. Combinar arte, ciência e tecnologia abraçando a sustentabilidade é o objetivo."
3. Dentro das novidades que vocês apresentaram no evento, qual aquela que brilhou os seus olhos? Aquela que você pode dizer que vocês acertaram?
"Essa é muito fácil. O nome do evento é 'Back to the Future' e isso é uma brincadeira que os usuários de SOLIDWORKS fazem há décadas. Já participei de inúmeros eventos com milhares de usuários de SOLIDWORKS e o principal deles é: que o arquivo do SOLIDWORKS salvo em uma versão mais recente pudesse ser aberto em uma versão anterior.
Isso sempre foi um grande desafio e agora em 2024 conseguimos entregar pela primeira vez. Essa inovação irá tornar a vida de muitos engenheiros mais fácil e possibilitar a expansão de ecossistemas com empresas menores e com capacidade rápida de migrar para uma versão do SOLIDWORKS mais recente com grandes corporações que às vezes possuem processos internos mais burocráticos e ficavam nas versões antigas. Agora, essa cadeia pode se comunicar sem obrigar empresas menores a permanecerem em versões anteriores também.
Essa integração de diferentes organizações remove fricções desnecessárias."
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4. Para os estudantes de Engenharia, como eles podem desmistificar mais facilmente as ferramentas do SOLIDWORK e aproveitar ao máximo seus recursos?
"O estudante hoje possui acesso a uma plataforma, específico da Dassault Systèmes que pode viabilizar uma licença estudantil. Essas licenças voltadas aos estudantes possuem hoje um valor muito reduzido que cabe no bolso. A licença ilegal ou pirata não conta com o suporte do time Dassault Systèmes.
O segundo mecanismo é a parceria com instituições de ensino. Escolas universitárias, faculdades, ensino médio que podem fazer uso de licenças voltadas exclusivamente para ambiente de ensino, onde se fornecem uma grande quantidade de licenças para essas instituições ensinarem. Agora, para empresas que estão começando ou startups há também um incentivo da nossa parte. Temos um programa de subsídios para acesso às tecnologias SOLIDWORKS para fins comerciais para as pequenas empresas.
Esse programa também permite que as instituições recebam treinamentos/capacitação de seus professores. Há certificação do corpo docente com selo próprio da Dassault Systèmes."
Há algo mais que gostaria de destacar sobre o SOLIDWORKS 2024 ou sobre a visão da Dassault Systèmes para o futuro? Qual sua mensagem de inspiração para os jovens que estão iniciando nesse universo?
"Saibam que vocês não estão sós. Nós estamos de olho nas suas necessidades e sabemos que os engenheiros do amanhã buscam versatilidade, colaboração e tecnologias inovadoras. A educação é uma das prioridades da Dassault."
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Rafael Panteri
Estudante de Engenharia Elétrica no Instituto Mauá de Tecnologia, com parte da graduação em Shibaura Institute of Technology, no Japão; já atuou como estagiário em grande conglomerado industrial, no setor de Sistemas Elétricos de Potência.