Já conversamos em outro momento aqui, no Engenharia 360, sobre o potencial da reciclagem de veículos e seus componentes. Inclusive, na oportunidade citamos que muitas empresas brasileiras já têm apostado nessa ideia, ganhando destaque no mercado. Agora queremos compartilhar outro bom exemplo de caso. Uma cidade de Santa Catarina está liderando uma revolução ambiental, transformando lixo em cimento. Saiba mais no artigo a seguir!
Solução sustentável e parceria com gigante da indústria
No coração do Alto Vale do Itajaí está localizado o tranquilo município de Vidal Ramos, de apenas 6 mil habitantes, conhecido por suas belezas naturais. Recentemente, sua administração tomou uma iniciativa para tentar resolver um problema crítico de resíduos e, de quebra, contribuir para uma das empresas que há mais de uma década gera empregos na região, a gigante Votorantim Cimentos.
Agora, grande parte do lixo gerado pelos moradores, ao invés de ir para aterros sanitários, é destinado para reciclagem, sendo destruídos e virando matéria-prima para a produção de cimento.
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Tecnologia para melhorar o coprocessamento em Vidal Ramos
Em 2011, foi inaugurada em Vidal Ramos uma unidade de fábrica Verdera para processamento do lixo gerado no município. A localização foi estrategicamente escolhida para abastecer a região Sul, incluindo o estado de Santa Catarina e partes do Rio Grande do Sul.
Tecnologia by-pass de cloro
A cidade catarinense passou então a ser pioneira no uso da tecnologia by-pass de cloro. A mesma funciona como um filtro, que consegue retirar de um forno o cloro em excesso proveniente dos resíduos. Aliás, esse modelo permite o reaproveitamento ou reciclagem final de uma maior quantidade de tipos de resíduos, incluindo plásticos, pneus, tecidos, etc. Depois, eles são destinados de forma sustentável para a Votorantim Cimentos.
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A adoção do coprocessamento tem sido chave para minimizar os impactos ambientais na produção de cimento. Nesse caso, os resíduos não recicláveis entram como substitutos parciais do combustível que alimenta parcialmente os fornos de cimento em vez do uso de combustíveis fósseis. Durante a queima, eles são completamente destruídos, transformando-se em energia que ajuda na produção do clínquer (do calcário e argila), a principal matéria-prima do cimento. Assim, a produção seria significativamente mais limpa.
Impacto ambiental e social
Em 2023, a Verdera, por meio do trabalho feito em todas as fábricas, conseguiu destinar para a fabricação de cimento 1 milhão de toneladas de resíduos - equivalente a 1.257 piscinas olímpicas - no Brasil e na América do Norte. Vale destacar que o coprocessamento não altera a qualidade do cimento produzido e é praticado de forma segura e ambientalmente adequada para trabalhadores do setor e para quem vive no entorno das fábricas. Com os resíduos sendo completamente destruídos, elimina-se qualquer potencial de poluição.
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Legislação brasileira
Para concluir nossa explicação, queremos citar que a tecnologia adotada em Vidal Ramos está conforme a Lei nº 12.305/10, de Política Nacional de Resíduos Sólidos, relacionada com a reciclagem e reutilização. Ela orienta, por exemplo, como deve ser hierarquizada a gestão desses materiais e exige plano de gerenciamento dos municípios.
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Uma das coisas que a lei esclarece é que materiais como isopor, embalagens laminadas, materiais contaminados e certos tipos de plásticos não podem ser reciclados, mas podem ser destinados como combustível alternativo para a produção industrial. O coprocessamento é considerado uma opção de tratamento, com a compostagem e a incineração.
Em 2022, o Brasil destinou de forma inadequada cerca de 33,3 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Então, pelo que se pode notar, ainda há muito a ser feito rumo a um futuro mais verde. Que o caso de Vidal Ramos e a tecnologia de coprocessamento inspire outras cidades e empresas. Porque, sim, isso tem tudo a ver com mitigar impactos sobre o meio ambiente, desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
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Fontes: NSC Total.
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Eduardo Mikail
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