Engenharia 360

O percurso do esgoto: uma coleta que você não vê

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por Larissa Fereguetti
| 10/06/2015 | Atualizado em 21/02/2022 3 min

O percurso do esgoto: uma coleta que você não vê

por Larissa Fereguetti | 10/06/2015 | Atualizado em 21/02/2022
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Você sabe que a coleta de lixo existe porque você vê o caminhão levar seus resíduos sólidos embora. Mas, você lembra que o esgoto, seus resíduos líquidos, também é coletado toda vez que você aperta o botão da descarga ou abre o ralo do banheiro?

Imagem: galleryhip.com
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O sistema de esgoto pode ser divido, basicamente em individual ou coletivo. O sistema coletivo pode ser unitário (junto com as águas pluviais), separador parcial ou separador absoluto, este último pode ser ainda convencional ou condominal. No Brasil, as tubulações de esgoto são separadas das tubulações de águas pluviais, ou seja, é um sistema separador absoluto. Como as chuvas não são constantes ou bem distribuídas durante todo o ano, é inviável unir às duas tubulações, pois podem ocorrer problemas como odores na época seca e exceder a capacidade na época chuvosa, por exemplo. Essas tubulações estão instaladas no subterrâneo, assim como a tubulação de abastecimento de água e fiações em algumas localidades.

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Imagem: sewerhistory.org
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O esgoto possui uma composição de 99,9% de água e apenas 0,1% de sólidos. E você, provavelmente, o quer bem longe da sua casa o mais rápido possível. Para isso, o esgoto passa por diferentes tipos de coletores até atingir seu destino final, que é uma estação de tratamento ou o despejo em cursos de água.

Se você acha que tudo termina quando aperta a descarga, você está engando. É neste momento que seu esgoto começa o trajeto. Das tubulações da sua residência, ele vai para um coletor predial, que conduz as águas residuárias das residências. Do coletor predial ele vai para o coletor de esgoto, normalmente uma tubulação de pequeno diâmetro. A tendência é de que, à medida que as tubulações recebam as contribuições, o diâmetro vá aumentando para suportar a vazão. Assim, o esgoto vai para o coletor tronco, que recebe de vários coletores de esgoto e possui um diâmetro maior.

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Imagem: tigre.com
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Do coletor tronco o esgoto é direcionado ao interceptor, que é uma tubulação de grande porte e que, como o nome diz, intercepta o fluxo dos coletores. Após o interceptor há o emissário, que é o conduto final, caracterizado por receber o esgoto apenas em um ponto e que conduz até um destino, seja ele a estação de tratamento ou o lançamento em corpos hídricos. Dependendo das características da região, é possível encontrar sistemas mais simples que não possuem todas as tubulações citadas. Neste meio há inúmeras normas que devem ser seguidas para projetar e implantar o sistema.

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Imagem: site.sabesp.com.br
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Você não está totalmente errado ao pensar que quer o seu esgoto bem longe de você o mais rápido possível. Este é um dos objetivos do sistema de esgoto sanitário, afastar as águas residuárias. Ele faz parte do saneamento básico e é extremamente necessário para evitar a disseminação de doenças provenientes da má disposição dos efluentes. É necessário todo um planejamento a respeito da rede como um todo, como diâmetro, inclinação, velocidade e todos os fatores que vão garantir o escoamento do esgoto, considerando as características do local de implantação do projeto. O responsável por tudo isso é, obviamente, o engenheiro.


Fontes: AZEVEDO NETTO, J. M. et al. Sistemas de esgotos sanitários. São Paulo, CETESB, 1977. 467p.; UFCG.

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Larissa Fereguetti

Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.

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