Como lidar com a febre mundial do Pokemon Go? A resposta é dada por alguns professores do Brasil e do exterior, que têm constatado a força do aplicativo no dia a dia de aprendizagem.
É isso mesmo que você leu. O app que foi lançado no dia 3 de agosto, já tem mais de 21 milhões de usuários ativos e muitos deles não pensam em outra coisa a não ser capturar Pokemons. Percebendo o vício instalado nas salas de aula, os professores criaram táticas para inserir o jogo nas disciplinas.
Para se ter uma ideia, os usuários tem passado mais tempo no Pokemon Go do que nas principais redes sociais. Veja o resultado de pesquisa realizada pela SensorTowers:
Bom, não é de hoje que os educadores precisam incorporar as novidades para atrair seus alunos. Com realidade aumentada - mistura de elementos do mundo virtual e do mundo físico - o jogo dá inúmeras possibilidades para se trabalhar matérias do ensino fundamental e médio, como matemática, biologia, física, química, geografia e artes, além de contribuir para a interação e sociabilidade dos alunos.
Pokemon Go para ensinar Trigonometria
Para exemplificar melhor o que estamos dizendo, encontramos um vídeo do professor Eddi Antonini, que dá aula em cursos técnicos de eletrônica e eletrotécnica da ETEC de Itapeva, interior de São Paulo.
Durante a aula ele utilizou de uma situação hipotética do jogo - quando se espera para fazer um ovo Pokemon chocar - para explicar conceitos da trigonometria e do Teorema de Pitágoras. A explicação é sensacional! Veja só:
Essa, no entanto, não é a primeira vez que Antonini se aproveita de símbolos da cultura do dia a dia para integrar às disciplinas que leciona. A ideia, segundo ele, não é substituir os métodos tradicionais, mas acrescentar formas mais aproximadas da vida dos alunos. "Quando lançou o filme do Thor, por exemplo, eu criei uma situação hipotética para usar a Bifrost como exemplo de condutor elétrico", conta.
Exemplos de como o Pokemon Go pode ajudar na aprendizagem
Como deu para notar, a atualização dos professores sobre o que acontece no mundo, sobretudo o tecnológico, é muito importante para melhorar a qualidade e efetividade de suas aulas. Conheça alguns exemplos de como o game Pokemon Go pode ser utilizado em sala de aula, como método incentivador para os alunos:
Linguagem
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- Criar redações baseadas na história dos personagens.
- Criar um diário sobre seu avatar no jogo, locais visitados, etc.
Matemática, química e física
- Ensinar probabilidade utilizando as características (poderes e pontos fracos) dos Pokemons perante seus adversários.
- Problemas com diagramas de Venn e Carrol utilizando agrupamentos de Pokemons.
- Atividades de estatística, incluindo gráficos com as informações numéricas dos Pokemons, como peso e altura.
- Aproveitar-se do círculo que determina a área de "caça" dos Pokemons, para trabalhar diâmetro.
- Cálculo do tempo e distância para a captura dos monstrinhos.
- Conceitos de química na previsão dos vencedores nas batalhas, de acordo com os elementos de cada Pokemon: água, terra, fogo e ar.
Biologia
- Conceitos de evolução.
- Diversidade na natureza, seleção natural (por que alguns Pokemons são mais comuns, por que alguns são mais fortes que outros, etc).
- Localizações dos Pokemons em certos "habitats" e horários para aparecerem.
- Conceitos de reprodução animal - no jogo é possível encubar ovos.
Geografia
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- Aprender sobre mapas, direcionamento, posicionamento, pontos cardeais, sensação de espaço, etc.
Artes
- Desenhar os Pokemons capturados
- Estudo das cores dos Pokemons
Crianças autistas ganham ajuda de Pokemon Go!
Os benefícios do game, quando usado de forma consciente, não são poucos. Ele ainda pode ser um instrumento utilizado na aprendizagem de crianças com autismo.
O exemplo disso vem da Austrália, onde uma escola para alunos com necessidades especiais tem incentivado eles a jogarem Pokémon Go, dentro e fora do período de aula.
Num primeiro momento a notícia pode parecer chocante, mas Craig Smith, professor especialista em autismo atesta que há resultados positivos para essas crianças, quanto à interação social e ao didatismo na aprendizagem. Ele explica que o nível de concentração nos estudos aumenta com o interesse pelo jogo.
Ainda segundo o profissional, pessoas com autismo têm dificuldades para interagir com outras em atividades coletivas. Contudo, a febre do Pokemon Go trouxe novas expectativas para seus alunos, e criou um ambiente onde eles buscam conversar uns com os outros e participar de atividades quando se trata desta novidade.
Essa visão quebra muitas barreiras do ensino e ainda precisa conquistar muitos estudiosos. Os exemplos acima só mostram como é possível utilizar elementos do cotidiano e do entretenimento dos alunos a favor do conhecimento.
Fontes: G1 e tvi24
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Clara Ribeiro
Jornalista especializada em Arquitetura e Engenharia, especialista em redação SEO, edição e revisão de textos, Marketing de Conteúdo e Ghost Writer, além de Redação Publicitária e Institucional; ávida consumidora de informação, amante das letras, das artes e da ciência.