Pouquíssimo tempo atrás, Pokémon Go se tornou uma febre por fazer os Pokémons aparecerem em nosso meio para serem capturados. Ver o embate entre o real e virtual foi uma verdadeira “loucura”. Porém, a verdade é que tecnologias assim não são recentes. A realidade virtual e a realidade aumentada (VR e AR, respectivamente, ou virtual reality e augmented reality, em inglês,) existem há alguns anos.
Atualmente, VR e AR estão cada vez mais populares em aplicativos e equipamentos cotidianos. Isso é um indicativo do que podemos esperar do futuro com essas ferramentas.
O que são VR e AR?
Embora os termos possam confundir um pouco, entender a diferença entre VR e AR é simples. A realidade aumentada consiste em exibir cenários com base no espaço em que o usuário se encontra. Um exemplo já citado no início do texto é no Pokémon Go, quando um Pokémon aparece em lugares inusitados no nosso universo. Por outro lado, a realidade virtual te leva para um novo ambiente, como entrar em um jogo, por exemplo.
Resumindo: a AR traz as coisas até você, enquanto a VR te trasporta até as coisas. Porém, isso acontece sem que você saia do lugar. Vale ressaltar que, na realidade aumentada, o processo é o inverso do que Clark Kent faz para virar o Superman: basta colocar um óculos e você ganha o poder de se transportar (virtualmente).
Se a ideia parece muito divertida para um jogo, pense no quanto isso pode transformar toda a indústria tecnológica. É exatamente isso que o futuro promete.
VR e AR no futuro
É preciso esclarecer que VR e AR não são tecnologias que competem entre si, ou seja, não há uma que vai sobreviver no futuro enquanto a outra definha. Elas possuem aplicações específicas.
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Antes de falar mesmo sobre o futuro dessas duas tecnologias, vamos fazer um tour rápido pelo passado. Pense no surgimento dos primeiros computadores. Evoluímos então para os aparelhinhos de MP3, que eram um sucesso há pouco mais de 10 anos, mas que cabiam, quando muito, 100 músicas. Pense ainda naqueles celulares quase inquebráveis que usávamos na mesma época. De volta para o presente, vemos computadores finíssimos com memórias absurdamente grandes perto dos seus ancestrais. Os MP3s evoluíram e hoje são uma mescla com os smartphones, que possuem capacidades melhores que os computadores de poucos anos atrás.
Esse momento "recordar é viver" foi apenas para mostrar a velocidade com que a tecnologia está evoluindo. Na verdade, ainda há dúvidas se ela continuará a crescer com a mesma velocidade ou se vai começar a estagnar. Porém, algumas pesquisas promissoras mostram que não vão parar de surgir novas tecnologias. Em breve, a computação quântica baterá a sua porta, por exemplo.
De volta para o universo da VR e AR, pense no quanto elas podem evoluir nos próximos anos ou meses e quantas aplicações diferentes poderemos ter. A realidade aumentada, por exemplo, pode revolucionar a cirurgia cerebral e a reconstrutiva. Já imaginou como seria realizar um procedimento cirúrgico ao mesmo tempo que você vê imagens (e não Pokémons) na área a ser operada? Pense também como é ver uma tomografia ou uma ressonância projetada sobre o corpo do paciente. É como se o médico pudesse ver sob a pele do paciente, fazendo um exame muito mais minucioso. Tudo isso já existe como tema de pesquisa e começa a virar realidade.
Puxando para o lado da Engenharia, a realidade aumentada pode ser uma ferramenta fundamental para a construção e o desenvolvimento de cidades inteligentes. O processo de construção pode ser mais eficiente a partir da maior interação com o projeto ao longo do tempo. Ainda, arquitetos e engenheiros podem fazer uso da ferramenta para ilustrar suas ideias, conquistando o cliente.
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No caso da realidade virtual, imagine que você quer comprar ou decorar um apartamento. Não é preciso sair da imobiliária ou da loja para visitar o espaço, basta colocar um óculos meio diferentão que, em segundos, você caminhará pelo seu novo apartamento. Imagine conhecer o Louvre e a infelizmente recém-incendiada catedral de Notre Dame sem sair da sua casa, tudo com realidade virtual. Você pode comprar um “pacote de turismo de VR” por um preço muito mais barato e de forma muito mais rápida.
Mais que isso: imagine poder voltar ao passado por meio de VR, usando apenas as imagens que você tinha do ambiente ao seu redor. É como uma máquina do tempo, com a diferença que você não pode cometer nenhuma das intervenções (que geram uma série de confusões) que vemos nos filmes.
Estima-se que haja um crescimento no mercado de AR de 40,29% entre 2018 e 2023. Ainda, é esperado que os preços sejam reduzidos, que as tecnologias sejam aprimoradas e fiquem mais confortáveis. O processo é o mesmo que o de qualquer outra tecnologia, como os computadores e os smartphones.
No geral, a tendência é de que, dentro de alguns anos, nos questionemos “como vivíamos sem AR e VR?” da mesma forma que nos perguntamos como nossos parentes do século retrasado estudavam sem ter o Google (a barça mandou lembranças!), faziam trabalho sem ter um computador (os jovens de hoje não sabem o que é fazer tudo em cartolina) ou viviam sem energia elétrica. O futuro está logo ali.
Fontes: Interesting Engineering; Jabil; Clay Bavor.
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Larissa Fereguetti
Cientista e Engenheira de Saúde Pública, com mestrado, também doutorado em Modelagem Matemática e Computacional; com conhecimento em Sistemas Complexos, Redes e Epidemiologia; fascinada por tecnologia.