As consequências da ação humana junto a natureza ficaram ainda mais evidentes com a divulgação de um estudo na revista científica britânica Nature. Em um dos locais mais profundos do oceano, nas fossas das Marianas e de Kermadec, localizadas entre o Japão e a Nova Guiné, pesquisadores britânicos encontraram altos níveis de poluentes em uma região que surpreende por ser um local remoto, com mais de 10 mil metros de profundidade.

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Imagem: La Pause-Café
De acordo com o estudo, os níveis de contaminação são superiores aos que foram observados em áreas próximas a indústrias. Foram encontrados níveis altos de poluentes orgânicos persistentes (POPs), que incluem pesticidas e gases eliminados por incineradores industriais, exemplos de substâncias altamente tóxicas que permanecem no ambiente e que resistem à degradação biológica e química.
Os estudos consistiam em avaliar as espécies de animais que vivem nas profundezas dos oceanos, como os anfípodas – bem parecidos com o camarão. Neles foram encontrados dois poluentes: os éteres difenílicos polibromados, espécie de químico usado para retardar chamas, e os bifenilos policlorados, que são substâncias utilizadas em isolantes de mecanismos elétricos. Estes últimos, por exemplo, são proibidos pela convenção de Estocolmo, e no Brasil são proibidos desde 1981, mas ainda assim foram encontrados em altos níveis no oceano.

Imagem: Dr. Alan Jamieson/Newcastle University/Divulgação
Os estudos foram liderados por pesquisadores das Universidades de Newcastle e Aberdeen, da Inglaterra, entre eles o biólogo marinho Alan Jamieson, e na expedição foram enviadas 10 máquinas para diferentes pontos das fossas abissais. As conclusões dos pesquisadores não foram nada animadoras. Através dos estudos, o que se tem percebido é que tanto os animais marinhos de águas mais profundas, bem como os que vivem já perto da superfície apresentam altas concentrações de poluentes.
A origem
As fendas no fundo do mar são depósitos naturais, até mesmo quando os animais em decomposição chegam ao fundo do oceano. Mas o que surpreendeu os pesquisadores foi a quantidade de poluentes nestas amostras, e que foi comparada a outros habitats sabidamente poluídos, como no rio Liao, na China.
A outra possibilidade que foi levantada é de que não apenas através dos animais em decomposição levaram aos índices de poluentes, mas também a grande quantidade de plástico que é lançada nos mares e oceanos – uma das causadoras desta poluição acima do esperado, através da liberação de partículas e poluentes a partir desses materiais.
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Imagem: © Latinstock/ Global Garbage
Apesar de não haver conclusões definitivas sobre o impacto nos humanos, o que se percebe é o quanto estes poluentes influenciam a cadeia alimentar. Sem dúvidas, um novo exemplo de como a ação humana, sem preocupação com o meio ambiente, prejudica a natureza, causando desequilíbrios graves, e que podem retornar com consequências sérias aos próprios seres humanos.
Referências: Nature, Superinteressante, Veja
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