O ambiente da construção civil é um dos mais solicitados em termos de segurança. Com uma variedade de riscos que vão desde acidentes físicos até exposições químicas e biológicas, a proteção dos trabalhadores deve ser uma prioridade. Uma das ferramentas mais eficazes para garantir essa segurança é o Mapa de Risco. Neste artigo do Engenharia 360, vamos explorar em profundidade o que é um mapa de risco, como ele pode ser elaborado e sua importância na construção civil. Confira!

O que é um mapa de risco?

O Mapa de Risco é uma representação gráfica que identifica e classifica os diferentes tipos de riscos presentes nas obras, uma ferramenta visual crucial para garantir a segurança no ambiente de trabalho, especialmente em canteiros de obras. Ele serve para comunicar de forma clara e visual os perigos que os trabalhadores podem enfrentar, permitindo que medidas preventivas sejam aplicadas.

O conceito de Mapa de Risco foi desenvolvido na década de 1960 por engenheiros italianos, mas sua aplicação prática começou a ganhar força no Brasil na década de 1970. Com o aumento da industrialização e, consequentemente, dos acidentes de trabalho, a necessidade de uma ferramenta que ajudou na identificação e mitigação de riscos se tornou evidente. Embora a obrigatoriedade da elaboração do Mapa de Risco tenha sido revogada em 2022, sua importância na segurança do trabalho permanece inquestionável

Norma regulamentar

Embora a Norma Regulamentadora nº5 (NR 5) tenha sido atualizada em 2022, retirando a obrigatoriedade do uso dos mapas de risco, seu uso continua sendo altamente recomendado. Isso porque o mapa de risco não apenas identifica os perigos, mas também promove uma reflexão ativa entre os trabalhadores sobre os riscos presentes em suas atividades diárias.

Níveis de riscos por grupos

Os riscos são categorizados em cinco grupos principais, cada um representado por uma cor específica:

• Riscos Físicos: Ruído, vibração, temperaturas extremas.
• Riscos Químicos: Exposição a substâncias tóxicas, poeiras e vapores.
• Riscos Biológicos: Agentes como vírus, bactérias e fungos.
• Riscos Ergonômicos: Problemas relacionados à postura e esforço físico.
• Riscos de Acidentes: Situações que podem levar a quedas, choques elétricos, entre outros.

Cada tipo de risco é indicado por círculos de diferentes tamanhos e núcleos na planta do local, onde o tamanho do círculo representa a gravidade do risco.

Por que o mapa de risco é importante?

A construção civil é um setor notoriamente perigoso, com altas taxas de acidentes de trabalho. Segundo a Câmara Brasileira da Construção Civil, o setor ocupa a sexta posição em número de acidentes em comparação com outros setores da economia. Em 2020, por exemplo, foram registrados mais de 25.000 acidentes de trabalho na indústria da construção.

Neste contexto, o mapa de risco é, portanto, uma ferramenta essencial para a prevenção de acidentes e para a promoção de um ambiente de trabalho mais seguro.

O mapa de risco atua como um guia visual que ajuda a identificar áreas críticas no canteiro de obras. Ele permite que trabalhadores e gestores visualizem, de maneira clara e objetiva, onde estão os principais perigos. Isso é particularmente importante em obras complexas ou em ambientes onde se manuseiam materiais perigosos, pois facilita a implementação de medidas preventivas eficazes.

Como fazer um mapa de risco para construção civil?

Antes de tudo, vale dizer que a elaboração de um mapa de risco deve ser uma atividade colaborativa, envolvendo a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e os próprios trabalhadores. Essa participação ativa é fundamental para garantir que todos os riscos sejam identificados e que as soluções sejam propostas relevantes e eficazes.

Criar um mapa de risco eficaz requer uma abordagem metódica e colaborativa. A seguir, veja um passo a passo para elaborar um mapa de risco em um canteiro de obras:

1. Estudo do ambiente

O primeiro passo para criar um Mapa de Risco é realizar um estudo detalhado do ambiente de trabalho. Isso inclui identificar as atividades realizadas, os equipamentos utilizados e as condições gerais do local. É essencial que a equipe responsável tenha um conhecimento profundo do canto de obras.

O próximo passo é coletar informações relevantes. Isso pode ser feito através de visitas aos locais de trabalho, entrevistas com os colaboradores e observação direta das atividades realizadas. Esse levantamento é crucial para garantir que todos os riscos sejam identificados.

2. Conhecimento dos trabalhos realizados

Além de entender o ambiente, a equipe deve conhecer os processos de trabalho. Isso envolve saber quais tarefas são executadas, quantos colaboradores estão envolvidos e quais são as condições de trabalho, como jornadas e turnos.

Compreender como o trabalho é realizado no canteiro de obras é fundamental. Isso inclui conhecer os detalhes sobre a jornada de trabalho, os treinamentos oferecidos, os equipamentos utilizados e as condições do ambiente de trabalho. Esses dados são essenciais para a identificação dos riscos.

3. Identificação dos riscos

Com base nas informações do ambiente e dos trabalhos em mãos, a equipe deve identificar os riscos presentes. É importante classificar esses riscos de acordo com os cinco grupos mencionados acima e pensar em medidas preventivas que podem ser adotadas para minimizar os acidentes.

A segmentação do ambiente de trabalho em setores facilita o diagnóstico de riscos. Ao dividir o canteiro de obras em áreas menores, a equipe pode identificar com mais precisão os perigos presentes em cada uma delas. Isso também facilita a comunicação dos riscos para os trabalhadores.

Tendo as informações em mãos, a equipe deve identificar e categorizar os riscos presentes em cada setor do canteiro de obras. Esse diagnóstico inicial é fundamental para a elaboração do mapa de risco, que deve refletir com precisão a realidade do ambiente de trabalho.

4. Desenho do mapa de risco

O mapa de risco deve ser elaborado com base em uma planta ou esboço do canteiro de obras. Cada risco identificado deve ser representado por um círculo de cor e tamanho correspondente ao tipo e à intensidade do risco. Por exemplo, riscos físicos como ruído e calor podem ser indicados por círculos verdes, enquanto riscos de acidentes como quedas podem ser representados por círculos azuis.

5. Aprovação e Implementação

Uma vez elaborado, o mapa de risco deve ser aprovado pela Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) e apresentado aos representantes de cada setor. Isso garante que todos os envolvidos estejam cientes dos riscos e das medidas preventivas que devem ser adotadas.

Quando adotar o mapa de risco?

Embora não seja mais uma exigência legal, o uso do Mapa de Risco é altamente recomendado em diversas situações:

• Obras Complexas: Projetos que envolvem diversas atividades e riscos variados.
• Trabalho com Materiais Perigosos: Obras que lidam com substâncias tóxicas ou inflamáveis.
• Mudanças Significativas no Projeto: Alterações que podem introduzir novos riscos ao ambiente de trabalho.

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Fontes: Sienge, PSA Sistemas.

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Eduardo Mikail

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