Ao visitar fábricas, estações de tratamento e outros negócios, percebemos que certos equipamentos e locais possuem características diferenciadas. Seja um nome ou uma pintura diferente, podemos entender que tal produto ou ambiente que tem essa diferenciação quer, na verdade, informar algo, ou seja, não está ali por acaso.
As cores das tubulações, por exemplo, não são apenas estéticas: elas têm um significado crucial para a segurança e a eficiência dos processos. Aliás, de acordo com estatísticas de mercado, a sinalização de cores adequada pode reduzir acidentes em até 70%.
Vamos considerar o processo industrial da maioria das fábricas. É fácil identificar que certos ambientes possuem pintura destacada e tubulações com cores específicas. Como profissionais da área da engenharia, é interessante que saibamos responder "O que passa por dentro dessa tubulação?" ou "Por que as cores são diferentes se por dentro está passando o mesmo fluído?", mesmo que as legendas estejam já inelegíveis. Este artigo do Engenharia 360 traz alguns esclarecimentos!
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Significado das cores das tubulações
A saber, a sinalização de segurança é tratada na NR-26. Esta norma trata das fixações de cores padrão que devem ser usadas nos locais de trabalho para a prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas para a condução de líquidos e gases, e advertindo contra riscos.
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O que diz a NR-26
A NR-26 inicial trazia detalhes sobre o uso de cores e outros recursos diversos para identificação, incluindo sinalização para identificação de substâncias perigosas, de recipientes para movimentação de materiais e rotulagem preventiva. Mas a última versão (Redação dada pela Portaria MTP n.º 2.770, de 05 de setembro de 2022) está bem mais enxuta e diz que:
26.3.2 As cores utilizadas para identificar os equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar tubulações empregadas para a condução de líquidos e gases e advertir contra riscos devem atender ao disposto nas normas técnicas oficiais.
26.3.3 A utilização de cores não dispensa o emprego de outras formas de prevenção de acidentes.
26.3.4 O uso de cores deve ser o mais reduzido possível a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador.
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Devido ao item acima, entende-se que a NR-26 indica que devemos ter obediência a normas técnicas oficiais vigentes. No Brasil, as normas técnicas oficiais têm como consulta a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a mesma que elabora a Norma Brasileira (NBR).
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Emprego das cores nas tubulações
Neste ponto do texto, devemos focar nosso entendimento no que diz a norma ABNT NBR 6493 sobre o emprego das cores para identificação de tubulações, que mostra o emprego de cores na identificação de tubulações para a canalização de fluidos e material fragmentado ou condutores elétricos, para facilitar a identificação e evitar acidentes.
Resumidamente as cores determinadas pela norma podem ser vistas no quadro abaixo:
Cor de Tubulações | Utilização |
Vermelho | Água e outras substâncias destinadas a combater incêndio; |
Alaranjado | Produtos químicos não gasosos; |
Amarelo | Gases não liquefeitos; |
Verde | Água, exceto a destinada a combater incêndio; |
Azul | Ar comprimido; |
Branco | Vapor; |
Preto | Inflamáveis e combustíveis de alta viscosidade (por exemplo: óleo combustível, asfalto, alcatrão, piche); |
Marrom | Materiais fragmentados (minérios), petróleo bruto; |
Cinza-Claro | Vácuo; |
Cinza-Escuro | Eletroduto; |
Alumínio | Gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade (por exemplo: óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante, solventes). |
Enfim, conhecimentos sobre normas - principalmente no que envolve segurança - são importantes no primeiro contato com processos que direto ou indiretamente ofereçam algum risco a integridade física das pessoas. Por isso, é de vital importância que todos cumpram as regras e normas de segurança, para que assim tenhamos um processo seguro.
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Kaíque Moura
Engenheiro de Produção; formado pelo Centro Universitário Santo Agostinho (UNIFSA); Pós-Graduando em Empreendedorismo e Inovação (IFPI); MBA em Management (iCEV); Técnico em Metrologia (IFRJ); Técnico em Serviços Jurídicos (IFPI) e Técnico em Mecânica (IFPI); profissional qualificado nas áreas de Gestão, Manutenção, Metrologia e Produção.