Recentemente, pesquisadores europeus realizaram um experimento com centenas de participantes. Grupos de pessoas foram apresentadas a diferentes obras de arte; e lhes foi contado que algumas das peças eram criação humana e outras de sistema de Inteligência Artificial (IA). Sabe qual foi a reação? A maioria elogiou apenas as obras criadas por humanos. Mas será que as respostas seriam desse jeito se fossem omitidos detalhes sobre os verdadeiros autores das artes? Pode ser que não!
O nosso inconsciente manipula demais esse julgamento. Como sabemos, querendo ou não, olhamos para as obras de arte sempre com certa subjetividade. Na falta de entendimento sobre a capacidade e limitações da IA, as pessoas podem expressar ideias e emoções equivocadas. E você, concorda que as máquinas não são capazes de realizar obras tão criativas quanto os humanos? Que valor você daria, por exemplo, para um quadro cuja figura foi elaborada por um computador? Bem, vamos aos valores!
Conceitos e pré-conceitos | Como avaliar a arte fruto da IA?
Algumas pessoas simplesmente não conseguem sentir qualquer empatia pelas máquinas. Não dá para culpar, claro, pois frequentemente ouvimos que nossos empregos estão ameaçados pelas novas tecnologias. E nem suspeitávamos que isso pudesse acontecer tão cedo num campo tão humano, como é a arte. Contudo, nos últimos anos, estamos vendo a apresentação de várias obras "autorais", desde músicas a esculturas, feitas em IA. Então, como avaliar isso?
De fato, é muito difícil fazer comparações com a nossa capacidade e a de um software. Bem, uma coisa é certa: máquinas talvez sejam incapazes de analisar e até de elaborar novos estilos artísticos.
Referências de valores
Sabia que já existe um bom mercado para venda de obras de artes feitas através da Inteligência Artificial? Por exemplo, em 2018, a obra intitulada "Retrato de Edmond de Belamy", do criativo francês Obvious, com base nas pesquisas de Robbie Barrat, foi vendida em uma casa de leilão por um valor aproximado de US$ 400 mil. Porém, isso não é nada comum. A saber, outras obras suas - pendendo para uma linha mais surrealista - foram vendidas poucos meses antes por apenas R$ 80 mil. Mas veja como as coisas mudam, pois, hoje, as mesmas valem R$ 50 milhões.
O caso das obras que geraram polêmica entre os especialistas em arte
Mais recentemente ainda, foi realizada uma competição de belas-artes na Feira Estadual do Colorado, nos Estados Unidos. E o vencedor foi o designer Jason Allen, que criou a sua peça, que era uma fotografia manipulada dentro dos preceitos clássicos, renascentistas e barrocas, e intitulada Théâtre D’opéra Spatial, com auxílio das tecnologias digitais. A figura parece muito bonita, com figura de mulheres com vestidos de mantos esvoaçantes. Porém, gerou uma grande polêmica.
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O problema é que Jason usou o programa Midjourney, que já foi projetado para gerar fotos e desenhos realistas através de um texto descritivo. Houve esforço por parte do autor somente em testar diferentes expressões ou frases para a IA interpretar e, assim, obter o resultado desejado. Foi preciso, então, uma intenção de participação humana para a criação.
Mas será que isso basta? Porque tem gente dizendo que a arte só teria valor se fosse resultado de dotes intelectuais, que foram necessários para o desenvolvimento das mais lindas obras-primas da história. Outros ainda foram mais longe e alegaram que o trabalho de Jason seria nada mais do que um plágio automatizado. E esse foi só o começo das discórdias! Enfim, será que estamos testemunhando o fim da arte humana? A intensificação da disputa do homem versus máquinas?
Possível solução
A proposta de alguns especialistas é, quando possível, unir os dois tipos de arte. Sendo que a arte criada por pessoas deve seguir para um determinado nicho específico e a criada por robôs, por exemplo, para outro. Inclusive, alguns deles afirmam que esta é uma boa oportunidade de mudarmos nossos pensamentos, encarando as ferramentas computacionais como se fossem um pincel na mão de um pintor. Ou seja, sem a pessoa, não há força! O que acha? Escreva nos comentários!
Fontes: Metrópoles, UOL.
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Eduardo Mikail
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